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quinta-feira, 12 de março de 2020

Sobre a relação com a loucura

Pacientes psiquiátricos reclamam do tratamento cruel dado por pessoas que buscam fazer cumprir padrões sociais. Padrões sociais não são desnecessários ou indesejáveis e nem gratuitos. A estigmatização de maus comportamentos em termos de suas consequências também não é gratuita. Nem o prestígio de bons comportamentos é gratuito.

O discurso da normalidade defende que as pessoas normais é que adotam bons comportamentos. A saúde mental pode questionar esse discurso.

Há também o discurso de que ser legal é ser democrático e não exigir padrões ou não buscar altos padrões.

Devemos tolerar qualquer coisa no espírito de ter uma relação positiva com a loucura?

Devemos ser exigentes com normas sociais para que se produzam bons comportamentos?

Será que atingir altos padrões também não é uma forma de ser legal? E não apenas ser legal no sentido de aceitar tudo democraticamente?

O paciente psiquiátrico é uma vítima passiva que apenas sofre ações e merece empatia e apoio? Ou é um agente que deve ser culpado do que faz (ser responsável)? É uma questão de perspectiva e atitude. Ou talvez de função social.

A aceitação teria que acompanhar bons métodos de intervenção: bom planejamento de condições ambientais. Será que é legal ser um coitado e medíocre ou será legal atingir altos padrões? Deverá ser aceito não fazer o que deve? Deve ser dada liberdade absoluta sem preocupação com padrões sociais?

São todos discursos que perpassam a relação com a loucura ou os pacientes psiquiátricos e que necessitam de bom esclarecimento conceitual para uma boa relação com a loucura. Perpassa também a rigidez das exigências para cumprir normas sociais num dos extremos ou a aceitação negligente da liberdade absoluta no outro extremo.

Uma dessas atitudes pode formar classes de comportamentos que afetarão outros comportamentos relevantes para a produção de soluções ou de problemas maiores.

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