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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Paternalismo médico

Prof. José Roberto Goldim


Na prática médica atual ainda são realizadas ações paternalistas, isto é, alguns profissionais, muitas vezes presionados pela família dos pacientes, tomam decisões sem consultar as preferencias individuais dos mesmos, assumindo o que supõe ser o melhor para eles. As diferentes citações a seguir ilustram diferentes posições e caracterizam as diversas formas de paternalismo que podem ser caracterizadas.

Paternalismo é a colocação de limites à autonomia individual, com o objetivo de beneficiar uma pessoa, cuja autonomia esteja limitada, ou prevenir um dano.


Quando se trata de pacientes incapazes ou sem vontade, o paternalismo médico sempre tem que justificar-se, e a responsabilidade da justificação sempre recairá no que pratica o paternalismo. A pergunta chave deve ser: "é algo que o paciente claramente consentiria se estivesse informado e fosse plenamente capaz ?" Inclusive neste caso o médico deve ter respeito pela autonomia do paciente.

Charlesworth M. La bioética en una sociedad liberal. Cambridge: Cambridge, 1996:148.

O paternalismo médico é falho porque anula um elemento essencial na ética deontológica (ética do dever profissional) central da medicina, o respeito à pessoa. É necessário purificar a degeneração paternalista que tomou conta da tradição hipocrática. O núcleo da relação com o paciente é o bem.

Pellegrino ED, Thomasma D. For the patient's good: the restoration of beneficence in medical ethics. New York: OUP, 1988:68.
https://www.ufrgs.br/bioetica/autonomi.htm

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