Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação.
Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes.
Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica.
Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco.
Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica.
Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro
Aviso!
Aviso!
A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las.
Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias.
Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente.
Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente.
A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível.
https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
"O jovem hoje em dia é ele mesmo"
"As novas gerações não são tão conformadas. Antigamente, os jovens eram obedientes. Isso não era bom. Não é que os jovens sejam desobedientes. Atualmente o jovem é ele mesmo. E os pais e avós não sabem lidar com isso." [Comentário: Pode virar caso de psiquiatrização]
Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP
Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP
O senso comum do brasileiro é pobre
Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP
"O senso comum do brasileiro é pobre. O italiano médio é culto. A pessoa começa a ver que o mundo não é o mundo da cozinha. Tem que haver instituições culturais, grandes e abertas ao público. As instituições culturais são agências de enriquecimento do senso comum para nos libertar das limitações que temos nessa área." [Comentário: Fugir a esse senso comum pode ser psiquiatrizado]
Comentários sobre Indústria Farmacêutica
"Há muito lucro com medicamentos contínuos para doenças crônicas." [Comentário: A cronicidade de algumas doenças é um discurso da indústria farmacêutica associada com muito lucro. Existem alternativas para aumento de saúde.]
Desafios - Indústria Farmacêutica #DesafiosUSP
"Se a indústria não inovar com o tempo ela morre, pois fica só com o genéricos." [Comentário: Por isso os médicos empurram novas drogas. Justamente quando a patente expira entram novas drogas. Os estudos feitos são corruptos para fazer parecer que a droga nova é melhor (recentemente há muitas pesquisas sobre isso)]
"A indústria precisa do Estado para comprar medicamentos de alto custo, pois poucas pessoas tem dinheiro para pagar." [Comentário: A indústria farmacêutica trabalha a cabeça dos pacientes através de associações de pacientes. Nem sempre a droga de alto custo tem um custo-benefício (palavra técnica certa?) satisfatório e se tivesse seria aprovada pelo SUS. Artigo: Ligações perigosas: indústria farmacêutica, associações de pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentos. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-73312012000100017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt]
"O grande consumidor de medicamentos é o idoso" [Comentário: Polifarmácia exagerada na velhice comentada por médicos de família.]
"Eles falam que o custo para desenvolver uma nova fórmula é 1 bilhão ou 1 bilhão e meio de dólares. Não é verdade. Custa um décimo (1/10) disso."]
"Eles falam que o custo para desenvolver uma nova fórmula é 1 bilhão ou 1 bilhão e meio de dólares. Não é verdade. Custa um décimo (1/10) disso."]
Referência:
Explicação biológica para vontade de desmame
Querer parar com a droga psiquiátrica é explicável por processos psicológicos biológicos. As drogas psiquiátricas não trazem gratificação e são tomadas por fuga-esquiva de problemas pessoais ou de fuga-esquiva de problemas com a família e sociedade. Além disso as drogas são desagradáveis porque são neurotoxinas. Também há alguma experiência de restrição de alguma gratificação devido à droga psiquiátrica. Isso aumenta a motivação para querer parar e quando a pessoa não tem mais esses problemas a fuga-esquiva se extingue e a pessoa passa a querer retirar. Aí os "sintomas" se exacerbam por conta da compensação do corpo aos efeitos a longo prazo das drogas (não por conta da doença). É possível que a busca de gratificação por repertório alternativo (contracultural) se exacerbe se a pessoa não desenvolveu repertório "normal" para substituir o repertório alternativo. Ou a fuga de demanda social de assumir responsabilidades e obrigações (atividades difíceis). Também a pessoa pode aumentar a frequência (insistência) de comportamentos contrários às expectativas sociais (agressividade) por conta de ser botada em extinção de gratificações. Se a pessoa não trabalhou seus comportamentos para serem aceitáveis socialmente e nem combinou a retirada com o médico e a família aí entra a pressão familiar e do psiquiatra biológico. Nisso há conflito e a fuga-esquiva se restabelece.
Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.
Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
Como não ser mais internado (estabilizar)
A casa de sua família é como um hospital psiquiátrico em que os familiares tem controle sobre você. Você não tem liberdade de escolha nem voz. É isso que mantém a pessoa estável no hospital psiquiátrico. E é isso que mantém a pessoa "estabilizada" na família.
O livre pensar, a loucura e o conformismo
Muita gente para ser considerada normal evita o livre pensar e apenas repete o que é geralmente aceito e dito. Também restringe e direciona o discurso e apenas repete o discurso do grupo ao qual está em contato ou pertence. É assim que as pessoas são consideradas apropriadas e normais.
O louco ou inapropriado não tem esse cuidado. O livre pensar é mais difícil e a pessoa que faz isso pode se atrapalhar. Geralmente, as pessoas não aceitam, não gostam ou acham inapropriado ouvir argumentos contrários ou críticos. Aí entra o diagnóstico de loucura.
O paciente em último lugar e a situação atual
À frente do interesse do cliente/paciente tem o interesse do psiquiatra, da indústria farmacêutica, de hospitais psiquiátricos, de psicólogos ou outros profissionais ruins, da mídia e da família. Mesmo o paciente pode gostar de não ter que cumprir obrigações e responsabilidades de uma pessoa normal e querer se aposentar. Se o paciente quiser seguir a carreira de paciente mental publicamente em associações de pacientes ainda pode receber apoio financeiro da indústria farmacêutica.
