Refutar as hipóteses de desequilíbrio químico é suficiente, uma vez que o efeito externo sobre o comportamento é percebido como concreto e tranquilizador para observadores, e drogas psiquiátricas também são úteis para alterar comportamentos de interesse em interação com programas de reforço de acordo com exigências ambientais (contingências de reforçamento)? Será que as drogas psiquiátricas não são utilizáveis de forma positiva de acordo com uma base de conhecimentos mais objetiva que a utilizada atualmente? Será que a base de conhecimentos atual (um mosaico) que indica tratamentos padrão de acordo com diagnósticos genéricos não é parcialmente responsável pelos efeitos indesejados e inesperados? Uma vez conhecidos os efeitos de cada intervenção a partir de conhecimento experimental, estariam sendo produzidos efeitos indesejados e inesperados? A perspectiva crítica seria capaz de se tornar mainstream apenas recusando tratamentos biológicos e propondo tratamentos com base em conhecimento apenas social, tomando como ponto partida que as alegações da psiquiatria biológica tradicional sobre a doença mental são imprecisas e questionáveis?
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
quarta-feira, 24 de abril de 2024
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Neurotransmissores e comportamento
A questão dos neurotransmissores como causa de emoções e comportamentos não é tão simples como se pensa porque administrar um deles não os gera necessariamente já que os neurotransmissores são componentes e atuam em conjunto. A alteração do corpo que influencia o comportamento é real e isso é convincente, mas isso acontece em interação com o histórico de relações aprendidas estabelecidas com o ambiente e a alteração de relações atuais no ambiente. Nessa perspectiva, você não prescreve drogas pra alterar um cérebro alterado fechado em si mesmo mas para alterar relações estabelecidas com o ambiente (comportamentos).
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Ser produtivo e perspectivas ideológicas
Definir o que é produtivo é influenciado por perspectivas ideológicas
Alta psiquiátrica, eugenia e trabalho
terça-feira, 16 de abril de 2024
Usuários de drogas nas ruas e farmacologia comportamental
"Sem dúvida, existem múltiplos caminhos para a dependência de drogas. Um dos quais estou seguro de que existe é o seguinte. Considere um homem empobrecido e sem-teto vivendo nas ruas de qualquer centro urbano no mundo. Suponha que ele não seja um usuário de drogas. À medida que o tempo passa, seu desespero aumenta. Ele não tem comida suficiente nem mesmo água. Ele não tem condições de cuidar de suas necessidades pessoais. Sua saúde começa a se deteriorar. Ele é espancado e roubado de suas escassas posses com regularidade previsível. Ele vive em um ambiente que oferece pouco em termos de reforço. Seu horizonte de tempo é severamente reduzido. Ele não planeja para o futuro; apenas tenta sobreviver ao dia, ou momento. Ele vive em um ambiente que tem poucas, se houver, fontes alternativas de reforço. Se ele for introduzido às drogas, acredito que é quase certo que ele se torne dependente delas. Quando ele coloca uma agulha no braço e injeta heroína, será uma fonte de reforço extremamente poderosa que ele pode acessar. Poder-se-ia até sugerir que, sob as circunstâncias descritas, é compreensível do ponto de vista evolutivo por que alguém se envolveria em comportamentos de abuso de drogas. A droga fornece uma fonte confiável de reforço em um ambiente com pouca ou nenhuma chance de obter outras fontes de reforço.
A solução social óbvia para esse dilema seria para agentes externos fornecerem ao homem estabilidade, fornecendo-lhe as necessidades básicas da vida e oportunidades para se afastar do ambiente caótico. Se esse esforço for bem-sucedido, as fontes alternativas de reforço aumentarão em seu ambiente e a eficácia de reforço da droga diminuirá. Este é um dos métodos usados por agências de serviços sociais em grande parte do mundo com algum sucesso (por exemplo, Thompson, Sowell & Roll, 2009). Infelizmente, essas agências muitas vezes são subfinanciadas e incapazes de alcançar muitos daqueles que mais precisam de seus serviços. No entanto, dados epidemiológicos apoiam a ideia de que, se pudermos impedir que indivíduos entrem no caos do nosso homem hipotético, podemos evitar que eles se envolvam em um estilo de vida caracterizado pela dependência (por exemplo, Chilcoat & Johanson, 1998). Como mencionado anteriormente, este é apenas um dos muitos caminhos potenciais para a dependência de drogas. Pessoas que vivem em ambientes ricos em reforço potencial ainda podem desenvolver dependências. No entanto, só porque seu ambiente tem reforço disponível não garante que você terá as habilidades necessárias para acessar os reforços. O que foi mencionado acima é destinado a ser ilustrativo de um caminho para a dependência e o papel que o reforço desempenha nesse caminho. Acredito que seja um caminho comum, mas claramente não é o único caminho."
