A reforma psiquiátrica antimanicomial é muito frequentada por psicanalistas, que têm muito prestígio na área. Isso porque a reforma psiquiátrica antimanicomial visa modificar a relação da cultura e sociedade com a loucura. Isso é um caminho que considero válido pois o ambiente é determinante importante do sofrimento psíquico. Não seria justo caber somente ao indivíduo diagnosticado fazer malabarismos habilidosos para aprender a viver em sociedade que foi o determinante de seus problemas.
Mas percebo uma limitação no discurso dos psicanalistas: se não dão conta de como otimizar aprendizagem ou modificar comportamentos de forma suficiente partem para intervenções culturais. Além disso, o discurso que critica o imediatismo nos tratamentos pode ser analisado como uma defesa de tratamentos que levam décadas para fornecer alguns resultados. Por outro lado, as leituras sociais da psicanálise considero potencialmente interessantes em suas interfaces com as ciências humanas.
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