A história do polêmico teste psicológico Rorschach (atualizado)
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/07/25/a-historia-do-polemico-teste-psicologico-rorschach.htm
Críticas e controvérsias (wikipedia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Rorschach
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/07/25/a-historia-do-polemico-teste-psicologico-rorschach.htm
A
história do polêmico
teste psicológico Rorschach
Comente
... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/07/25/a-historia-do-polemico-teste-psicologico-rorschach.htm?cmpid=copiaecola
A
história do polêmico
teste psicológico Rorschach
Comente
... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/07/25/a-historia-do-polemico-teste-psicologico-rorschach.htm?cmpid=copiaecola
A
história do polêmico
teste psicológico Rorschach
Comente
... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/07/25/a-historia-do-polemico-teste-psicologico-rorschach.htm?cmpid=copiaecola
Críticas e controvérsias (wikipedia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Rorschach
Até o desenvolvimento do sistema de Exner, a falta de padronização do teste de Rorschach foi o principal alvo de críticas ao teste. Exner, com seu sistema abrangente, ofereceu ao mundo científico um sistema que, ao menos em teoria, correspondia aos padrões psicométricos: validade (ou seja, o teste mede o que deve medir), confiabilidade ou fiabilidade (ou seja, o teste é exato na medição) e objetividade (ou seja, diferentes pessoas chegam ao mesmo resultado). O sistema de Exner foi validado e normatizado em populações de diferentes países, inclusive Portugal e Brasil21 22 . Segundo Pasian (2002), o Rorschach já foi testado em diversos estudos normativos no Brasil e está validado nesse país pelo Conselho Federal de Psicologia como eficaz.
Apesar do grande desenvolvimento que o sistema de Exner representou para o Rorschach, seu uso ainda está longe de ser aceito por todos os pesquisadores. Os pesquisadores Scott O. Lilienfeld, James M. Wood, Howard N. Garb e seus colaboradores apontam uma série de problemas ligados tanto ao teste quanto à sua utilização. Em um artigo na revista Scientific American os autores apontam que a aplicação do teste não permite identificar a maior parte dos transtornos mentais tais como definidos nos sistemas atuais de classificação (CID-10 e DSM-IV)1 . Em outro artigo23 os autores contra-indicam expressamente o uso do teste como método diagnóstico de diagnósticos psiquiátricos e em contexto forense, além de fazerem recomendações para a melhoria da qualidade dos estudos científicos sobre o teste. Apesar da forte crítica quanto a seu uso em diagnóstico clínico, os autores não desvalorizam o teste totalmente. Eles reconhecem o valor do teste em diversas áreas de pesquisa bem como sugerem seu uso como complementação no diagnóstico da esquizofrenia e de desordens no pensamento. Um outro uso legítimo do teste seria como método exploratório e heurístico em certos tipos de psicoterapia24 .
Uma outra controvérsia ligada ao teste diz respeito à divulgação principalmente das imagens das pranchas, mas também de toda e qualquer informação ligada à forma de realização e interpretação do teste. Para muitos psicólogos, o conhecimento dessas informações por parte da pessoa testada fere a confiabilidade do teste. Apesar de problemas ligados aos direitos autorais já existirem há alguns anos, uma vez que os direitos autorais venceram na maior parte dos países 70 anos após a morte do autor, a controvérsia tomou uma nova dimensão em 2009, quando as pranchas e dados ligados às respostas mais correntes em diferentes países foram publicadas no artigo em inglês da Wikipédia25 . As discussões ligadas a esse caso levaram à publicação das pranchas em outros meios de comunicação, como os jornais The Guardian e The Globe and Mail26 .
Testes projetivos: evidências muitos fracas
Acabo de saber que morreu Scott Lilienfeld. Scott era um dos melhores críticos que conheço das bobagens que passam por psicoterapia.