John M. Roll - Behavioral Pharmacology.A Brief Overview. Do livro "The Wiley Blackwell Handbook of Operant and Classical Conditioning" Edited by Frances K. McSweeney and Eric S. Murphy
Ciência e política
CIÊNCIA, UNIVERSIDADE E IDEOLOGA: a política do conhecimento Simon Schwartzman
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Comportamento: fenômeno restrito versus abrangente
Noção de senso comum: Cérebro, mente, linguagem, sociedade e cultura são fenômenos abrangentes e comportamento é um fenômeno restrito.
Logo, compreender a extensão da expressão "radical" na explicação abrangente dos fenômenos psicológicos a partir do behaviorismo radical é difícil.
A análise do comportamento têm reconhecimento social amplo em aplicações para dificuldades específicas e delimitadas como o transtorno do espectro autista ou desafios práticos. Como o comportamento é entendido no senso comum como fenômeno restrito, sua ampliação para a área dos conceitos entendidos como abrangentes (Cérebro, mente, linguagem, sociedade e cultura) é percebida como um reducionismo inapropriado.
sábado, 13 de abril de 2024
O desmame de neurolépticos e processos comportamentais
A partir de uma noção de processos comportamentais operantes em associação com processos fisiológicos do desmame de neurolépticos, é questionável se simplesmente amenizar o processo compensatório com uma retirada lenta e gradual de forma hiperbólica é suficiente para aumentar a recuperação funcional.
Os neurolépticos atuam estabelecendo extinção geral de comportamentos operantes através da interferência no processo fisiológico do reforço. Por isso, é razoável pensar que os comportamentos avaliados pelo meio como inapropriados precisem passar por um processo de extinção gradual que é o processo inicial de adaptação com a introdução e manutenção da droga.
Na redução ou retirada dos neurolépticos ocorre um processo fisiológico de compensação relacionado com o aumento da dopamina num cérebro adaptado para o uso da droga com o aumento de receptores de dopamina. Como a psiquiatria crítica não tem proximidade com a área de comportamento operante não percebe que a partir desse processo fisiológico há uma retomada de repertório comportamental previamente sob esquema de extinção (enfraquecimento e eliminação de comportamentos operantes) que se reflete em um aumento de atividade operante. Acontece que simplesmente reduzir a dose ou fazer desmame por mais que se desenvolva um processo de amenização da adaptação fisiológica não é necessariamente um fator protetor por si só mesmo que os efeitos prejudiciais que preocupam os profissionais e pacientes diminuam. Esse processo é antes um desafio maior de estabelecer repertório comportamental operante solidamente estabelecido em negociação com os desafios do meio e novidades do processo de transição fisiológica, comportamental e social. Por isso, ao invés de retirar a droga de pessoa com prognóstico menos favorável como está sendo pesquisado, o ponto de partida deveria ser estabelecer repertório adaptativo sólido antes, adicionalmente durante o processo de redução e retirada da droga e depois ainda acrescentar um processo de manutenção e consolidação de repertório comportamental operante.