Tudo isso leva à situação atual da grande maioria dos pacientes psiquiátricos.
Substitutos saudáveis para drogas psiquiátricas e desmame
O caminho para retirar drogas psiquiátricas é encontrar formas de substituir o suposto efeito positivo das drogas psiquiátricas, isto é, através de cuidados com a saúde ou ajuste de excessos ou déficits comportamentais. As drogas psiquiátricas são substituíveis por promoção ou aumento de saúde.
Ler mais:
Modelo de ação de drogas. (Modelo centrado na droga versus modelo centrado na doença). https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2018/09/modelos-de-acao-de-drogas.html
O Desacreditado (goffman)
O Desacreditado e o Desacreditável
Quando há uma discrepância entre a identidade social real de um indivíduo e sua identidade virtual, é possível que nós, normais, tenhamos conhecimento desse fato antes de entrarmos em contato com ele ou, então, que essa discrepância se torne evidente no momento em que ele nos é apresentado. Esse indivíduo é uma pessoa desacreditada e foi dele, fundamentalmente, que me ocupei até agora. Como foi sugerido, é provável que não reconheçamos logo aquilo que o torna desacreditado e enquanto se mantém essa atitude de cuidadosa indiferença a situação pode-se tornar tensa, incerta e ambígua para todos os participantes, sobretudo a pessoa estigmatizada.
Livro: Estigma
Autor: Goffman
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
O Perigo dos "Consensos" em Guidelines
O Perigo dos "Consensos" em Guidelines
https://www.youtube.com/watch?v=mHY05Skwo2U
https://www.youtube.com/watch?v=mHY05Skwo2U
A medicina é incerta e probabilistica
Frase proferida por William Osler: “Medicina é a ciência da incerteza e a arte da probabilidade”.
http://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2017/03/a-incerteza-da-medicina-de-precisao.html
http://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2017/03/a-incerteza-da-medicina-de-precisao.html
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
Kit contra Internação Involuntária (atualizado 3)
Preliminar:
Adesão ao tratamento psiquiátrico
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/07/adesao-ao-tratamento-psiquiatrico.html
Explicação biológica para vontade de desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/explicacao-biologica-para-vontade-de.html
Querer parar com a droga psiquiátrica é explicável por processos psicológicos biológicos. As drogas psiquiátricas não trazem gratificação e são tomadas por fuga-esquiva de problemas pessoais ou de fuga-esquiva de problemas com a família e sociedade. Além disso as drogas são desagradáveis porque são neurotoxinas. Também há alguma experiência de restrição de alguma gratificação devido à droga psiquiátrica. Isso aumenta a motivação para querer parar e quando a pessoa não tem mais esses problemas a fuga-esquiva se extingue e a pessoa passa a querer retirar. Aí os "sintomas" se exacerbam por conta da compensação do corpo aos efeitos a longo prazo das drogas (não por conta da doença). É possível que a busca de gratificação por repertório alternativo (contracultural) se exacerbe se a pessoa não desenvolveu repertório "normal" para substituir o repertório alternativo. Se a pessoa não trabalhou seus comportamentos para serem aceitáveis socialmente e nem combinou a retirada com o médico e a família aí entra a pressão familiar e do psiquiatra biológico. Nisso há conflito e a fuga-esquiva se restabelece.
Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.
Substitutos saudáveis para drogas psiquiátricas e desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/substitutos-saudaveis-para-drogas.html
O caminho para retirar drogas psiquiátricas é encontrar formas de substituir o suposto efeito positivo das drogas psiquiátricas, isto é, através de cuidados com a saúde ou ajuste de excessos ou déficits comportamentais. As drogas psiquiátricas são substituíveis por promoção ou aumento de saúde.
Sobrecarga de dopamina e abstinência de neurolépticos
Ao tomar neurolépticos que reduzem a dopamina por um período de tempo a quantidade de receptores de dopamina no cérebro aumenta. Então quando o neuroléptico é retirado acontece uma sobrecarga de dopamina pois a droga não está mais reduzindo a quantidade de dopamina e a quantidade de receptores de dopamina se tornou maior. Assim como levou tempo para o cérebro se ajustar à introdução do neuroléptico (e quando surgem sintomas parkinsonianos), também é necessário tempo para o cérebro se ajustar à retirada de neurolépticos reduzindo a quantidade de receptores de dopamina.
(O texto sobre exacerbação de sintomas durante abstinência na área de farmacologia comportamental é complementar)
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/07/adesao-ao-tratamento-psiquiatrico.html
Escreve-se
artigos sobre adesão ao tratamento psiquiátrico como se isso fosse
necessariamente bom. No mesmo artigo afirma-se a cronicidade do
transtorno e que aproximadamente 10 dias de interrupção de tratamento
leva a internação psiquiátrica.
