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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

"Malícia" na saúde e prevenção quaternária


"Malícia" na saúde e prevenção quaternária

"E, sendo sincero, não se sabe o que é pior, seja a malícia, a ingenuidade, a ignorância ou a imprudência, tudo o que pode levar à arrogância, à falta de humildade, ao desprezo da incerteza e ao esquecimento da dúvida sistemática (7) ".

"Nossos pacientes são pessoas e merecem atenção personalizada, prudente e positiva". A medicalização do cotidiano está se tornando um problema em relação aos direitos humanos, e é surpreendente ver isso na era da refinação da demanda, da autonomia do paciente e da liberdade de escolha, a sociedade aceita quase sem protesto que o abuso contra os direitos das pessoas (30) ".


"A medicina pode fazer muito bem, mas também pode causar muito mal, mais por ação do que por omissão. Nesse sentido, o médico bem treinado, com seu comportamento correto e com sua consciência viva, é a última barreira deixada para o paciente e a sociedade diante de uma pressão que "explora" o desejo inveterado da eterna juventude (que já consiste no poema Gilgamesh, 2000BC), com a demanda de "tudo, aqui e agora". Falamos de prevenção quaternária para designar o conjunto de atividades de saúde que atenuam ou evitam as conseqüências de intervenções desnecessárias ou excessivas do sistema de saúde (27,28). Fazer a prevenção quaternária está dizendo "não" a muitas propostas francamente indecentes e oferecendo alternativas prudentes e científicas (a ética do negativo e a ética de compartilhar a ignorância). Fazer a prevenção quaternária está mudando o medo que explora a malícia sanitária para o bem-estar de saber que o importante é a qualidade de vida."

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Sofrer bullying de irmãos aumenta em 3 vezes risco de distúrbios psicóticos

https://super.abril.com.br/comportamento/sofrer-bullying-de-irmaos-aumenta-em-3-vezes-risco-de-disturbios-psicoticos/


Sofrer bullying de irmãos aumenta em 3 vezes risco de distúrbios psicóticos

Os sintomas podem aparecer só no início da vida adulta.

(mesmo avaliando uma condição psicossocial ainda dão uma interpretação baseada no modelo médico)

discurso normal

A maioria das pessoas são iguais e comuns e se adaptam a sociedade por isso. Já o diferente só pode ter defeito no cérebro pois ninguém tem o direito de ser diferente. Pessoas normais são saudáveis e perfeitas e não incomodam ninguém pois tem apoio do médico.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

o mito dos 6 meses sem psicoativo (atualizado)

Passar 6 meses sem nenhum incidente está muito bom. Parece que o único jeito de ter saúde é ter uma vida sem incidente nenhum. Isso é difícil. Há toda uma construção de saúde difícil de fazer que não acontece naturalmente.

Atualização (maio 2022):

O evento internacional sobre retirada de drogas psiquiátricas de 2022 mostrou que os primeiros momentos são mais difícil e depois ficar cada vez melhor. Afirmaram que até lá onde há uma Organização sobre isso é difícil encontrar médicos que apoiem e entendam. Sugeriram que a identidade médica atrapalha a disposição dos médicos. 


Prevenção quaternária

https://pt.wikipedia.org/wiki/Preven%C3%A7%C3%A3o_quatern%C3%A1ria

Prevenção quaternária

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Prevenção quaternária é o conjunto de ações que visam evitar danos associada às intervenções médicas e de outros profissionais da saúde como excesso de medicação ou cirurgias desnecessárias (iatrogenias).[1] Assim, quando o tratamento for considerado pior que a doença, deve-se buscar uma alternativa a esse tratamento.[2]
A prevenção quaternária deve prevalecer em qualquer outra opção preventiva, diagnóstico e terapêutica, segundo o princípio hipocrático:primun non nocere (em primeiro lugar, não prejudicar [o paciente]).[3]

 [...]

revisão antidepressivos funcionam

Professor John Read
11 h ·

My letter to the Guardian about their coverage of the Lancet’s antidepressant review yesterday:

Your article ‘The drugs do work:antidepressants are effective, study shows’ (22.2.2018) was disappointingly uncritical.

