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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Atitudes diferenciais: tomando ou não remédios

 Seria interessante investigar atitudes e comportamentos diferentes do paciente psiquiátrico, da sociedade e familiares em situações nas quais um paciente psiquiátrico está tomando psicofármacos e quando não está tomando psicofármacos. Certamente os conceitos formados (classificação das características do organismo, comportamentos e situações) são diferentes nas duas situações e o repertório comportamental ativado também é diferente (comportamento discriminativo). Portanto a abstinência não é apenas abstinência ou recaída (como os psiquiatras entendem) mas também se comportar diferente.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Bipolaridade – Associação ABRATA

[Comentários sobre palestra de psiquiatra na associação brasileira de pacientes com transtorno afetivo bipolar. Meu objetivo foi mostrar outras possibilidades de decisões epistêmicas (de conhecimento). Não consegui formular um texto devido à característica da palestra. Minhas afirmações tem intenção de instigar curiosidade para procurar literatura científica. Infelizmente são comentários com nicho da análise do comportamento]

Entendimento da doença. Conviver. Controle total. (Aceitar tratamento / crônico / tratamento contínuo → Modelo médico / Estabelecendo repertório comportamental apropriado através de contingências de reforço é idealmente possível recuperar funcionalmente e terminar o tratamento)

Define saúde mental pelo gabarito social ou marcos sociais

(afetivas, profissionais, sociais, físicas e financeiras)

Qualidade cognitiva e emocional (sofisticação de repertório de classes de comportamentos operantes)

Implicações sociais e econômicas (consequência do repertório comportamental)

Def. Equilíbrio entre recursos internos e exigências externas (recursos internos entendido reducionisticamente como cérebro e exigências externas niveladas como semelhantes para todos) / recursos do organismo poderiam ser entendidos como classes de comportamento operante desenvolvidas a partir do ambiente externo)

Sintomas e sinais de uma causa subjacente (modelo médico)

Alteração do humor: sofrimento e prejuízo funcionamento global e habitual / leva em consideração o tempo (consequências de mais impacto do repertório comportamental ocorrem com o tempo)

Mais frequente do que se pensava antes. Consequências graves e complexas (Foi um constructo criado e que foi vendido à população / conjunto de comportamentos rotulados como bipolaridade → circularidade lógica: se tem presença ou ausência de comportamentos então tem bipolaridade e se tem bipolaridade então isso explica os comportamentos)

Problema 80% Genético (pesquisas genéticas com gêmeos podem ser questionadas e podem ser segundo alguns pesquisadores um mau uso da genética / ver no blog)

Uma doença como outra qualquer na medicina. Não é um construto (Para afirmar que um diagnóstico psiquiátrico tem o mesmo status de doenças do resto da medicina os estudos sobre validade diagnóstica da bipolaridade que avaliam a realidade e especificidade de entidade biológica precisariam ser impecáveis e não são).

Não se sabe o mecanismo fisiológico ou causa. Fisiologia básica. Predisposição genética e estresse (Todo mundo recebe a mensagem que se trata de genética e desequilíbrio químico / Pode ser explicado por contingências de reforço por não ter mecanismo fisiológico conhecido)

Condições de nascimento, uso de drogas, genética (saúde biológica é protetor mas não é suficiente pois é possível apresentar repertórios nomeados como bipolaridade apenas por contingências de reforço infelizmente estabelecidas).

Neurotransmissores (Desequilíbrio químico já foi refutado como explicação para transtornos mentais)

Substância química / drogas ilegais (induz comportamentos que conflitam com o gabarito social ou marcos sociais / e em si já seria um problema gerado por contingências de reforço)

Dormir cedo (Não teria como agir de maneira inapropriada durante a noite estando adormecido / favorece bem-estar)

Antidepressivos – risco de desencadear (Psicofármacos interagem com repertório comportamental e contingências de reforço)

Depressão – principal motivo de inaptidão na adolescência / não podemos esperar muito desse ser (Dependendo da eficácia no estabelecimento de contingências de reforçamento)

800 bilhões de dólares de custo. Médico, medicação, terapia, exercício. Potência profissional, INSS, sustentado pela família (Seria mais barato com tratamento eficaz)

Vida funcional. Dependência. (Classes de comportamento operante pré-requisitos e educação profissional competitiva)

Não são eles, é a doença (o repertório é a pessoa / não existe uma entidade análoga a um demônio que controla a pessoa)

Risco de suicídio – 20 a 30 vezes maior

Depressão: a mais incapacitante

Bipolar – crônica, cíclica e fases. Início entre 15 e 30 anos (Fase de estabelecimento de repertório de comportamentos por contingências de reforço / exigências sociais de desempenho)

13 anos para diagnóstico correto

Tipo 1 – 10 anos

Tipo 2 – 17 anos

7 psiquiatras antes

Antidepressivo – piora (uso crônico) – casos mais complexos / usar estabilizador de humor

Relações sociais inadequada / relações profissionais complicadas (Estabelecer repertório comportamental apropriado através de contingências de reforço eficazes)

Casa 3 vezes / Cônjuge não aguenta / acha que é contra ele / não enxerga a doença como um todo (Darwinismo: aptidão reprodutiva)

Doença cerebral – termo chave. Importante mercadologicamente (reducionismo biológico)

doenças clínicas - cardiovasculares, diabetes, hipertensão, colesterol, intestinal, neurológico (enxaqueca), obesidade / glicemia alterada / tireóide / autoimune / câncer / envelhecimento

(comportamentos incompatíveis com saúde física / tratamento danoso ou iatrogênico)

doença inflamatória (inflamação ocorre por outros motivos como comportamentos que não produzem saúde)

doença para toda a vida / verdades transitórias na medicina (Análise do comportamento está fora do radar ou visibilidade social e talvez não seja bem-vinda)

doenças psiquiátricas – pânico, ansiedade, TDAH. Outros diagnósticos – comorbidade

substância química TEPT fobia pânico TOC TDAH (contingências de reforço não favoráveis)

Não tratado / tratamento inadequado – 50% de tentativa de suicídio. 20% de suicídio

Adolescentes pensamento suicida – pais não sabem / Autoestima – insuficiência / doença / culpa / medo reação dos pais

prevalência - 3,3% a 8,3%

tratar cedo – melhor controle / 11 anos / faculdade e casamento / Isso tentou se matar e foi internado / ficão tão bem que param de tomar remédio / param e recaem (Ela induz a família a pressionar o paciente que faz desmame o que não contribui com o sucesso do desmame) / Quem se trata muito cedo pode não ter repertório comportamental suficientemente relevante para gerar prejuízos ao longo do tempo) / Se a aclamada terapia cognitiva não consegue estabelecer repertório comportamental para conseguir parar com os psicofármacos está faltando eficácia)

22-31% solteiros / 2-8% - viúvos / 10-28% - separados (Darwinismo: aptidão reprodutiva / pode ser revertido com boas intervenções ou condições sociais favoráveis)

início 10 a 30 anos / pico 15 a 19 anos

pico 15 e 30 anos

euforia é pouco comum

irritabilidade comum

estereótipo do bipolar

“abrir quadro” (contingência de reforçamento ou consequências mantém os comportamentos)

estimulantes / ECT – 15 e 16 anos

transtornos alimentares – antidepressivos

transtornos de personalidade

automutilação / tentativa suicídio várias vezes

menos 10 anos de vida: doenças clínicas – infarto

arritmia – ansioso / tratar chron / intestino irritável / corticóide / melhorar o cérebro com tratamento psiquátrico / enxaqueca (estabilizador de humor) / fibiomialgia (antidepressivo) / medicações pioram (isso não prova que é uma doença com validade impecável como no resto da medicina)

anos de vida útil

Ocorrência de depressão aumentando

bipolar: mais dias de internação hospitalar, desempenho, acidente, forense, suicídio, doenças crônicas, baixo funcionamento social, menos casamento, mais falta ao trabalho, morbidade (falta de contingências de reforçamento favoráveis a estabelecer repertório comportamental)

doença cara (persuasão para investir em tratamento psiquiátrico, terapia cognitiva, internações e ECT, etc.)

