Escreve-se artigos sobre adesão ao tratamento psiquiátrico como se isso fosse necessariamente bom. No mesmo artigo afirma-se a cronicidade do transtorno e que aproximadamente 10 dias de interrupção de tratamento leva a internação psiquiátrica.
Características do discurso psiquiátrico tradicional que a psiquiatria crítica e a reforma psiquiátrica fazem críticas bem fundamentadas. Pelo o que entendo dessa área a cronicidade dos transtornos psiquiátricos é um mito criado a partir do modelo biomédico com fins comerciais. Isto é, saindo do modelo biomédico e oferecendo outros tipos de tratamento a cronicidade se mostra apenas uma crença limitante.
Já a internação psiquiátrica após interrupção breve de tratamento farmacológico precisa levar em conta que no discurso psiquiátrico tradicional tudo o que pode ser feito em situação de crise (ou de confusão) e de não adesão ao tratamento é forçar o tratamento farmacológico através de internação psiquiátrica involuntária. O próprio ministério público já alegou em 2019 que a internação psiquiátrica involuntária foi banalizada no Brasil atualmente e que não há razões sanitárias nem legais para permitir essa banalização pois só se justificam essas intervenções em caso de risco de morte. Até onde entendo a internação psiquiátrica involuntária não é praticada como último recurso após tentar alternativas psicossociais para evitar a internação psiquiátrica. A internação psiquiátrica é incentivada pelo psiquiatra e este recebe comissão monetária por internação psiquiátrica que indica aos hospitais psiquiátricos privados.
É possível entender a não adesão ao tratamento psiquiátrico como sinal de uma intuição da pessoa de que o tratamento psiquiátrico não está sendo benéfico e que as pesquisas da psiquiatria crítica confirmam.
É preciso levar em conta que as drogas psiquiátricas causam abstinência e que o discurso da psiquiatria crítica é que a interrupção das drogas não exacerba o transtorno subjacente mas os sintomas de abstinência.
É possível entender a não adesão ao tratamento psiquiátrico como sinal de uma intuição da pessoa de que o tratamento psiquiátrico não está sendo benéfico e que as pesquisas da psiquiatria crítica confirmam.
É preciso levar em conta que as drogas psiquiátricas causam abstinência e que o discurso da psiquiatria crítica é que a interrupção das drogas não exacerba o transtorno subjacente mas os sintomas de abstinência.
O artigo está na décima edição da série Comportamento em Foco da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental
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