There are already 65 million prescriptions a year in the UK, double the rate of ten years ago. One in 13 men and one in 7 women are already receiving these drugs. Yet your article suggests that a million more people should be on these drugs.

It is easy to artificially and temporarily lift mood with chemicals, but chemicals cannot address the social causes of human distress. The idea that antidepressants are treating a chemical imbalance that somehow causes depression has been debunked as a drug industry created myth. Several of the paper’s authors are employed by this industry.

Neither the research paper nor your article report any of the serious adverse effects that lead most people to throw away the drugs within a few weeks. Our own study, the largest direct-to-consumer survey to date, found that more than half reported emotional numbing, sexual difficulties and withdrawal effects. Suicidality as a result of the drugs was reported by 39% and a reduction in positive feelings by 42%.

More balance please.

Professor John Read

University of East London

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

auditory-hallucination-expectation-bias

Researchers say:
"People with schizophrenia who experience auditory hallucinations tend to hear what they expect, an exaggerated version of a perceptual distortion that is common among other people without hallucinations, researchers at Columbia University Irving Medical Center (CUIMC) and New York State Psychiatric Institute (NYSPI) have found.
Those with hallucinations and other psychotic symptoms are known to have elevated dopamine, the main area of focus for available treatments for psychosis, but it was unclear how this could lead to hallucinations. The researchers found that elevated dopamine could make some patients rely more on expectations, which could then result in hallucinations.
The findings explain why treatments targeting the production of dopamine could help alleviate this condition."
https://reliawire.com/auditory-hallucination-expectation-bias/

depression and shame

When we dig deep into the root of depression we often find shame. The kind of toxic shame that manifests itself physically by squashing our life force energy. We shrink. We feel like we mean nothing. We feel like we ARE nothing.
This article explores the relationship between depression and shame, and how to use the power of neuroplasticity to break the cycles of self-loathing, low self-esteem, and self-sabotage: https://irenelyon.com/…/toxic-shame-creates-fallout-call-d…/

Do antidepressants work? The new research proves nothing new

Do antidepressants work? The new research proves nothing new.
Cipriani’s et al's new research on whether antidepressants work has generated much excitement in the news media as well as the psychiatric community. The study has been represented by the Royal College of Psychiatrists as "finally putting to bed the controversy on anti-depressants". This statement is irresponsible and unsubstantiated, as the study actually supports what has been known for a long time, that various drugs can, unsurprisingly, have an impact on our mood, thoughts and motivation, but also differences between placebo and antidepressants are so minor that they are clinically insignificant, hardly registering at all in a person’s actual experience. [ 223 more words ]

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

farmacogenética em crise

link artigo:

O conceito de gene está em crise. A farmacogenética e a
farmacogenômica também?

Resumo

Sabe-se bem que a eficácia de determinados fármacos varia de indivíduo para indivíduo, dependendo em parte da variação dos genes que codificam as proteínas alvos ou enzimas metabolizadoras. A farmacogenética,
como muitos outros ramos das ciências biomédicas, foi impulsionada pelos avanços recentes da genômica, que conduziram às expectativas de que a segurança e a eficácia dos medicamentos seriam melhoradas notavelmen-
te pela personalização da terapêutica, com base nos dados genéticos dos pacientes. Neste trabalho discutimos como a crise do conceito molecular do gene afeta a premissa seguida pela farmacogenética e como o surgimento
de novos paradigmas na biologia molecular e do desenvolvimento sinalizam a impossibilidade de reduzir a complexidade biológica a uma fita de ADN ou a polimorfismos de único nucleotídeo, afetando as perspectivas de individualizar a farmacoterapia nos moldes idealizados, com o medicamento certo, na dose certa, para cada paciente.
Unitermos: gene, dogma central, farmacogenética, farmacogenômica

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Adultismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Adultismo


