Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
E é por isso que defendo uma
neurociência crítica, uma neurociência que queira avançar mas que
entenda que nem tudo lhe cabe; uma neurociência que não idolatre a si
mesma e ao cérebro, mas que compreenda que o cérebro faz parte do
sistema nervoso da mesma forma que o sistema nervoso faz parte do corpo e
que este corpo compõe um organismo que interage com outros organismos e
com o mundo e é por este afetado; uma neurociência que pratique o
reducionismo no laboratório, onde reduzir o foco de análise é
fundamental, mas que fora dele dissemine e contribua para uma visão
complexa e multifatorial dos comportamentos e problemas humanos; uma
neurociência que não venda soluções mirabolantes e mágicas e que aja com
grande cautela na explicação e prescrição de soluções para os problemas
humanos; uma neurociência que entenda que a ciência avança através da
crítica e da autocrítica e não do dogmatismo e do autoenaltecimento.
Enfim, uma neurociência que pense e repense a si mesma continuamente e
que dialogue em pé de igualdade com outros campos do saber. Como bem
aponta o meu ex-professor e pesquisador Saulo Araújo, neste artigo, "se
a ciência tem uma função primordial, ela consiste na promoção do exame
crítico da realidade, mas não na criação de histórias fantásticas e
mitos alienantes. E se não podemos encontrar respostas definitivas para
certas perguntas que temos levantado sistematicamente ao longo dos
tempos, isso talvez aponte para certos limites de nosso conhecimento, o
que nos obriga a recordar permanentemente os obstáculos que persistem,
para não corrermos o risco de cair em novas formas de dogmatismo".
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