"O fato é que a ética da Atenção Psicossocial exige renunciar à utilização do fármaco como resposta a priori para todo e qualquer tipo de queixa. Para isso é necessário ampliar suas “bases de conhecimento” – é claro que também se exige a crítica à formação centrada na visão estritamente médica, neurofisiológica – ampliação que em outros tempos, diga-se de passagem, a psiquiatria já cultivou e que alguns psiquiatras felizmente continuam cultivando."
"A transcendência da medicalização exige compreender e operar a posição relativa do fármaco – a ponto de talvez concluir que ela tem uma função secundária, na maioria dos casos; tanto porque será utilizado como retaguarda, quanto porque não será utilizado em muitos casos. Também poderá haver algumas poucas situações em que a medicação será protagonista; em outras, como nas situações de consideração do sujeito, ela pode ser utilizada a serviço de “fazer falar” (PROTA, 2010)."
Um psiquiatra não tão médico: o lugar necessário da psiquiatria da Atenção Psicossocial
Nenhum comentário:
Postar um comentário