O maior problema de não querer se tratar não é a volta do "transtorno psiquiátrico". Mas é a situação de disputa sobre a limitação da liberdade do paciente para o seu alegado próprio bem (paternalismo). É uma barreira atitudinal na sociedade muito grande porque muitos profissionais e quase todos os leigos têm um entendimento psiquiatrizante da argumentação impertinente como sinal de uma causa orgânica subjacente (surto). É raro as pessoas leigas e profissionais que contextualizam a situação do paciente mental como algo inteligível e legítimo. O diagnóstico psiquiátrico funciona como uma maneira de fazer a pessoa aceitar tudo, não falar nada desagradável, obedecer e não argumentar. Essa situação de disputa aumenta a frequência desses comportamentos opostos numa situação de limitação de liberdade para impor o tratamento psiquiátrico involuntário.
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