30% dos presos são bipolares (Conjunto de comportamentos inapropriados nomeados como bipolares)

ocasionam muitas perdas – impacto social / tratar sem medo (Conjunto de comportamentos inapropriados nomeados como bipolares)

diagnosticar (pode ser descrito como um conjunto de comportamentos)

depressão menos 25 anos – 3 vezes mais bipolar

depressão recorrente – bipolaridade

depressão unipolar – após 30 anos

Sem causa determinante ambiental – só a genética – bipolaridade (É chocante negligenciar as contingências de reforço a esse ponto)

superfeliz – hipomania induzida por antidepressivo (resposta da doença) (desencadeia uma doença ou interage com o repertório comportamental?)

desgaste de resposta – melhora não sustentada – resposta dos bipolares

cocaína/ alcólatra na família / maconha – psicose / crack, cocaína e álcool é consequência

impulsividade – área do humor, energia, impulsos, pensamento no cérebro (Classes de comportamento operante: relação entre organismo e ambiente)

beber – expressa mais os impulsos

doença neuroprogressiva – perde neurônio (O repertório comportamental acumula consequências prejudiciais ao longo do tempo / Na verdade é o inverso: o tratamento farmacológico causa danos cerebrais)

equilíbrio – potência (funcionamento bom – não ter sintomas) (Repertório apropriado)

antecedente familiar (É possível isolar genética do ambiente?)

depressivos atípicos - cansaço, hipersonia, comer mais, corpo pesado

60% dependência química – mulher alcoólatra é bipolar (todas) – automedicação – relaxa , diminui ansiedade (Ansiedade é determinada por contingências de reforço)

estável – nada demais (Uma expectativa social ou intolerância cultural inversamente)

venlafaxina / effexor – dual (o que é isso?) / arrogante na empresa e depressão com o fracasso /

de repente muda / era o remédio (Interessante interação entre psicofármacos e repertório comportamental / Descreve depressão como resultante de contingências de reforço de perda)

depressivo desencadear bipolaridade / hipomania – induzida por antidepressivos (interação entre psicofármacos e repertório comportamental)

estados mistos - ciclagem rápida – induzida por antidepressivos – impulsivo, rebelde, irritado, pensamento de morte (Classes de comportamento operante inapropriadas segundo expectativas sociais)

doença cronifica e fica resistente / resistência ao tratamento com antidepressivos (ECT) / medicações fortes / desgaste da resposta a antidepressivos /

demora tratar / diagnóstico rápido / cronificar / doença do cérebro / depressão e bipolar / ECT

(Consequências do repertório comportamental se acumulam e pode haver contingências de reforço matriciais (ainda não modificáveis segundo o estado atual de conhecimento))

hipomania - humor irritável e muita energia por 4 dias (comportamentos determinados por contingências de reforço / característica do repertório comportamental)

Prodrômicos – subclínico?

Problema está dentro de você (Reducionismo biológico e modelo médico)

Não controlar com remédio. Ideias de homicídio. ECT. Internação. Risco (Encolher o cérebro e repertório comportamental reduzido)

Mais de 2 anos é definição de crônica?

Tratar apenas pacientes e familiares obedientes / Só perdi 5 ex-pacientes / não quiseram internar / outros profissionais / não acompanha mais (Ato falho: disse perdeu 5 pacientes / Pode estar se fazendo de infalível / Maquiando) (Profissional infalível? Está maquiando?)