Características
do discurso psiquiátrico tradicional que a psiquiatria crítica e a
reforma psiquiátrica fazem críticas bem fundamentadas. Pelo o que
entendo dessa área a cronicidade dos transtornos psiquiátricos é um mito
criado a partir do modelo biomédico com fins comerciais. Isto é, saindo
do modelo biomédico e oferecendo outros tipos de tratamento a
cronicidade se mostra apenas uma crença limitante.
Já
a internação psiquiátrica após interrupção breve de tratamento
farmacológico precisa levar em conta que no discurso psiquiátrico
tradicional tudo o que pode ser feito em situação de crise (ou de
confusão) e de não adesão ao tratamento é forçar o tratamento
farmacológico involuntariamente através de internação psiquiátrica
involuntária. O próprio ministério público já alegou em 2019 que a
internação psiquiátrica involuntária foi banalizada no Brasil atualmente
e que não há razões sanitárias nem legais para permitir essa
banalização pois só se justificam essas intervenções em caso de risco de
morte. Até onde entendo a internação psiquiátrica involuntária não é
praticada como último recurso após tentar alternativas psicossociais
para evitar a internação psiquiátrica. A internação psiquiátrica é
incentivada pelo psiquiatra e este recebe comissão monetária por
internação psiquiátrica que indica aos hospitais psiquiátricos privados.
É possível entender a não adesão ao tratamento psiquiátrico como sinal de uma intuição da pessoa de que o tratamento psiquiátrico não está sendo benéfico e que as pesquisas da psiquiatria crítica confirmam.
É preciso levar em conta que as drogas psiquiátricas causam abstinência e que o discurso da psiquiatria crítica é que a interrupção das drogas não exacerba o transtorno subjacente mas os sintomas de abstinência.
É possível entender a não adesão ao tratamento psiquiátrico como sinal de uma intuição da pessoa de que o tratamento psiquiátrico não está sendo benéfico e que as pesquisas da psiquiatria crítica confirmam.
É preciso levar em conta que as drogas psiquiátricas causam abstinência e que o discurso da psiquiatria crítica é que a interrupção das drogas não exacerba o transtorno subjacente mas os sintomas de abstinência.
O artigo está na décima edição da série Comportamento em Foco da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental
Explicação biológica para vontade de desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/explicacao-biologica-para-vontade-de.html
Querer parar com a droga psiquiátrica é explicável por processos psicológicos biológicos. As drogas psiquiátricas não trazem gratificação e são tomadas por fuga-esquiva de problemas pessoais ou de fuga-esquiva de problemas com a família e sociedade. Além disso as drogas são desagradáveis porque são neurotoxinas. Também há alguma experiência de restrição de alguma gratificação devido à droga psiquiátrica. Isso aumenta a motivação para querer parar e quando a pessoa não tem mais esses problemas a fuga-esquiva se extingue e a pessoa passa a querer retirar. Aí os "sintomas" se exacerbam por conta da compensação do corpo aos efeitos a longo prazo das drogas (não por conta da doença). É possível que a busca de gratificação por repertório alternativo (contracultural) se exacerbe se a pessoa não desenvolveu repertório "normal" para substituir o repertório alternativo. Se a pessoa não trabalhou seus comportamentos para serem aceitáveis socialmente e nem combinou a retirada com o médico e a família aí entra a pressão familiar e do psiquiatra biológico. Nisso há conflito e a fuga-esquiva se restabelece.
Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.
Substitutos saudáveis para drogas psiquiátricas e desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/substitutos-saudaveis-para-drogas.html
O caminho para retirar drogas psiquiátricas é encontrar formas de substituir o suposto efeito positivo das drogas psiquiátricas, isto é, através de cuidados com a saúde ou ajuste de excessos ou déficits comportamentais. As drogas psiquiátricas são substituíveis por promoção ou aumento de saúde.
Ler mais:
Modelo de ação de drogas. (Modelo centrado na droga versus modelo centrado na doença). https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2018/09/modelos-de-acao-de-drogas.html
O livre pensar, a loucura e o conformismo
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-livre-pensar-loucura-e-conformismo.html
O paciente em último lugar e a situação atual
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-paciente-em-ultimo-lugar-e-situacao.html
À frente do interesse do cliente/paciente tem o interesse do psiquiatra, da indústria farmacêutica, de hospitais psiquiátricos, de psicólogos ou outros profissionais ruins, da mídia e da família. Mesmo o paciente pode gostar de não ter que cumprir obrigações e responsabilidades de uma pessoa normal e querer se aposentar. Se o paciente quiser seguir a carreira de paciente mental publicamente em associações de pacientes ainda pode receber apoio financeiro da indústria farmacêutica.
A casa de sua família é como um hospital psiquiátrico em que os familiares tem controle sobre você. Você não tem liberdade de escolha nem voz. É isso que mantém a pessoa estável no hospital psiquiátrico. E é isso que mantém a pessoa "estabilizada" na família.
Crítica a hipótese de neuroproteção dos neurolépticos
Direitos:
Você tem o direito a pegar um advogado, ir na defensoria pública ou reclamar no ministério público.
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-livre-pensar-loucura-e-conformismo.html
Muita gente para ser considerada normal evita o livre pensar e apenas repete o que é geralmente aceito e dito. Também restringe e direciona o discurso e apenas repete o discurso do grupo ao qual está em contato ou pertence. É assim que as pessoas são consideradas apropriadas e normais.
