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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Desamparo Aprendido (Modelo comportamental da depressão)


Distinguindo dos teóricos do “stress” entendo que o “burnout”, depressão mais recorrente no trabalho docente não se constitui numa reação crônica de “stress”, pois essa síndrome insere-se no conceito de depressão reativa por situações aprendidas de desamparo diante dos acontecimentos. De acordo Seligman (1977), é desmedida a confusão existente na bibliografia médica sobre a depressão; no entanto, a maneira melhor e mais útil de verificar as tipologias de depressão é classificá-las em depressões endógenas e depressões reativas.
Para o autor, as depressões endógenas se constituem em resposta a um processo interno ou endógeno desconhecido. Essas depressões não são desencadeadas por algum processo externo, simplesmente tomam conta do sujeito, são cíclicas e se repetem regularmente. Elas respondem a tratamentos com drogas, e suas causas são de natureza orgânica, como a hormonal, podendo também, ser predispostas geneticamente. As depressões reativas, por sua vez, são as mais comuns e são causadas por acontecimentos externos aos sujeitos, não apresentam ciclos regulares, não respondem a tratamentos com drogas, não têm caráter genético e seus sintomas são mais leves do que o das depressões endógenas.

O dia-a-dia do professor – ensinando a amparar e apreendendo o desamparo
Na obra “Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte” (1977), Seligman desenvolve a intrigante tese de que as depressões reativas podem ser explicadas a partir do desamparo aprendido. Segundo o autor, o desamparo aprendido se caracteriza pela lentidão do indivíduo em dar início a respostas voluntárias, acreditando-se impotente e desesperançado, situação que se inicia como uma reação à perda de controle sobre gratificações e sobre a minoração do sofrimento. Não é um pessimismo generalizado; é antes um pessimismo dirigido para as suas próprias ações. O indivíduo aprende que responder é independente de reforço; assim, o modelo sugere que a causa da depressão decorre da constatação de que toda a ação é inútil.
Sendo assim, não é a perda de reforçadores gratificantes que causa depressão nos indivíduos, mas a perda do controle sobre os reforçadores. Essa perda é um fenômeno que decorre de fatores externos ao sujeito; desse modo, quando este é submetido a situações constantes de estímulos incontroláveis, aprende que responder se torna inútil, desencadeando-se a sensação de desamparo.

http://www.ambientelegal.com.br/a-loucura-no-trabalho-docente/

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