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domingo, 26 de setembro de 2021

O papel da psiquiatria no holocausto alemão

Resumo do artigo de Breggin.

Link do artigo original: 

http://breggin.com/wp-content/uploads/2008/01/psychiatrysrole.pbreggin.1993.pdf

A psiquiatria moderna teve o papel de antecipar o assassinato em massa na Alemanha. Em 1920 um psiquiatra alemão famoso defendeu a esterilização, castração e eutanásia para as pessoas consideradas crônicas e inaptas para o trabalho. Hitler leu esse livro na prisão e usou esse autor no livro dele. Hitler não foi um maluco em sua época. Ele e esse tipo de prática eram respeitados pela comunidade médica alemã, americana e a comunidade internacional de médicos. A associação americana de psiquiatria e a revista científica de psiquiatria americana apoiaram esse programa. Os Estados Unidos inspiraram os alemães.

As pessoas selecionadas pelos médicos para serem esterilizadas, castradas ou sofrerem eutanásia incluíam todas as pessoas internadas em hospitais psiquiátricos e alguns autores defendiam que isso não era suficiente e que era necessário eliminar os irmãos e a família inteira devido aos genes recessivos.

Os psiquiatras alemães começaram antes da 2a. guerra por conta própria o extermínio de pacientes mentais. Depois Hitler oficializou e quando houveram reclamações e Hitler retirou o status oficial do programa eugenista os psiquiatras alemães continuaram por conta própria. Os métodos criados pelos psiquiatras alemães foram transpostos pelos próprios como consultores para os campos de extermínio. A prática de extermínio dos psiquiatras alemães foi como um projeto piloto que testou a aceitação popular dos alemães para o extermínio de pessoas do próprio país.

Os psiquiatras Kraeplin (fundador da psiquiatria moderna) e Breuler (criador do termo esquizofrenia) eram eugenistas. Breuler chegou a elogiar o programa de Hitler na propaganda de um livro. O modo de pensar da psiquiatria moderna atual tem todos os pontos da psiquiatria alemã da época menos a eutanásia. 

Na época ninguém levantou dúvidas sobre a ciência psiquiátrica, a antropologia e a ciência comportamental (psicológica). Isso foi considerado de maneira defensiva como as ações e pensamentos de alguns poucos indivíduos mas era amplamente aceito e discutido pelos médicos e cientistas sociais e outras áreas. A psiquiatria moderna enxerga o indivíduo como objeto, ou uma aberração bioquímica ou genética ou uma doença, fazendo com que este seja visto como sub-humano. Essa é a fonte do defeito moral da psiquiatria moderna segundo Breggin.

Por respeito à psiquiatria moderna historiadores não costumam comentar sobre a psiquiatria e seu papel no holocausto alemão. Os psiquiatras alemães não foram condenados no tribunal de Nuremberg porque o responsável era um psiquiatra eugenista americano.

O primeiro princípio é o tratamento involuntário. O segundo princípio o hospital psiquiátrico estatal. O terceiro princípio é a aplicação de diagnósticos médicos a problemas psicológicos, espirituais, sociais e políticos. Separando as pessoas consideradas inferiores e as consideradas superiores. O quarto princípio é o modelo médico ou biológico para as diferenças humanas ou transtornos psicológicos. O quinto princípio é o assalto físico ao corpo e ao cérebro com intervenções prejudiciais e incapacitantes. O sexto princípio é a eugenia involuntária. O sétimo princípio é a eutanásia. O oitavo princípio é a seleção médica das pessoas.

Os responsáveis pelo tribunal de Nuremberg chegaram à conclusão que o holocausto poderia não ter ocorrido se não fossem o programa de extermínio dos psiquiatras e que Hitler ter aplicado isso na Alemanha foi um acidente.

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