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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Medicina financeira: A ética estilhaçada

Na obra, o pesquisador questiona se, na vida real, o principal objetivo da medicina contemporânea é de fato o paciente. Para Vianna, este é substituído pelo médico, pelo hospital, pela ciência, pelo plano de saúde, pela sociedade, ou, quando muito, pelo ‘cliente consumidor. Todo esse desvio ocorre em uma atmosfera já marcada pelo impacto do avanço tecnológico, agora agravado pela financeirização da medicina, com uma mais profunda e perversa deterioração da relação entre médico e paciente. O autor analisou como cada um desses componentes tem prioridade em relação ao paciente no sistema de atenção à saúde. Provocador, Vianna questiona e até ironiza a prática médica atual.“O paciente, essa peça fundamental para a existência da medicina, como uma engrenagem sem a qual todo o sistema não funciona, até porque justifica toda a existência do próprio sistema – e em seu nome são levantadas todas as justificativas de resoluções de condutas, principalmente as mais conflituosas – definitivamente, não funciona nem como motivo condutor das ações individuais, nem como finalidade global do sistema”, afirma Vianna.Depois de mais de vinte anos de observação e prática profissional, o médico se debruçou em pesquisas acadêmicas para examinar a doença da medicina contemporânea. O diagnóstico a que chegou aponta para a falta de uma matriz para a já tão enfraquecida ética médica.

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