A definição de habilidades sociais inclui um elemento de valorização social que não incorpora críticas às limitações da cultura hegemônica e também em incorporar a diversidade cultural e naturaliza essa limitações como padrões pelos quais se define habilidades sociais e saúde. Essa definição parece ser cúmplice da medicalização do diferente ao não incorporar a crítica histórica da contracultura e da luta antimanicomial que reconhece o potencial opressor da cultura hegemônica. Na medida em que a cultura hegemônica e manicomial possui limitações invisibilizadas a definição de habilidade social e saúde vai utilizar o critério real de adesão à cultura hegemônica. Nesse sentido, a pessoa que adere acriticamente à cultura hegemônica vai ser considerada habilidosa e saudável enquanto que a pessoa com habilidades críticas ou culturalmente diversa irá ser considerada como não habilidosa e não saudável, isto é, como tendo um déficit de habilidades sociais e um transtorno psiquiátrico ou psicológico. A experiência de opressão fará com que a pessoa vitimizada se comporte de maneira não valorizada pela cultura opressora tomada como padrão de saúde e virtude. A valorização ou desvalorização vai ser relativa ao grupo social tomado como referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário