Muitos pais de pacientes psiquiátricos têm a mentalidade de que a liberdade deve ser limitada para favorecer suas exigências e expectativas. Se o filho quiser evitar um diagnóstico, quiser evitar aumentar a dose ou quiser reduzir a dose das drogas psiquiátricas precisa aceitar que ele está internado dentro de casa pois internado significa perda de liberdade e de direitos (é uma forma de interdição).
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
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domingo, 31 de maio de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Qualquer coisinha é um "problema orgânico"
Se a psiquiatria biomédica estivesse bem encaminhada não precisava de psiquiatria crítica. É triste que a população em geral acredite que qualquer coisinha fora do ideal seja um problema orgânico que precisa de tratamento psiquiátrico. Qualquer erro, exasperação ou atitudes poucos estéticas sinal de um "surto" ou um "diagnóstico". É o raciocínio da causa subjacente (modelo médico) por toda a parte. Se a condição humana não for o paraíso na Terra deve ter alguma coisa errada com o organismo.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Comissão monetária para internação psiquiátrica
A lei da reforma psiquiátrica prevê que se devem tentar outras alternativas antes de indicar internação psiquiátrica. Mas acredito que há má vontade em relação à essa tarefa por parte dos psiquiatras biológicos. Pois uma pessoa que não quer se identificar já viu psiquiatra externo ao hospital psiquiátrico contando bastante dinheiro (um bolo grande de dinheiro) dentro do hospital psiquiátrico.
terça-feira, 26 de maio de 2020
Tabela Modelo Asilar e Modelo Psicossocial
Quadro 1: Quadro comparativo entre o Modo Asilar e o Modo Psicossocial
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Parâmetros
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Modo Asilar
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Modo Psicossocial
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Objeto e meios
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Objeto
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Meio de trabalho
|
Objeto
|
Meio de trabalho
| ||||||
de trabalho
|
Determinações
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Medicamento
|
Determinantes
|
Conjunto amplo de
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orgânicas
|
Indivíduo passivo
|
políticos e
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dispositivos
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Pouca ou
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no tratamento
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biopsicosociocultur
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(psico/labor/socioterapi
| |||||||
nenhuma
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Intervenção
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ais
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as)
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consideração
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individualizante
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Importância
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Sujeito participante
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da existência
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Fragmentação da
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atribuída ao sujeito
|
principal no tratamento
| |||||||
do sujeito
|
atenção,
|
Sujeito inserido
|
Inclusão dos grupos
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Individuo
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especializada e
|
num contexto
|
familiares e sociais no
| |||||||
como doente
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hierarquizada
|
familiar e social
|
tratamento
| |||||||
Individuo
|
Outros campos de
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Sofrimento como
|
Reposicionamento do
| |||||||
fragmentado
|
saber como
|
parte da existência
|
sujeito: agente
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Psicose como
|
acessórios
|
Existência-
|
implicado no
| |||||||
doença
|
sofrimento
|
sofrimento e agente da
| ||||||||
Sofrimento
|
Cena principal
|
possibilidade de
| ||||||||
removido a
|
universal: o
|
mudanças
| ||||||
qualquer custo
|
simbólico,
|
Reinserção social do
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Cena principal
|
englobando o
|
sujeito
| ||||||
universal: o
|
psíquico e o
|
Atenção integral e
| ||||||
orgânico
|
sociocultural
|
equipe interdisciplinar
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Metas: Hospitalização,
|
Metas: Desospitalização,
|
desmedicalização e
| ||||||
medicalização e objetificação
|
implicação subjetiva e sociocultural
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Dispositivo
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Hospital psiquiátrico
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CAPS, NAPS, Hospital-Dia, Ambulatórios de
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institucional
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Relações verticais entre trabalhadores
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Saúde Mental, equipes multiprofissionais nos
| ||||||
e entre estes e a população
|
centros de saúde e nos hospitais gerais e
| |||||||
Relações de poder e saber altamente
|
demais componentes da RAPS.
| |||||||
estratificadas entre trabalhadores e
|
Relações horizontais entre trabalhadores e
| |||||||
entre estes e a população
|
entre estes e a população
| |||||||
Instituição como natureza morta
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Relações de poder e saber horizontalizadas
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Metas: Estratificação, interdição
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entre trabalhadores e entre estes e a população
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institucionais, heterogestão e
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Instituição a serviço da ética e da técnica
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disciplina das especialidades
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Metas: Participação, autogestão e
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interdisciplinaridade
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Relacionamento
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Espaço de relação entre doentes e
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Espaços de interlocução
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com a clientela
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sãos
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Práticas de intersubjetividade horizontal
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Lócus depositário
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Sujeito fala, participa do diálogo e trabalha na
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Interdição do diálogo, imobilizando e
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e pela fala
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emudecendo o usuário
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Ponto de fala e de escuta da população
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Reprodução das relações
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Dispositivos integrais territorializados
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intersubjetivas verticais
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Metas: interlocução, livre transito do usuário
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Metas: imobilidade, mutismo e
|
e territorialização com integralidade
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estratificação da atenção por níveis
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Efeitos típicos
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Hipertrofia dos “defeitos de
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Reposicionamento subjetivo
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tratamento” como cronificação asilar
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Ética da singularização
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ou benzodiazipinização
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Metas: Implicação subjetiva e sociocultural e
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Remoção dos sintomas
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singularização
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Ética da adaptação
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Metas: Adaptação
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Fonte: quadro elaborado pela autora a partir do texto de Costa-Rosa, 2000.