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terça-feira, 17 de abril de 2018

Atenção Psicossocial

Atenção Psicossocial é o primeiro termo trabalhado pelos autores, o qual se trata de uma busca por alternativa à racionalidade psiquiátrica, enquanto redução do funcionamento psíquico ao seu funcionamento neurobioquímico e aos processos cerebrais, nomeando  os desvios a esse funcionamento de transtornos mentais. A Atenção Psicossocial, pelo contrário, procura olhar para o sofrimento humano em seu vínculo com o plano de vida.

O sujeito da experiência da loucura, antes objeto de saber, era isolado para receber o tratamento terapêutico. Hoje, deixou de ser objeto e transformou-se em sujeito, seu cuidado torna-se criação de possibilidades, cujo acontecimento se dá na vida cotidiana, assim como os desafios que devem ser enfrentados.
 
A Atenção básica compartilha com a atenção psicossocial a forma de olhar o sujeito que adoece. Este olhar não se limita a um corpo que adoece, ele é atravessado por múltiplos planos (histórico social, econômico) e pelas múltiplas histórias que compõe a singularidade de cada situação.
 
Atenção psicossocial e atenção básica também podem compartilhar uma armadilha que se apresenta no cotidiano de ambos os serviços, a lógica manicomial. Esta lógica supera as estruturas físicas do manicômio, podendo estar presentes em outros espaços. Caracteriza-se por ser um poder normatizador que exclui e reprime, não só os loucos, mas todos aqueles que saem dos limites da “boa conduta”, aqui entram os homossexuais, dependentes químicos, moradores de rua, etc.
“Especificamente nos espaços e serviços da saúde mental, este poder se evidencia quando profissionais não conseguem operar um cuidado efetivo, especialmente nas crises, e têm como única solução a intervenção medicamentosa e a internação. Ou, mais sutilmente ainda, quando as intervenções dos profissionais são pautadas por julgamentos morais que prescrevem aos usuários modos corretos de se comportar ou de agir frente as contingências que a vida apresenta. Cabe aqui ressaltar que o uso extensivo e indiscriminado dos medicamentos psicotrópicos é prática naturalizada nos serviços de saúde e, em especial, na Atenção Básica. ”
 
https://madinbrasil.org/2018/04/atencao-psicossocial-atencao-basica-e-territorio-o-que-estes-tres-termos-aportam-para-as-politicas-de-saude-publica/

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