"Thomas Szasz foi crítico acérrimo de Laing,
baseando a sua opinião no que lhe parece uma
incoerência entre o que Laing advogava e as suas
ações: “se a esquizofrenia não é uma doença,
então não há nada a tratar” (Szasz, 2005). Szasz
cita vários paragráfos soltos na obra de Laing em
que este se coloca numa posição de certificar quem
é e quem não é louco, o que para Szasz correspon-
deria a um erro, uma vez que a sua posição (ética)
é anti-psiquiatria, anti-diagnóstico de loucura, anti-
-institucionalização e, sobretudo, contra a retirada
de direitos cívicos a que os psicóticos são frequen-
temente sujeitos. Para Szasz, Laing teria jogado
ao mesmo tempo nas duas equipas e foi apanhado
na sua própria vaidade: tornar-se conceituado como
psiquiatra e, sobretudo, famoso (Szasz, 2005). Szasz
criticou igualmente Laing por não ter assumido uma
postura mais interventiva e ainda mais radical."
Ronald D. Laing: A política da psicopatologia
GUIOMAR GABRIEL (*)
JOSÉ A. CARVALHO TEIXEIRA (**)
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