Menu

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A fabricação da loucura: contracultura e antipsiquiatria

História, Ciências, Saúde-Manguinhos

Print version ISSN 0104-5970

Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.18 no.1 Rio de Janeiro Mar. 2011

http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702011000100009 

ANÁLISE

A fabricação da loucura: contracultura e antipsiquiatria

The making of madness: counterculture and anti-psychiatry


William Vaz de Oliveira
Doutorando em História Social pela Universidade Federal Fluminense. Rua Olegário Maciel, 530/1402, 38400-084 - Uberlândia - MG - Brasil, willianvaz@yahoo.com.br



RESUMO
A década de 1950 e sobretudo a de 1960 foram marcadas por constantes revisões dos valores e costumes sociais. Foi nesse contexto que os movimentos de juventude ocuparam a cena, sendo a contracultura o maior deles. Os mantenedores do poder, entretanto, classificaram como loucura os comportamentos e as atitudes de seus adeptos. Contra essa forma de fabricação da loucura surgiu uma corrente de pensamento denominada antipsiquiatria, que questionaria a psiquiatria em seu cerne. Este artigo critica os modelos psiquiátricos daquele momento, estabelecendo relação entre os movimentos de contracultura e de antipsiquiatria.
Palavras-chave: poder; loucura; contracultura; antipsiquiatria.

ABSTRACT
The 1950s and especially the 1960s saw constant revisions of social values and customs, with young people's movements playing a major role, above all the so-called counter-culture. The powers-that-be categorized the behavior and attitudes of the movement's followers as constituting madness. This making of madness gave rise to a stream of thought known as anti-psychiatry, which calls into question the very essence of psychiatry. The present article criticizes the psychiatric models of that era and draws links between counter-culture movements and anti-psychiatry.
Keywords: power; madness; counterculture; anti-psychiatry.



Talvez a característica mais central da liderança autêntica consista na renúncia ao impulso de dominar os outros ... . No hospital de doenças mentais, os corpos são assiduamente cuidados, mas personalidades individuais são assassinadas.
David Cooper

Ao longo de toda a modernidade, o espaço da loucura e dos loucos foi, por excelência, o da exclusão. Considerados inaptos, desrazoados, imorais, indisciplinados ou loucos, desde a fundação do Hospital Geral, em 1652, foram mantidos fora do convívio social. Na passagem do século XIX para o XX, no entanto, as formas de classificação e tratamento dos doentes mentais foram objeto de duras críticas por parte de médicos, psiquiatras, filósofos, historiadores, sociólogos, entre outros profissionais. No período pós-Segunda Guerra Mundial, essas críticas se intensificaram, intimamente relacionadas às questões dos direitos humanos e dos direitos à cidadania.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702011000100009

Nenhum comentário:

Postar um comentário