psiquiatra behaviorista radical
Felipe Corchs
É proposto neste artigo que o papel do neurocientista é explicar como o ambiente determina o organismo e não como o organismo determina o comportamento. Do psiquiatra, enquanto conhecedor das neurociências (e,
quem sabe um dia, da análise do comportamento), é fazer uso de ambas no sentido de mudar comportamentos-problema.
Num primeiro exemplo, mais fácil de explicar, observou-se que os níveis
cerebrais de neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina, tão apontados como ‘‘causas’’ de depressão e ansiedade3, se mostraram dependentes de variáveis ambientais, mudando em função do esquema de reforçamento em vigor (Barrett & Hoffmann, 1991).
Maior evidência de que o organismo é parte do comportamento e não sua causa? Finalmente, começam a surgir na literatura evidências de relação entre variáveis culturais e funcionamento cerebral (Hedden, Ketay, Aron, Markus, & Gabrieli, 2008). 5
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Não se nega aqui sua participação nestes processos, principalmente no processo de modificação de sensibilidade ao ambiente (e.g., Corchs, Nutt, Hood, & Bernik, 2009); apenas questiona-se o status explicativo atribuído a esses neurotransmissores.
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