O louco ou inapropriado não tem esse cuidado. O livre pensar é mais difícil e a pessoa que faz isso pode se atrapalhar. Geralmente, as pessoas não aceitam, não gostam ou acham inapropriado ouvir argumentos contrários ou críticos. Aí entra o diagnóstico de loucura.
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-paciente-em-ultimo-lugar-e-situacao.html
À frente do interesse do cliente/paciente tem o interesse do psiquiatra, da indústria farmacêutica, de hospitais psiquiátricos, de psicólogos ou outros profissionais ruins, da mídia e da família. Mesmo o paciente pode gostar de não ter que cumprir obrigações e responsabilidades de uma pessoa normal e querer se aposentar. Se o paciente quiser seguir a carreira de paciente mental publicamente em associações de pacientes ainda pode receber apoio financeiro da indústria farmacêutica.
Tudo isso leva à situação atual da grande maioria dos pacientes psiquiátricos.
Abstinência e explicação para exacerbação de sintomas
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2019/12/agitacao-na-sindrome-de-abstinencia.html
Quando se administra uma droga os estímulos do ambiente no qual a droga foi administrada e no qual foi sentido o efeito da droga se associam ou condicionam para produzir o efeito inverso (resposta condicionada ou compensação do efeito da droga pelo organismo). O processo da tolerância de drogas é que a intensidade do efeito da droga é neutralizado pelo efeito compensatório (ou inverso) do organismo. Quando a droga não é administrada o efeito compensatório (inverso ao da droga) se exacerba (dependência).
Isso vale para todas as drogas. Por exemplo, se a resposta incondicionada da glicose é hiperglicemia, a resposta condicionada compensatória durante administração ou abstinência é hipoglicemia.
Outros exemplos são a morfina que produz redução da dor e o efeito compensatório de aumento da dor. A insulina que produz redução da glicose e o efeito compensatório de hiperglicemia. Ou a nicotina tem o efeito de hiperglicemia e o efeito compensatório de hipoglicemia.
A resposta de tolerância ou de abstinência está associada ao ambiente no qual a droga é habitualmente administrada. O efeito de abstinência de alguém isolado para parar com a droga pode voltar quando a pessoa voltar para o ambiente habitual. Ou o efeito de abstinência pode não ocorrer quando a pessoa usava a droga em outro ambiente (no caso de soldados).
Siegel, S. (1979). The role of conditioning in drug tolerance and addiction. In J. D. Keehn (Ed.), Psychopathology in animals: Research and clinical implications (p. 143–168). Academic Press.
Pihl & Altman (1971)
Comentário:
O fenômeno da dependência/tolerância de drogas explica os casos de agitação (aumento de atividade) durante síndrome de abstinência de neurolépticos. A droga neuroléptica têm um efeito no organismo de diminuição de atividade (resposta incondicionada ou efeito próprio da droga). O efeito compensatório ou inverso é aumento da atividade. Quando a droga é administrada habitualmente os dois efeitos se neutralizam e se chega a um efeito reduzido médio. O efeito compensatório ou inverso durante a abstinência repentina de neurolépticos é um aumento da atividade (agitação).
A resposta de tolerância ou de abstinência está associada ao ambiente no qual a droga é habitualmente administrada. O efeito de abstinência de alguém isolado para parar com a droga pode voltar quando a pessoa voltar para o ambiente habitual. Ou o efeito de abstinência pode não ocorrer quando a pessoa usava a droga em outro ambiente (no caso de soldados).
Siegel, S. (1979). The role of conditioning in drug tolerance and addiction. In J. D. Keehn (Ed.), Psychopathology in animals: Research and clinical implications (p. 143–168). Academic Press.
Pihl & Altman (1971)
Comentário:
O fenômeno da dependência/tolerância de drogas explica os casos de agitação (aumento de atividade) durante síndrome de abstinência de neurolépticos. A droga neuroléptica têm um efeito no organismo de diminuição de atividade (resposta incondicionada ou efeito próprio da droga). O efeito compensatório ou inverso é aumento da atividade. Quando a droga é administrada habitualmente os dois efeitos se neutralizam e se chega a um efeito reduzido médio. O efeito compensatório ou inverso durante a abstinência repentina de neurolépticos é um aumento da atividade (agitação).
Note-se que esse grande aumento artificial de atividade é o organismo ter se alterado para compensar o efeito da droga e não a volta do transtorno psicótico ou da mania.
Sobre não querer tratamento psiquiátrico e crises
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2019/12/sobre-nao-querer-tratamento-psiquiatrico.html?fbclid=IwAR07jG9-KXMV19xenhxtOLCjJpoqvSZN1eA4BqIFXJ1-sKbjhCdBtfPg7nc
O maior problema de não querer se tratar não é a volta do "transtorno psiquiátrico". Mas é a situação de disputa sobre a limitação da liberdade do paciente para o seu alegado próprio bem (paternalismo). É uma barreira atitudinal na sociedade muito grande porque muitos profissionais e quase todos os leigos têm um entendimento psiquiatrizante da argumentação impertinente como sinal de uma causa orgânica subjacente (surto). É raro as pessoas leigas e profissionais que contextualizam a situação do paciente mental como algo inteligível e legítimo. O diagnóstico psiquiátrico funciona como uma maneira de fazer a pessoa aceitar tudo, não falar nada desagradável, obedecer e não argumentar. Essa situação de disputa aumenta a frequência desses comportamentos opostos numa situação de limitação de liberdade para impor o tratamento psiquiátrico involuntário.
