Nesta
entrevista, o psiquiatra Jurandir Freire Costa, pesquisador emérito do
Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(IMS/UERJ), comenta a explosão de casos de depressão no Brasil e no
mundo e propõe um olhar mais abrangente sobre a doença, que vai além da
medicalização patrocinada pela indústria farmacêutica. “Daqui a vinte
anos, talvez, possamos vir a compreender a depressão psiquiátrica para
além da indústria farmacêutica. E, então, vir a pesquisar, com o respeito que exige essa enigmática forma do sofrimento humano, o que é a depressão”, afirma Jurandir.
"ao longo dos últimos 30 anos, a depressão se tornou uma espécie de
“joia da coroa” da indústria farmacêutica. Ou melhor, a sua “bijuteria”,
uma vez que a propaganda em torno da eficiência dos antidepressivos de
última geração nem de longe corresponde aos fatos. É verdade que
progressos significativos foram conquistados na área da
Psicofarmacoterapia, mas ainda resta muito “a conversar” sobre
depressão. Duas questões, ao menos, precisam ser tratadas em maior
profundidade: o que se entende por depressão? E como chegar a um
diagnóstico padronizado e aceito em todas as culturas?
(...)
"Devemos ser mais modestos e ouvir com mais atenção as advertências de
sociólogos, antropólogos, historiadores das mentalidades, psicólogos
sociais e outros especialistas que alertam para o etnocentrismo que
ainda caracteriza o processo de classificação de doenças".
https://saudeamanha.fiocruz.br/a-fronteira-do-sofrimento-humano/#.WPzgs0Xytdh
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