Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação.
Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes.
Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica.
Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco.
Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica.
Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro
Aviso!
Aviso!
A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las.
Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias.
Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente.
Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente.
A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível.
https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/
domingo, 12 de maio de 2013
Diagnóstico antigo
Semiologia da Conduta
A conduta pode consistir índice valioso para o julgamento das condições psíquicas de um paciente. Seu estudo deve ser baseado nos dados fornecidos pela anamnese, nas informações assinaladas no quadro de conduta e na apreciação da própria conduta durante visita médica.
É importante que esta apreciação se faça no local em que vive o doente.
Devem ser levados em consideração tanto os valores positivos com os negativos. É tão importante assinalar que o doente fala exageradamente como anotar que fala pouco.
Para o estudo da conduta visaremos sucessivamente:
1) a postura;
2) o porte;
3) a fisionomia;
4) a linguagem;
5) o comportamento;
Postura - Nos estados depressivos, sem angústia, e confusionais com estupor se mantêm os doentes deitados ou sentados, com a cabeça e o tronco um pouco recurvados para a frente. As mãos estão geralmente caídas sobre os joelhos. Havendo angústia, a situação é variável: ora os doentes estão de pé, andando, esfregando as mãos umas contra as outras, ora permanecem deitados, gemendo continuamente, virando-se de um lado para outro.
Nas crises de excitação apresentam-se os doentes geralmente de pé e de cabeça erguida. Às vezes andam gesticulando, de um lado para outro.
Nas síndromes paranoides permanecem comumente de pé, às vezes em atitude contemplativa, outras vezes de expectativa.
Os esquizofrênicos, em fase crônica, tendem a permanecer de pé, de cabeça recurvada. Nas formas catatonicas, guardam atitudes forçadas, ora de braços levantados, ora extendidos ao longo do corpo.
Nos estados demenciais, psicose de involução, estados neurastênicos a postura é variável.
Porte - Os esquizofrênicos e parafrenicos apresentam geralmente um porte extravagante e excentrico. Os paranoicos apresentando, às vezes, longas barbas, se mostram altivos. Os maniacos e paraliticos gerais em fase inicial ostentam adornos sobre as vestes. Nos estados depressivos e demenciais os pacientes se encontram em abandono, não cuidando de suas roupas.
Fisionomia - Em certos estados demenciais e toxiinfeciosos a fisionomia é inexpressiva. Nos estados em que dominam sentimento de satisfação (excitação maníaca, paralisia geral, etc.) a fisionomia é alegre. Situação mes depressivas. Na psicose tireoidéa destaca-se sobretudo, o brilho dos olhos. A oligofrenia revela geralmente uma fisionomia pouco expressiva; nos casos de idiotia, particulamente, o olhar é vago e a boca semicerrada. Nos esquizofrênicos observa-se com frequência grande instabilidade nos traços fisionomicos, salvo na forma catatônica em que a fisionomia se mostra rígida. Nos casos de alucinação, o olhar do doente denota certa preocupação, tal como no delírio de cíumem de ruina e querelante. A expressão angelical é comum nos delírios místicos. A fisionomia de colera, em que predomina contração dos músculos faciais, é observada em certas fases de epelipsia. Na demencia senil não é raro supreender-se o doente chorando.
Linguagem - Conjuto de sinais ou símbolos inventados pelo homem para se pôr em contato com os seus semelhantes, pode ser natural ou artificial.
No primeiro grupo compreendemos a linguagem inarticulada, a expressiva e a mimica. No segundo anotamos a linguagem falada e a linguagem escrita.
Não nos preocuparemos aqui com pertubações de linguagem ligadas a síndromes neurológicas.
Linguagem inarticulada - Caracterizada por exclamações e gritos, pode constituir o único recurso de manifestação nos casos de idiotia.
Linguagem expressiva - Seu estudo pode se confundir com o da Fisionomia.
Linguagem mimica - De um modo geral, em todos os estados que se acompanham de exaltação das funções psíquicas, se observa hipermimía caracterizada por grande amplitude, brevidade de execução, rapidez de sucessão, multiplicidade e riqueza de composição dos gestos. É o que se observa na fase maniaca da psicose maniaco-depressiva e na paralisia geral.
No curso dos delírios que se acompanham de emoções agradáveis (erotico, grandeza, etc.) dominam os gestos em extensão.
Nos casos em que ha redução da atividades psiquica, ha diminuição da amplitude, hesitação de determinação, retardamento de execução e de sucessão, monotonia e pobresa de composição. É o que observamos em todos os estados depressivos.
Nos delírios que se acompanham de emoções desagradaveis, predominam os gestos em flexão.
Os místicos apresentam sucessivamente a mimica de entusiasmos e recolhimento.
A amimía hipertonica, caracterizada pela contração muscular permanente, é comum na esquizofrenia.
A amimía hipotonica, caracterizada pelo relaxamento muscular, se observa nas síndromes depressivas e estados confusionais.
Na agitação catatonica, na melancolia anciosa e nos estados confusionais podem se embricar a amimía hipertonica e a hipotonica.
Outros tipos de manifestações mimicas serão estudaddos no capítulo sobre "Vontade".
