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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Diagnóstico tardio de autismo

Enquanto a criança autista tem grandes prejuízos, o adulto diagnosticado tardiamente geralmente constrói uma vida em cima dessa narrativa ou nova identidade. São bem diferentes as duas situações.

Está se banalizando o diagnóstico de autismo em adultos para justificar porque algumas pessoas são diferentes e menos sociáveis. No DSM-V tudo pode ser a gradação de algum diagnóstico. Os médicos insistem em alegar problemas orgânicos mesmo que as pesquisas tenham dificuldade de encontrar algo. Acho que o critério deveria ser o comportamento. A pessoa com autismo para mim é aquele que na infância não desenvolve a fala ou tem atrasos grandes na fala. Existem casos de autistas com problemas orgânicos associados mas o autismo pode surgir de condições aversivas que atrapalham o desenvolvimento de comportamentos e a aprendizagem de comportamentos vai se tornar mais difícil porque a criança se torna menos responsiva socialmente. Mas se a pessoa cresceu sem perceber eu acho que é apenas medicalização da diferença mesmo. A pessoa passa a gostar daquela identidade e pode tentar pleitear direitos. Mas também existe o movimento da neurodiversidade que é composto por muitos autistas. Eu acho que ele pode estar querendo se assumir como autista para ter o direito de ser diferente. O movimento da pessoa com deficiência é bem bacana em relação à diversidade. O diagnosticado tardio pode estar querendo usar o diagnóstico de autismo também para exigir mudanças no ambiente social dele.

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