Como não ser mais internado
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/como-nao-ser-mais-internado.html
O maior problema de não querer se tratar não é a volta do "transtorno psiquiátrico". Mas é a situação de disputa sobre a limitação da liberdade do paciente para o seu alegado próprio bem (paternalismo). É uma barreira atitudinal na sociedade muito grande porque muitos profissionais e quase todos os leigos têm um entendimento psiquiatrizante da argumentação impertinente como sinal de uma causa orgânica subjacente (surto). É raro as pessoas leigas e profissionais que contextualizam a situação do paciente mental como algo inteligível e legítimo. O diagnóstico psiquiátrico funciona como uma maneira de fazer a pessoa aceitar tudo, não falar nada desagradável, obedecer e não argumentar. Essa situação de disputa aumenta a frequência desses comportamentos opostos numa situação de limitação de liberdade para impor o tratamento psiquiátrico involuntário.
Como não ser mais internado
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/como-nao-ser-mais-internado.html
A casa de sua família é como um hospital psiquiátrico em que os familiares tem controle sobre você. Você não tem liberdade de escolha nem voz. É isso que mantém a pessoa estável no hospital psiquiátrico. E é isso que mantém a pessoa "estabilizada" na família.
Crítica a hipótese de neuroproteção dos neurolépticos
Sobre a alegação falsa de que é preciso internação forçada porque os neurolépticos são neuroprotetores.
Direitos:
Você tem o direito a pegar um advogado, ir na defensoria pública ou reclamar no ministério público.
A convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência e a lei brasileira de inclusão afirmam que o tratamento forçado de pessoas com deficiência é contra a lei. A convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência é uma lei hierarquicamente superior à lei brasileira de inclusão e influenciou a lei.
Doença mental e autonomia (artigo)
Um problema que não pode ser omitido e que, de certo modo, incomoda e constrange, é o fato de que, no final das contas, é o médico quem define se o paciente é competente ou não para decidir se o que ele faz deve ser considerado sensato, racional, ou não. A propósito, Abernethy (10) chama a atenção para a possibilidade de o paciente ser considerado incapaz de decidir simplesmente porque recusa o tratamento. Alerta para o fato de que o paciente pode ter uma atitude considerada inadequada em relação ao tratamento, não por ser incompetente para decidir, mas por mobilizar sentimentos de raiva e hostilidade em virtude de se sentir coagido a aceitar um tratamento com o qual não concorda. Tal situação pode, por sua vez, despertar hostilidade e contra-transferência do médico assistente, que podem influir negativamente na avaliação da competência do paciente.
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2014/01/doenca-mental-e-autonomia.html
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2014/01/doenca-mental-e-autonomia.html
Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência
29. O Comitê recomenda que o Estado Parte tome medidas, incluindo a revogação das disposições legais pertinentes, para abolir a prática de internação ou hospitalização involuntária, proibir tratamento médico forçado, em particular tratamentos psiquiátricos com base na deficiência, e forneça alternativas adequadas baseadas na comunidade.
Lei Brasileira de inclusão
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
Ministério Público afirma que tratamento psiquiátrico involuntário só em caso de risco de morte
RELATÓRIO INSPEÇÕES HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS
Conselho Federal de Psicologia e Ministério Público
Dr. Peter Gøtzsche: Internação e Tratamento Forçado em Psiquiatria São Violações de Direitos Humanos Básicos e Devem Ser Abolidos
B.O. para internação involuntária indevida
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/boletim-de-ocorrencia-para-internacao.html
Em casos de internação involuntária indevida (tudo que não seja risco de morte) a defensoria pública na união orienta que é possível fazer Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia para a sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e danos morais.
Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.
Em casos de internação involuntária indevida (tudo que não seja risco de morte) a defensoria pública na união orienta que é possível fazer Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia para a sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e danos morais.
Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.
domingo, 26 de janeiro de 2020
Determinantes ambientais e mudança do organismo
Pode não fazer sentido para muitas pessoas dizer que os determinantes de certos comportamentos são ambientais pois é algo fora do organismo (locus externo), mas o ambiente é determinante do comportamento no sentido de que modifica o organismo e sua interação com o ambiente em situações semelhantes no futuro.
Radicalismo ou resultados empíricos?
É comum o discurso de que não acreditar que os diagnósticos psiquiátricos são uma entidade biológica deficiente é radicalismo. Isso porque a maioria defende esse tipo de posição. Mas não é questão de encontrar um meio-termo filosófico entre defesa do modelo excessiva e crítica excessiva nem de encontrar compatibilidade ou acordo entre diferentes áreas. É uma questão de resultados empíricos ou científicos negativos (empiria).
sábado, 25 de janeiro de 2020
todo desconforto tem solução pela técnica
Há um otimismo muito grande nos dias atuais que leva à medicalização e uso de drogas e outras soluções ou comportamentos paliativos: a ideia de que o todo desconforto tem solução pela técnica.
