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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

O espantalho da "indústria ABA" do autismo

A crítica à medicalização do diagnóstico de autismo pelas áreas socialmente críticas costuma ser direcionada à construção de uma indústria da análise do comportamento aplicada no Brasil. No entanto, essa área de conhecimento é a parte menos problemática da cadeia produtiva em torno do autismo. Enquanto a disputa ocorre em torno da preferência de tratamento e suas implicações para o financiamento de saúde, é menos discutido sobre os fundamentos teóricos do diagnóstico de autismo sem uma distinção necessária de ser feita a respeito de compromissos com o organicismo e a psiquiatria biológica das áreas de neuropsicologia, neurociência cognitiva e cognitivismo de um lado e o comportamentalismo de outro lado. Os responsáveis pelo diagnóstico em parceria com a psiquiatria biológica são pessoas da vertente cognitivista e portanto os responsáveis pela introdução das pessoas no sistema de saúde e seu contato com possíveis aspectos problemáticos do mesmo. A análise do comportamento aplicada tem potencial de ser resolutiva independentemente de diagnóstico ou medicamentalização já que seu referencial é o comportamento operante sem necessidade de compromisso com o modelo biomédico em saúde mental. Basicamente, a crítica que está sendo feita é um argumento de espantalho que se aproveita do mau entendimento público da área de análise experimental do comportamento.

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