Na minha época de estudante de psicologia na PUC-RS, haviam várias cadeiras sobre os chamados testes projetivos. Sabe aquele clássico Rorschach? Pois é, mas esse é só um dos tantos que existem. Outros exemplos são o TAT e o desenho da figura humana. O nome “projetivo” vem da premissa de que a personalidade se expressa—projeta—nesses desenhos. Não preciso dizer que essa é uma suposição bastante forte que precisa de evidências igualmente fortes para se sustentar. Nessa meta-análise (tipo de estudo com grau mais alto de confiabilidade científica) de 2000 [https://journals.sagepub.com/doi/10.1111/1529-1006.002] Scott mostra que a evidência disso é muito fraca, pelo menos nesses três testes que citei acima. De fato, me surpreende que ele ainda conseguiu encontrar alguma. Apesar disso, esses testes são usados rotineiramente pra decidir quem pode ou não portar armas, que crianças precisam ou não de terapia, que criminoso precisa ou não ser internado em hospital psiquiátrico, etc.
E esse monte de psicoterapia que existe por aí? Psicanálise, terapia cognitivo-comportamental, humanista, psicodrama, EMDR, etc. A maioria delas, senão todas, são mais prováveis de convencer o terapeuta e paciente de que funcionam do que de funcionar de verdade. Nesse paper de 2014 [https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1745691614535216] Scott mostra as tantas razões espúrias que levam psicoterapeutas a enganar-se e acreditar na eficácia de suas técnicas.
A página da wikipedia sobre ele é uma boa introdução ao seu trabalho, que vai muito além desses dois papers que citei.
-André
"Os recursos metodológicos projetivos a que nos referimos não correspondem às técnicas projetivas tradicionalmente empregadas pela psicologia formal ou pelas inferências psicanalíticas pouco afeiçoadas às pautas existencialistas. Há nessas correntes uma necessidade constante de apelar a verdadeiros clichês interpretativos, o que é totalmente incompatível com uma visão sociofenomenológica e construcionista da realidade humana, como entendem as bases filosóficas e epistemológicas da etnopesquisa. A projeção aqui é abordada a partir das próprias temáticas que emergem da situação analisada e se esforça para que o significado apreendido venha à tona impregnado das experiências indexalizadas da cultura e das das problemáticas de vida experienciada pelo atores. Busca-se, em última instância, um pattern social no âmago das projeções, isto é, em meio a uma gama plural de dados projetados, procura-se um conjunto de significados importantes para a pesquisa, que emerge do corpus analisado. Paralelamente a esse trabalho hermenêutico diante do tácito, do subjacente, trabalha-se a compreensão das contradições, dos paradoxos, das insuficiências, das incompletudes, etc.
Como objetos de projeção, podem ser utilizados desenhos dos atores interpretados por eles próprios, opiniões sobre uma obra de arte representativa de uma problemática local, sobre uma peça ou performance, uma música, uma oração, um curso, um poema ou qualquer expressão literária; são materiais pertinentes para o etnopesquisador, interessado que é na densidade simbólica da vida"
"No caso do recurso à técnica projetiva, uma aproximação com a psicologia e com a psicolinguística seria recomendável, ou mesmo a incorporação de pesquisadores dessas áreas sensíveis à mediação social dos fenômenos subjetivos. A consequência natural desse processo de articulação tem conduzido a um rompimento com a exclusividade das técnicas de investigação, fazendo com que dialoguem pesquisadores de diferentes áreas das ciências humanas, interessados em criar dispositivos de pesquisa cada vez mais pertinentes em relação à complexidade das realidades humanas."
Etnopesquisa crítica Etnopesquisa-Formação
"Em Psicologia tais critérios são comumente formulados em termos de testes (de inteligência, estabilidade emocional, habilidade matemática etc). Em linhas gerais, o procedimento operacional consiste em administrar o teste de acordo com especificações; o resultado são as respostas das pessoas submetidas ao teste, ou, em regra, uma avaliação qualitativa dessas respostas, obtida de modo mais ou menos objetivo e mais ou menos preciso. No teste de Rorschach, por exemplo, essa avaliação se apóia mais na competência para julgar, gradualmente adquirida pelo intérprete, e menos em critérios explícitos e precisos que a avaliação do teste de Stanford-Binet para a inteligência; o de Rorschach é, por isso, menos satisfatório que o de Stanford-Binet do ponto de vista operacionista. Algumas das principais objeções que foram levantadas contra a especulação psicanalítica são concernentes à falta de adequados critérios de aplicação para os termos psicanalíticos e às concomitantes dificuldades para tirar das hipóteses, em que figuram, alguma implicação verificável e inequívoca."
Do livro Filosofia da ciência natural (p. 116). Do filósofo Carl Hempel
Nenhum comentário:
Postar um comentário