"o estado natural do homem é o conforto"
...Se
eu estiver certa, o fato de um monte de gente tomar antidepressivo e o
de um monte de gente se viciar em drogas pesadas (crack, heroína) devem
estar conectados.
O médico e o drogado acham que o normal é todo mundo se sentir confortável sempre e não sofrer nunca.
O médico e o drogado acham que o normal é todo mundo se sentir confortável sempre e não sofrer nunca.
Continuando:
Na verdade, o uso rotineiro de drogas é consequência intuitiva de se
achar que o conforto é o estado natural do homem.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
A psiquiatria reflete a mentalidade social
A psiquiatria tem sido o modo como a sociedade moderna interpreta e se relaciona com o sofrimento mental. Destes sofrimentos, a loucura é o mais chamativo. A psiquiatria é, principalmente, um instrumento da sociedade para lidar com a loucura. Logo, ela reflete a mentalidade desta sociedade. A psiquiatria não é uma ciência pura nem neutra: é governada pela visão de mundo, mentalidade e ideologia da sociedade que a pratica e patrocina.
O que é psiquiatria alternativa - Alan Serrano
[Comentário: Por isso, para combater a medicalização é preciso fazer a sociedade se implicar com o sofrimento mental]
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
O direito de criticar a psiquiatria biológica (comentário)
O conteúdo que divulgo é da perspectiva da psiquiatria crítica ou críticas à psiquiatria biológica. Mesmo que exista bastante literatura científica criticando a psiquiatria biológica isso ficava somente entre especialistas e quem discordava do psiquiatra era rotulado como maluco. O canal do youtube está associado ao blogue crisedapsiquiatria.blogspot.com Não é somente os médicos que podem entender de um assunto. A confiança no médico não é válida se existem pesquisadores que discordam da autoridade tradicional do psiquiatra biológico. Esse tipo de conteúdo é apoiado pelo ministério da saúde através da Fiocruz pelo blogue madinbrasil.org e a reforma psiquiátrica (ABRASME).
quinta-feira, 16 de janeiro de 2020
Meditação, estresse, inflamação e doenças
Morgan Freeman - Mysteries of the Subconscious (Stress) - PT
https://youtu.be/xaWEqxwrOFo
https://youtu.be/xaWEqxwrOFo
a ciência avança pelo reducionismo
Eu vi numa palestra do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) um professor afirmar que a ciência avança pela redução/reducionismo.
O reducionismo em si não está necessariamente errado. Mas na área de psiquiatria biológica é realizado com ciência ruim, corrupta e com intervenções desnecessariamente intrusivas.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Brasileiro têm péssima educação argumentativa
Para Carnielli, os brasileiros têm uma “péssima educação argumentativa”.
Confundimos discussão com briga e não sabemos lidar bem com críticas.
Mas há técnicas que podem ajudar na construção de bons argumentos - e
também a evitar armadilhas comuns em uma discussão, como o uso de
falácias.
Walter Carnielli Nós, brasileiros, temos uma péssima educação argumentativa: confundimos discussão com briga, e vemos as críticas como inveja, falta de amizade, falta de amor etc. Pior ainda: quando começa uma discussão, muitas vezes vem o seguinte: ‘tenho o direito de ter minha opinião’, seja sobre o criacionismo, o governo, a política ou a pena de morte.
Claro que todos têm o direito de manter sua opinião, mas opinião não é argumento. A democracia também é feita de opiniões - ninguém precisa argumentar para votar no candidato que preferir, basta manifestar sua opinião nas urnas. Mas quando o candidato quer nos convencer, ou quando queremos convencer os outros sobre nossa posição política, nossa crenças não bastam.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/27/Por-que-%E2%80%98opini%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-argumento%E2%80%99-segundo-este-professor-de-l%C3%B3gica-da-Unicamp
[Comentário: E isso pode levar a diagnósticos psiquiátricos]
Walter Carnielli Nós, brasileiros, temos uma péssima educação argumentativa: confundimos discussão com briga, e vemos as críticas como inveja, falta de amizade, falta de amor etc. Pior ainda: quando começa uma discussão, muitas vezes vem o seguinte: ‘tenho o direito de ter minha opinião’, seja sobre o criacionismo, o governo, a política ou a pena de morte.
Claro que todos têm o direito de manter sua opinião, mas opinião não é argumento. A democracia também é feita de opiniões - ninguém precisa argumentar para votar no candidato que preferir, basta manifestar sua opinião nas urnas. Mas quando o candidato quer nos convencer, ou quando queremos convencer os outros sobre nossa posição política, nossa crenças não bastam.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/27/Por-que-%E2%80%98opini%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-argumento%E2%80%99-segundo-este-professor-de-l%C3%B3gica-da-Unicamp
[Comentário: E isso pode levar a diagnósticos psiquiátricos]
B.O. para internação involuntária indevida
Em casos de internação involuntária indevida (tudo que não seja risco de morte) a defensoria pública na união orienta que é possível fazer Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia para a sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e danos morais.
Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.
Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2020
verdadeiro mito da mãe esquizofrenogênica
O verdadeiro mito da mãe esquizofrenogênica é a idéia de que os psiquiatras sempre promoveram seriamente a idéia de que as mães são as únicas responsáveis pela esquizofrenia em seus filhos. E esse mito tem sido usado por muito tempo como mulher de palha para desviar a atenção da discussão séria sobre o papel do abuso e do trauma na gênese da esquizofrenia e outros tipos de sofrimento mental, e para promover explicações biológicas e intervenções farmacológicas para essas condições. . É hora de colocar esse mito para descansar para sempre.
https://translate.google.com.br/translate?sl=en&tl=pt&u=https%3A%2F%2Fwww.madinamerica.com%2F2020%2F01%2Freal-myth-schizophrenogenic-mother%2F
https://translate.google.com.br/translate?sl=en&tl=pt&u=https%3A%2F%2Fwww.madinamerica.com%2F2020%2F01%2Freal-myth-schizophrenogenic-mother%2F
Ler mais:
o cérebro intacto e o saber fazer magicamente
A indução que se faz é que se a pessoa tem o cérebro intacto ela vai saber se sair bem em tudo naturalmente sem precisar adquirir comportamentos pré-requisitos.
Passa-se assim a explicações estruturais organicistas pulando-se a etapa da aprendizagem e educação. Como se o cérebro intacto através de mágica soubesse sempre o que fazer sem precisar aprender antes.
Raciocínio:
Se cérebro intacto então sair-se bem naturalmente.
Se não sair-se bem naturalmente então cérebro não intacto.
Não é possível sair-se bem naturalmente ou magicamente sem aprendizagem prévia considerada.
Portanto, é falso concluir que se não sair-se bem naturalmente ou magicamente então há um cérebro não intacto.
Qual seria o raciocínio correto? Acho que a verificação direta do dano cerebral seria preferível. A verificação indireta através de excessos ou déficits de comportamentos têm essa ambiguidade. As condições dificultadoras ou facilitadoras no ambiente ao longo do desenvolvimento de aprendizagens diferem entre pessoas. Algumas pessoas vão precisar de aprendizagens especiais ou específicas para a própria situação de vida.
domingo, 12 de janeiro de 2020
Palavra sagrada do médico medíocre
O médico psiquiatra pode ser um baita medíocre mas ele diz o que o senso comum já acredita. Se outro médico melhor formado tentar explicar a ciência (ou a falta de fundamento) pode ser mais difícil ser acreditado do que se o médico fizesse medicina alternativa. Não é nem mais uma questão de disputa de profissões pois os médicos com a perspectiva diferente do senso comum tem dificuldade em convencer.
A palavra sagrada do médico medíocre leva ao menosprezo de outras profissões. Não é porque uma profissão traz muito dinheiro que ela é eficaz. Tem muita pesquisa mostrando a falta de fundamento nas intervenções da psiquiatria biológica.
É covardia o quanto mais uma profissão menosprezada precisa de competência extra para ser acreditada em comparação com um médico medíocre.
sábado, 11 de janeiro de 2020
Ritalina para TDAH (cochrane)
Conclusão dos autores:
Os resultados das metanálises sugerem que o metilfenidato pode melhorar os sintomas do TDAH e o comportamento avaliados pelos professores e a qualidade de vida avaliada pelos pais de crianças e adolescentes com a doença. Porém, a baixa qualidade das evidências encontradas significa que não se pode ter certeza sobre a magnitude dos efeitos. Dentro do período de acompanhamento curto dos estudos incluídos na revisão, há alguma evidência de que o uso do metilfenidato se associa com aumento do risco de eventos adversos não graves, como problemas do sono e diminuição do apetite, mas não há evidências de que aumente eventos adversos graves.
Estudos mais bem desenhados são necessários para se avaliar os benefícios do metilfenidato. Dada a frequência de eventos adversos não graves associados com a droga, a dificuldade de cegar os participantes e avaliadores aponta para a vantagem de se realizar estudos controlados grandes com um "comprimido nocebo", ou seja, uma substância semelhante ao placebo que cause eventos adversos no grupo controle semelhantes aos que ocorrem com os participantes que usam a droga real. Entretanto, por razões éticas, esses estudos deveriam primeiro ser conduzidos com adultos, que podem fornecer o consentimento informado.
Estudos futuros deveriam publicar os dados individualizados sem identificação para todos os desfechos, incluindo eventos adversos. Isso permitirá que os autores de revisões sistemáticas possam avaliar as diferenças entre os efeitos das intervenções conforme o sexo, idade, comorbidades, tipo de TDAH e dosagem. Finalmente, os resultados desta revisão sistemática apontam para a necessidade urgente de se realizarem ensaios clínicos randomizados grandes sobre tratamentos não farmacológicos para o TDAH.