Adultismo é "o poder que os adultos têm sobre as crianças",[1]Adultismo é definido como "comportamentos e atitudes, com base nos pressupostos de que os adultos são melhores do que os jovens." No seu artigo seminal de 1978, Flasher explicou que adultism nasce da crença de que as crianças são inferiores, professando que adultism pode ser manifestado como o excesso de carinho, possessividade, ou através de inúmeras restrições, todos os que, conscientemente ou inconscientemente, voltadas para o controlo excessivo de uma criança.[17]
"Adultismo convence-nos como crianças que as crianças realmente não contam", relata uma investigação de estudo, e ele "torna-se extremamente importante para nós [as crianças] para ter a aprovação dos adultos e ser 'de boa' com eles, mesmo que isso signifique trair nossos companheiros crianças.
Estas restrições são muitas vezes atribuídas a eufemismos oferecidas para adultos com base na idade sozinho, como "melhor juízo" ou "a sabedoria da velhice".
"o adultismo, que é associada a uma visão de si mesmo com negociações sobre a rejeição e exclusão de subjetividade da criança, sempre esteve presente na cultura ocidental'.[9]

sábado, 10 de fevereiro de 2018

falta rigor científico e sobra “oba-oba” no mindfulness

https://www.comportese.com/2017/10/cientistas-alertam-falta-rigor-cientifico-e-sobra-oba-oba-no-mindfulness


Cientistas alertam: falta rigor científico e sobra “oba-oba” no mindfulness


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Este texto é uma tradução do artigo original “Experts call for more rigor, less hype, for mindfulness and meditation”, publicado por David Orenstein no feed de news da Brown University do EUA.

droga psicoativa versus medicamento

Nomeações:

droga psicoativa: indiscutível
medicamento psiquiátrico: discutível

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

crítica a testes projetivos e antropologia

"Os recursos metodológicos projetivos a que nos referimos não correspondem às técnicas projetivas tradicionalmente empregadas pela psicologia formal ou pelas inferências psicanalíticas pouco afeiçoadas às pautas existencialistas. Há nessas correntes uma necessidade constante de apelar a verdadeiros clichês interpretativos, o que é totalmente incompatível com uma visão sociofenomenológica e construcionista da realidade humana, como entendem as bases filosóficas e epistemológicas da etnopesquisa. A projeção aqui é abordada a partir das próprias temáticas que emergem da situação analisada e se esforça para que o significado apreendido venha à tona impregnado das experiências indexalizadas da cultura e das das problemáticas de vida experienciada pelo atores. Busca-se, em última instância, um pattern social no âmago das projeções, isto é, em meio a uma gama plural de dados projetados, procura-se um conjunto de significados importantes para a pesquisa, que emerge do corpus analisado. Paralelamente a esse trabalho hermenêutico diante do tácito, do subjacente, trabalha-se a compreensão das contradições, dos paradoxos, das insuficiências, das incompletudes, etc.
Como objetos de projeção, podem ser utilizados desenhos dos atores interpretados por eles próprios, opiniões sobre uma obra de arte representativa de uma problemática local, sobre uma peça ou performance, uma música, uma oração, um curso, um poema ou qualquer expressão literária; são materiais pertinentes para o etnopesquisador, interessado que é na densidade simbólica da vida"

"No caso do recurso à técnica projetiva, uma aproximação com a psicologia e com a psicolinguística seria recomendável, ou mesmo a incorporação de pesquisadores dessas áreas sensíveis à mediação social dos fenômenos subjetivos. A consequência natural desse processo de articulação tem conduzido a um rompimento com a exclusividade das técnicas de investigação, fazendo com que dialoguem pesquisadores de diferentes áreas das ciências humanas, interessados em criar dispositivos de pesquisa cada vez mais pertinentes em relação à complexidade das realidades humanas."

Etnopesquisa crítica Etnopesquisa-Formação



O fim da Psicologia está próximo?

http://psicologiadospsicologos.blogspot.com.br/2018/01/o-fim-da-psicologia-esta-proximo.html

O fim da Psicologia está próximo?

 De toda forma, esta expansão das abordagens "neuro" no interior das áreas "psi" (que inclui também a psiquiatria) vem gerando preocupação em alguns pesquisadores, que especulam que em algum momento a neurociência poderá "engolir" a psicologia - se não totalmente, pelo menos hegemonicamente. E com isso, a psicologia, uma disciplina híbrida que historicamente oscila entre abordagens mais biológicas e abordagens mais psico-sociológicas, se inclinaria fortemente para a biologia. Para alguns, isto significaria o fim da psicologia como atualmente a entendemos; já para outros seria uma oportunidade para a psicologia se reinventar e se tornar de fato uma disciplina científica.