Ficar bem / Tirar remédio / doença crônica e resistência / falar para todo mundo (Induz a família e conhecidos a pressionar o paciente que faz desmame / Isso atrapalha bastante a “estabilidade” / Interpreta incidentes como recaída e não como abstinência)

Combinação de remédios / crônico (Renda previsível e tratamento com eficácia insuficiente)

ECT – desaparece sintomas de bipolaridade (ex-borderline) / cronificou / instabilidade / ciclar rápido / personalidade (Responsividade comportamental menor com cérebro danificado pela ECT / “cicla” de acordo com contingências de reforço)

Eu sou isso / psicofobia / complexo com doença psiquiátrica / desqualificando (Vender tratamento / Estigma real)

consequências boas do diagnóstico / má qualidade de vida (Consequências boas de repertório apropriado)

apego ao nome (rótulo do conjunto de comportamento)

doença do humor instável (descrição da “bipolaridade”)

receber diagnóstico / graças a deus / aliviar culpa / ficar triste (evitar punição social ou perder reforço social)

Recuperação funcional / funcionamento bom e desempenho (estabelecimento de repertório comportamental apropriado ou supressão de repertório comportamental com coquetéis de psicofármacos)

planejamento terapêutico precoce e adequado (evitar consequências prejudiciais dos comportamentos ao longo do tempo)

Tratamento: Terapia cognitiva (Se a terapia cognitiva não torna possível fazer desmame então é insuficientemente eficaz para estabelecer classes de comportamento operante apropriadas)

Supressão de repertório inapropriado com coquetéis de anticonvulsivantes / lítio / neurolépticos

Tempo para melhorar / medicação ou ECT (As contingências de reforço se alteram com o tempo?)

Asas para voar / corrente que puxa

Não consegue mais estudar / fracasso acadêmico depois do diagnóstico (Fora as contingências de reforço determinando comportamentos podem ser os efeitos negativos de coquetéis de psicofármacos)


Ler mais (descreve a medicalização da bipolaridade melhor): 

https://www.madinamerica.com/2018/01/make-adolescence-permanent-bipolar-disorder/

Psicanálise e reforma psiquiátrica

A reforma psiquiátrica antimanicomial é muito frequentada por psicanalistas, que têm muito prestígio na área. Isso porque a reforma psiquiátrica antimanicomial visa modificar a relação da cultura e sociedade com a loucura. Isso é um caminho que considero válido pois o ambiente é determinante importante do sofrimento psíquico. Não seria justo caber somente ao indivíduo diagnosticado fazer malabarismos habilidosos para aprender a viver em sociedade que foi o determinante de seus problemas.

Mas percebo uma limitação no discurso dos psicanalistas: se não dão conta de como otimizar aprendizagem ou modificar comportamentos de forma suficiente partem para intervenções culturais. Além disso, o discurso que critica o imediatismo nos tratamentos pode ser analisado como uma defesa de tratamentos que levam décadas para fornecer alguns resultados. Por outro lado, as leituras sociais da psicanálise considero potencialmente interessantes em suas interfaces com as ciências humanas.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Conceito de saúde mental OMS

Análise:

Importante lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), dissemina em seus relatórios um conceito de saúde mental entendido como

“[...] um estado de bem-estar [emocional: seja físico, mental ou social]

no qual o indivíduo

perceba as suas próprias capacidades [otimização de aprendizagem, estigma e barreiras atitudinais]

possa lidar com as tensões normais da vida, [nem sempre as tensões são normais, podem ser excepcionais]

possa trabalhar de forma produtiva e frutífera e possa contribuir para a sua comunidade” 
[fornecer benefícios] [Apenas atividade remunerada ou não remunerada também?]

O termo “bem-estar” também aparece no conceito de saúde defendido pela OMS, como completo bem-estar físico, psíquico e social. Esse é o discurso da higiene, que fala Canguilhem, quando diz que a disciplina médica tradicional, para regulamentar a vida dos indivíduos, se transveste de uma ambição sociopolítico-médica.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022