Neurofeedback TDAH (Lancet)
Nossos resultados sugerem que o treinamento de neurofeedback não é superior a uma condição falsa ou psicoterapia de grupo. Todos os três tratamentos foram equivalentemente eficazes na redução dos sintomas de TDAH. Este primeiro estudo randomizado, controlado por simulação, não mostrou efeitos específicos do neurofeedback nos sintomas de TDAH em adultos.
https://www.thelancet.com/journals/lanpsy/article/PIIS2215-0366(17)30291-2/fulltext
https://www.thelancet.com/journals/lanpsy/article/PIIS2215-0366(17)30291-2/fulltext
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Paroxetina e ansiedade: eficácia limitada
No geral, o benefício proporcionado pela paroxetina no tratamento da ansiedade é pequeno. Como resultado, o benefício pode não ser substancial o suficiente para justificar uma recomendação para que eles sejam usados como tratamento de primeira linha na prática clínica, dados os efeitos colaterais associados aos ISRS.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Estranhamento cultural e explicações cerebrais
Hoje em dia qualquer estranhamento cultural com comportamentos ou conceitos vai levar a uma explicação de viés cerebral. Se você tentar mostrar para pessoas que existem outras explicações possíveis elas não vão te ouvir. Ou talvez você não possa sequer mencionar que existem outras explicações possíveis.
É uma guerra perdida em termo de escala. Há muito entusiasmo com estudos cerebrais e biomédicos porque é uma explicação mais intuitiva para o senso comum. Quem consegue sair do senso comum são quase todos profissionais.
A psiquiatria nunca fracassa
Dicilmente você vai ver um familiar ou paciente psiquiátrico desconfiar que o tratamento psiquiátrico é um fracasso. Mesmo quando a pessoa com diagnóstico de TDAH não passa de ano e a pessoa com diagnóstico de psicose continua "alterada" como se fala em termos de organismo deteriorado na linguagem da psiquiatria biológica. A responsabilidade pelo fracasso do tratamento psiquiátrico é colocada no organismo do paciente.
domingo, 5 de janeiro de 2020
Como cuidar [ironia]
O jeito de cuidar de pessoas com transtorno mental é ensinar a pessoa a cuidar dos pais na velhice. Afinal, é isso o que as mães divorciadas esperam.
sábado, 4 de janeiro de 2020
judicialização, indústria farmacêutica, associações de pacientes
Ligações perigosas: indústria farmacêutica, associações de pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentos
RESUMO
O presente trabalho busca trazer novos elementos para o debate sobre a judicialização da saúde e sobre o acesso a medicamentos. Parte-se de um breve panorama do setor farmacêutico, seguido de um levantamento bibliográfico sobre demandas judiciais por medicamentos no Brasil, para fundamentar uma reflexão sobre as ligações entre a indústria farmacêutica e as associações de pacientes, que podem estar interferindo no processo. Tais ligações resultam das novas estratégias de expansão do mercado pelo setor farmacêutico, e podem agravar o panorama da saúde brasileira em relação ao uso crítico e responsável dos medicamentos. A necessidade de desmercantilização da saúde é incluída nesse debate.
Palavras-chave: indústria farmacêutica, ONGs, pacientes, uso de medicamentos, decisões judiciais.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000100017&nrm=iso
RESUMO
O presente trabalho busca trazer novos elementos para o debate sobre a judicialização da saúde e sobre o acesso a medicamentos. Parte-se de um breve panorama do setor farmacêutico, seguido de um levantamento bibliográfico sobre demandas judiciais por medicamentos no Brasil, para fundamentar uma reflexão sobre as ligações entre a indústria farmacêutica e as associações de pacientes, que podem estar interferindo no processo. Tais ligações resultam das novas estratégias de expansão do mercado pelo setor farmacêutico, e podem agravar o panorama da saúde brasileira em relação ao uso crítico e responsável dos medicamentos. A necessidade de desmercantilização da saúde é incluída nesse debate.
Palavras-chave: indústria farmacêutica, ONGs, pacientes, uso de medicamentos, decisões judiciais.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000100017&nrm=iso
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
Tratamentos psiquiátricos danificam o cérebro
O psiquiatra Breggin defende que os tratamentos psiquiátricos funcionam provocando dano cerebral, sejam os fármacos, eletrochoque ou psicocirurgia.
"Em relação aos neurolépticos, afirma:
Sugestão e autoritarismo são bastante comuns na prática médica, mas somente na psiquiatria o médico realmente danifica o cérebro para facilitar o controle sobre ele. Eu designei essa combinação única de sugestão autoritária e dano cerebral pelo termo desamparo iatrogênico. O desamparo iatrogênico é fundamental para entender como funcionam os principais tratamentos psiquiátricos. (BREGGIN, 1991, p. 37)"
No livro Uma Sala Tranquila. Da autora Sandra Caponi (p. 99)
quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
Patrocínio da indústria farmacêutica
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/07/patrocinio-da-industria-farmaceutica-faz-fifa-parecer-anjo-diz-medico.shtml
Patrocínio da indústria farmacêutica faz Fifa parecer anjo, diz médico
Cardiologista critica fato de que decisões médicas sejam baseadas em estudos patrocinados
Indústria faz marketing disfarçado
https://outraspalavras.net/outrasaude/o-que-nao-tem-remedio-sera-que-tera/
O que não tem remédio (será que terá?)
Indústria faz marketing disfarçado de
ensaios clínicos, oculta resultados e fatura bilhões com remédios às
vezes inseguros e ineficazes
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