A psiquiatria não sabe as causas do transtornos
Na medicina, o entendimento de uma doença e, portanto, de seu diagnóstico baseiam-se fundamentalmente na identificação de (1) fatores etiológicos, como microorganismos, toxinas ou riscos genéticos, e (2) patogênese, ou seja, os mecanismos pelos quais os agentes etiológicos produzem a doença. Infelizmente, a etiologia e patogênese de muitos transtornos mentais não foram determinadas. Por isso, os diagnóstico psiquiátricos ainda têm como base a descrição dos sintomas do paciente, as observações do examinador, uma história natural detalhada (o curso da doença no decorrer do tempo) e a resposta ao tratamento.
É claro, a apresentação de único sinal ou sintoma não é em si evidência de doença, podendo ocorrer em pessoas saudáveis.
Livro: Princípios de neurociência (Manual de psiquiatria e neurociência)
Autor: 1) Kandel
Comentário:
1) A psiquiatria organicista ainda não sabe as causas dos transtornos mentais. Mas quase todas as pessoas acreditam que sim.
2) O diagnóstico é feito com base em comportamentos e por isso não necessariamente indica uma causa orgânica subjacente mas uma correlação. A não ser que haja o desejo e interesse nesse raciocínio.
3) "O diagnóstico se baseia em observações do examinador". Portanto, o diagnóstico se baseia em interpretação subjetiva do examinador. Pelo menos a filosofia da ciência acredita ser ingênuo defender que observações são feitas sem modelo conceitual prévio. Apenas pela naturalização cultural de um construto baseado no modelo médico como socialmente evidente em si mesmo é que se pode falar em observação de fatos sem modelo conceitual prévio.
4) O diagnóstico se baseia na resposta ao tratamento. No final do capítulo os autores admitem que a resposta ao tratamento ainda deixa bastante a desejar.
"Encontradas alterações cerebrais" (não sistemáticas)
Nos manuais de psiquiatria e neurociências se afirma ao mesmo tempo que não se sabe os determinantes fisiopatológicos e etiológicos e também que não há um exame objetivo, e nem que a lista de sintomas permita definições de estados de doença que permitam uma verificação científica.
Mas ao mesmo tempo apresenta "alterações cerebrais encontradas" dentro de uma classificação diagnóstica sem mencionar que estas não podem ser consideradas sistemáticas e universais dentro de uma classe diagnóstica pois não foram encontradas em todos os casos e nem apenas dentro de uma classe específica.
Livro: Princípios de neurociência (Manual de psiquiatria e neurociências)
Autor: 1) Kandel
Outras formas de excitação fisiológica na psicose (crítica)
Comentário:
1) Parece que há margem dizer que eles chamam a excitação psicofisiológica excessiva de psicose.
2) Não há necessariamente uma relação direta com a dopamina pois o efeito da redução ou aumento de outros neurotransmissores também pode excitar excessivamente a psicofisiologia.
3) O tratamento psiquiátrico poderia ser feito com outras formas de redução da excitação da psicofisiologia e não necessariamente usando a a alegada redução da dopamina como um antídoto à psicose. Inclusive maneiras não farmacológicas como alterar o ambiente e o comportamento, ou o biofeedback.
Livro: Princípios de neurociência (Manual de neurociência e psiquiatira)
Autor: 1) Kandel
Neurolépticos ainda deixam seriamente sintomáticos [Fracasso]
"Apesar desse progresso, os fármacos existentes para tratar a esquizofrenia, tão úteis quanto possam ser, ainda deixam os pacientes seriamente sintomáticos aguardando novas descobertas da neurociência."
[Comentário: Admitindo o fracasso do tratamento psiquiátrico e esperando por um futuro que nunca chega mas fomenta pesquisas infinitas]
Livro: Princípios de neurociências (Manual de psiquiatria e neurociências)
Autores: 1) Kandel
Reações de parkinson ao iniciar neurolépticos
No início do "tratamento" com neurolépticos se produz sintomas de parkinson (deficiência de dopamina). Não dá nem para imaginar porque... talvez seja porque se está produzindo uma deficiência real e artificial de dopamina e não uma regulação do desequilíbrio químico para um nível "ótimo".
"b) Reações parkinsonóides
Após a primeira semana de uso de antipsicótico. Há um tremor de extremidades,
discreta hipertonia com rigidez muscular, hipercinesia e facies inexpressiva. Pode
haver desaparecimento dos sintomas após 3 meses de utilização do neuroléptico,
como por tolerância ao uso."
Síndromes tóxicas por neurolépticos
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