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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Comportamento politicamente indesejável

O conceito da análise comportamental do direito de que o comportamento indesejável é decidido politicamente me parece ser a base de toda a problemática da loucura. Um indivíduo é considerado louco para ser fragilizado politicamente, não poder mais defender os próprios interesses ou perspectivas de forma legitimada. A partir disso, se entende como e porque se usa a loucura como argumento: favorecer a perspectiva ou interesse particular e situacional de uma pessoa em detrimento da perspectiva ou interesse da outra pessoa fragilizada. É possível concluir que a reforma psiquiátrica é a problematização dessa política de fragilização de pessoas. Também torna possível entender porque a família, os psiquiatras e sociedade tende a não jogar contra a própria perspectiva para defender direitos, perspectivas e interesses dos chamados "loucos". Inclusive permite perceber como a palavra loucura e os rótulos de diagnósticos psiquiátricos são um instrumento social de fragilização que deveria ser evitado porque deixa de problematizar de forma legítima os embates sociais e os fecha/finaliza em uma relação de poder assimétrica. Também permite entender as razões políticas do sucesso dos "normais" ou a alta preferência por imitar os comuns e majoritários. Ou o fracasso social dos chamados "loucos", inclusive por meio de sabotagem e competição com os "normais". Quando alguém é diagnosticado ou chamado de louco isso é uma tentativa de ganhar ou finalizar um embate social e ensurdecer-se contra os argumentos do outro lado. A autocrítica que falta aos "normais" e psiquiatras/profissionais psi se origina da defesa das próprias perspectivas e interesses. A sociedade majoritária se une com as profissões psi para fragilizar aquilo que considera indesejável e isso é decidido politicamente. Se é decidido politicamente há um embate aberto e legítimo a ser feito.

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