A praticidade de poder forçar medicamentos num paciente psiquiátrico é visto pelos psiquiatras como um grande avanço para o tratamento. Assim como a estabilidade de dose é vista como um grande avanço terapêutico.
Como interpretar isso de acordo com situações concretas e não a partir do modelo médico?
Não ter que administrar a droga forçadamente todo dia pode reduzir o nível de coerção necessário na relação com o paciente psiquiátrico. Coerção diária que poderia se transferir para outros aspectos da relação.
Já a estabilidade de dose pode significar situacionalmente que a pessoa é deixada mais à vontade sem se ficar diariamente monitorando e interpretando tudo como sintomas que tornaria necessário fazer ajustes nas drogas psiquiátricas. A preocupação exagerada com o tratamento farmacológico se reduz. Por se ter certeza que a dose foi administrada é possível humanizar os comportamentos do paciente psiquiátrico interpretando-os como características pessoais, psicológicas ou situacionais. O olhar medicalizador é dessa forma reduzido. É possível que a mesma situação poderia ser reproduzida sem injeções de depósito com comprimidos ou mesmo sem drogas psiquiátricas.
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