Linguagem falada - Nos casos de excitação os doentes falam incessantemente, geralmente em voz alta. Nos estados depressivos, com angústia, os doentes, às vezes, falam muito, repetindo suas queixas. Nos estados depressivos, propriamente, permanecem os doentes calados, desinsteressando-se pela conversa, respondendo, às vezes, em voz baixa, com monosilabos.
Em certos estados paranoicos a linguagem é imperiosa, de tom de oratoria, em certos momentos.
Na esquizofrenia pode se observar a linguagem intercepatada. Bruscamente o doente passa de um assunto para outro, sem que entre os mesmos exista um nexo, permanecendo calado durante breve periodo antes de passar a assunto diferente. É comum também observar certa mudança na tonalidade e o doente fala com voz de criança. Outras vezes surge uma língua extranha, desconhecida, ou uma mistura de línguas conhecidas.
Na parafrenia é muito comum o uso de neologismos.
Em casos de excitação e demencia ouvem-se com frequência pornografias.
O mutismo é observado nas síndromes depressivas, estados confusionais, histería e esquizofrenia.
Linguagem escrita - Deve-se estudar a escrita expontanea, sob cópia e ditado. Estuda-se a execução material da escríta e seu conteúdo.
Quanto à execução material consideramos o aspecto do conjunto, a direção e formas das linhas, a forma e dimensões das letras.
Nos estados de excitação os doentes escrevem exageradamente, procurando aproveitar todas as linhas e espaços do papel. Aquí também não há cuidados em seguir as linhas. E a forma como as dimensões das letras variam extraordinariamente.
Na paralisia geral, demencia senil e alcoolismo é comum se constatar uma caligrafia muito irregular, denunciando tremor digital.
Nas sindromes paranóicas e parafrenicas é comum se observar um cuidado especial com a caligrafiam havendo, às vezes presença de adorno em torno de certas palavras.
Quanto ao conteúdo, este reflete o estado psíquico.
Comportamento - Nos estados maniacos os doentes andam, falam e gesticulam continuadamente. Também se pode observar o mesmo nos estados toxiinfeciosos. Os movimentos são desordenados, com tendencia à agressão. Nos estados depressivos mantêm-se os doentes muito calmos, geralmente de cabeça baixa e tronco um pouco fletido. Si a depressão é acompanhada de angústia pode o doente andar de um lado para outro, como que procurando se libertar de alguma coisa que o atormenta. Aqui é possível surpreender o doente se automutilando. Também é comum inapetencia ou mesmo a sitiofobia.
Na esquizofrenia ha tendencia à ausência da iniciativa observando-se geralmente gestos esteriotipados. A recusa de alimentação por negativismo é relativamente frequente.
Nos casos de delirio místico vivem em atitude contemplativa, outras vezes fazendo dissertações sibre têmas religiosos.
Os querelantes, semore que tem oportunidade, procuram expor suas reivindicações.
Os paranoicos costumam guardar um atitude de reserva e de espectativa, outras vezes são exuberantes, procurando expôr e divulgar suas idéias.
Os epileticos podem surpreender com impulsos à fuga e à agressão.
Certas personalidades psicopaticas como também a demencia senil, revelam, não raramente, átos contra a moral.
Nos estados demenciais é comum a tendência à sordice e ao colecionismo.
A insonia é particularmente frequente na paralisia geral, na psicose maniaco depressiva e nas fases iniciais da esquizofrenia. Na neurastenia se observa geralmente a insonia da madrugada, queixando-se os doentes que as horas das manhãs são as mais ricas em sintomas desagradáveis.
Também podemos incluir no presente capítulo o estudo das relações entre psicopatologia e atividade artística.
O estudo das produções artísticas, importante para o diagnóstico psiquiátricoo, deve compreender:
a) a execução;
b) a significação;
c) a apresentação;
Considerando a execução devemos analisar os defeitos que podem indicar:
a) pertubações orgânicas
b) aptidão artísticas medíocre;
c) falta de cultura
d) condições especiais do psiquismo;
Como defeito de execução resultante de pertubação orgânica, citamos irregularidades das linhas num desenho em consequência de um tremor digital.
A aptidão artística medíocre pode ser facilmente supreendida verificando-se, por exemplo, a distribuição imprópria das cores numa pintura ou constatando ausencia de senso das mento permanente do nivel intelectual.
A falta de cultura, decorrente às vezes da debilidade mental, pode se revelar atravez a pobresa dos motivos que inspiram a produção artística aliada a ausência de qualquer conhecimento técnico.
Condições especiais do psiquismo, por exemplo, oligofrenia, estados demenciais, confusão mental, levam a que a produção artística dos doentes se limite a desenhos rudimentares ou mesmo a simples traços ou borrões.
Quanto a significação das produções queremos nos referir ao simbolismo das mesmas.
O simbolismo está em estreita relação com as manifestações delirantes. Nesta condições, as produções podem representar cênas de cíumes, místicas, eróticas, etc. Algumas vezes, entretanto, não existe representação simbólica do pensamento.
A apresentação permite constatar, por exemplo, a repetição de traços do mesmo tipo, a preocupação de pequenos detalhes, a repetição das mesmas cores em vários desenhos ou de partes do corpo, dispostas sem unidade de conjunto mas simetricamente, podendo tudo isso indicar um estado esquizofrênico.
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