 

Homepatia e fundamento científico

Se a homeopatia tem reconhecimento social ou credibilidade por ser uma especialidade médica reconhecida, com a psiquiatra biomédica é quase a mesma coisa (mais complicado). Fundamento científico é diferente de reconhecimento legal da profissão. A prática médica muitas vezes não acompanha a literatura científica.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

linguagem versus corpo

a loucura está na linguagem: algo indiscutível

a loucura está no corpo: discutível

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Chronic Brain Impairment & Psychiatric Drug Withdrawal

Chronic Brain Impairment & Psychiatric Drug Withdrawal

https://www.youtube.com/watch?v=hia6z6uNCfs

Dr. Breggin's speech was delivered on September 18, 2015 via Skype to a conference sponsored by CEP, the Council for Evidence-based Psychiatry in Great Britain, see: http://cepuk.org. Dr. Breggin was introduced by Sami Timimi, M.D. consultant child and adolescent psychiatrist and director of postgraduate education in the NHS in Lincolnshire and a visiting professor of child and adolescent psychiatry at the University of Lincolnshire, where the event took place. See Dr. Breggin's peer-reviewed paper on Chronic Brain Impairment @ http://breggin.com/wp-content/uploads...

domingo, 4 de fevereiro de 2018

ética da atenção psicossocial

"O fato é que a ética da Atenção Psicossocial exige renunciar à utilização do fármaco como resposta a priori para todo e qualquer tipo de queixa. Para isso é necessário ampliar suas “bases de conhecimento” – é claro que também se exige a crítica à formação centrada na visão estritamente médica, neurofisiológica – ampliação que em outros tempos, diga-se de passagem, a psiquiatria já cultivou e que alguns psiquiatras felizmente continuam cultivando."

"A transcendência da medicalização exige compreender e operar a posição relativa do fármaco – a ponto de talvez concluir que ela tem uma função secundária, na maioria dos casos; tanto porque será utilizado como retaguarda, quanto porque não será utilizado em muitos casos. Também poderá haver algumas poucas situações em que a medicação será protagonista; em outras, como nas situações de consideração do sujeito, ela pode ser utilizada a serviço de “fazer falar” (PROTA, 2010)."

Um psiquiatra não tão médico: o lugar necessário da psiquiatria da Atenção Psicossocial

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

relação educador/outro

"É dessa visão, acrescida de uma politização da relação de poder exercida no contato da sociedade do "eu" com a sociedade do outro, que a crítica pós-formal vem dizer de uma visão às vezes alijadora, às vezes bárbara, de se perceber o outro - note-se o outro na e da educação - com uma visão monocular na qual carências, déficits e insuficiências marcadoras são o ponto de partida e de referência. Foi aqui que a prática da desreferencialização do outro se fez norma, foi aqui que a lavagem cerebral agiu sutilmente em forma de violência simbólica (Bordieu) nos espaço escolares. Subordinação inferiorizante passou a ser uma prática necessária e significativa para a condição do aprender. Nesse contexto, aluno e professor foram apreendidos consciente ou inconscientemente como "idiotas culturais" ou "idiotas especializados" (GARKINKEL, 1976; DEMO, 1985) pelos discursos representativos de uma sociedade do "eu", sustentados pelo ideal do ethos liberal colonizador do currículo". p.29

"No caso da educação e do currículo especificamente, o outro na e da educação ainda é um anúncio, porque as pedagogias, em geral, viraram as costas à diferença, por privilegiarem o que emerge como norma e homogeneização. Pensamos, portanto, que a construção do outro na educação e na pesquisa sobre a educação vem desalojar a confortável posição autocentrada das pedagogias do eu e das "tecnologias do eu", sempre despreparadas e de má vontade para pensar e interagir intercriticamente com as alteridades." p. 30

Do livro: Etnopesquisa crítica Etnopesquisa-formação