[Uma observação realista]
A hegemonia cultural da medicalização reflete em parte o desejo por padrões. O que é desejável é formado culturalmente mas há também um componente biológico nisso que não tem como desaparecer embora seja parcialmente alterável ou remanejável (a motivação pelo reforçador e a evitação do aversivo). Apesar de ser bom que as pessoas reflitam criticamente sobre os padrões culturais, pedir que as pessoas desistam dos padrões é pedir que abram mão do desejável ou melhor não cumprir condições que levam a obter o desejável (reforçador). Se o pensamento medicalizante e a prática medicalizante levam a cumprir algum padrão que leve a obter algo desejável, isso é portanto visto como um custo necessário. Conclusão: a indústria farmacêutica recebe dinheiro pois está propondo satisfazer as pessoas. Por isso falar apenas em riscos da medicalização ou em aceitação não convence certas pessoas.
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