“[...] a gente fica com os problemas que o médico põe na cabeça da gente” disse
Roger, referindo-se à sua experiência num serviço de saúde mental, quando, em
uma consulta psiquiátrica, recebeu o diagnóstico de depressão. Frase precisa e
clara para se referir à captura da subjetividade pelo poder biomédico que ocupa
um lugar relevante na configuração e constituição dos sujeitos no processo
da reforma psiquiátrica. Roger era um homem branco, casado, pertencente às
classes populares, que enfrentava problemas conjugais e de relacionamento no
trabalho, tão comuns na atualidade. Percebeu-se incomodado e procurou ajuda.
Entretanto, sua experiência em tal serviço acabou por gerar outro problema,
aquele que o médico colocou na sua cabeça, a depressão.
Sujeitos e(m) experiências: estratégias micropolíticas no contexto da reforma psiquiátrica no Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário