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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Drogas psiquiátricas e restrição química (coerção)

 A sociedade também pratica ou sustenta outras formas de contracon-

trole, nem todas elas justificáveis como medidas protetoras. Nas

instituições, onde a pressão pública reduziu enormemente o uso de

restrição física para controlar o retardado ou o psicótico, restrição

química é ainda praticada extensivamente. Drogas têm substituído a

camisa de força como uma maneira de controlar pacientes que não

colaboram.

Pacientes institucionalizados que mostram distúrbio visível

— talvez justificado — com relação à alimentação, a programas

terapêuticos ou à dignidade de suas interações com a equipe prova-

velmente receberão drogas "para acalmá-los". E uma vez que uma

droga se demonstre bem-sucedida em tornar o paciente cooperativo

é improvável que alguém faça mais tarde um teste para determinar

se a dose é muito alta ou se a droga ainda é, de todo, necessária.

Drogas psiquiátricas são, elas mesmas, uma técnica de contracon-

trole particularmente útil para terapeutas que são incapazes de ou

que não estão dispostos a identificar as causas ambientais da con-

duta que supostamente devem tratar.


Não-cientes de que técnicas comportamentais estão

disponíveis, médicos desesperados recorrem à restrição química

como uma última medida de contracontrole.


Coerção e suas implicações - Sidman

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