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Surto de agressividade
O termo surto é usado para qualquer ato de agressividade e assassinato. As duas coisas são sinônimos na cabeça das pessoas. É um estereótipo no imaginário social. É um linguagem que se usa e que beneficia politicamente a psiquiatria conservadora. Não é necessário supor psicose para atos agressivos e de assassinato. Em outra linguagem teórica são apenas comportamentos aprendidos sem suposições adicionais sobre estados orgânicos. As pessoas não toleram a possibilidade de contribuir para a aprendizagem de atos infames e atribuem tudo a disfunções genéticas ou orgânicas. É quase como um mito moderno e laico da possessão demoníaca.
quinta-feira, 11 de abril de 2024
Crítica à felicidade na filosofia antiga
https://criticanarede.com/aristipo.html
Aristipo contra a felicidade
T. H. Irwin
Tradução de Desidério Murcho
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Estratégias institucionais: aprendizagem limitada
Além das estratégias fisiológicas, as "soluções" institucionais também são formas de resolver situações difíceis sem aprendizagem [operante/comportamental], no modelo asilar ou manicomial de forma exacerbada e no modelo psicossocial ou antimanicomial de forma graduada e variável. Estratégias de aprendizagem operante/comportamental são utilizáveis de forma relativamente desassociável de estratégias institucionais embora essas direcionem em algum grau a forma de intervenção ofertada. O modelo psicossocial ao levar a sério a aprendizagem operante/comportamental potencializaria a resolutividade e qualidade das intervenções e seria menos dependente de contingências institucionais e legais em suas práticas.
terça-feira, 9 de abril de 2024
A formação da percepção de normalidade
domingo, 7 de abril de 2024
O conceito de "real" e a filosofia
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Estabilidade como negação da vida
segunda-feira, 1 de abril de 2024
Crítica aos manicômios antigos e diagnósticos
quarta-feira, 20 de março de 2024
Reducionismo e comportamento
O filósofo da ciência Hempel afirma que o behaviorismo é reducionista por realizar uma transformação ou modificação artificial de fenômenos em outro formato ou de outra natureza para uma formulação em comportamento operante.
A definição e crítica ao mentalismo de Skinner, no entanto, é um reconhecimento do potencial produtivo do fenômeno do comportamento operante se respeitadas as suas características. Problemas de difícil solução ou soluções insuficientes e parciais são "equacionáveis" dentro de uma formulação como comportamento operante, o que aumenta a visibilidade sobre as aprendizagens ocorridas e amplia possibilidades de aprendizagem. Infelizmente, a formulação operante está fora da imaginação e repertório das pessoas ao se deparar com problemas e demandas e por isso a demanda no mercado é limitada em relação ao potencial que a formulação operante tem.
segunda-feira, 18 de março de 2024
Saúde mental e comportamento: programas de pesquisa
quarta-feira, 6 de março de 2024
Replicação dias 21 a 30 - Invega Sustenna e VFC
Instabilidade autonômica?
No primeiro estudo de mensuração da média da variabilidade da frequência cardíaca sob efeito de Invega Sustenna com duração de 30 dias os últimas dias indicaram instabilidade do sistema nervoso autônomo nos últimos 30 dias do mês. Fatores de confusão foram um evento altamente estressor ao longo do mês e a dúvida sobre a fidedignidade da medidas incompletas (consistência entre medidas).
Esse resultado de instabilidade autonômica não foi replicado. O resultado foi de redução gradual do efeito (média de 3 a 6 mensurações por dia). Esse resultado de um padrão consistente ao longo dos dias indica fidedignidade das medidas ao longo dos dias. A inferência teórica sobre a insuficiência de dose e predição de aparecimento de sintomas durante o período final de metabolização do neuroléptico Socian se mantém para Invega Sustenna. A amplitude de variação das médias diárias foi de 2 a 3 vezes entre sessões e a variação de RMSSD dentro das sessões foi alta, levando à suspeita de liberação irregular de doses em momentos micro e padrões de medidas não encobertas por médias e estatísticas, dado que o resto das variáveis independentes estavam relativamente constantes em repouso e com uma rotina de controle variáveis semelhante à descrita no primeiro estudo (variável controlada). O resultado de RMSSD reduzido (18) antes da aplicação da injeção pode indicar um efeito emocional condicionado antecipado.
Resultados
Replicação Variabilidade da frequência cardíaca e Invega Sustenna no fim do mês (21 a 30): instabilidade autonômica?
Conclusão: hipótese não replicada
Fevereiro de 2024
Sem parênteses = 5 ou 6 medições no dia
Dia RMSSD
dia 21: 20,16
dia 22: 19,8
dia 23: 26,25
dia 24: 32,2
dia 25: 33,8
dia 26: 27,8
dia 27: 34,25 (4)
dia 28: 42,66 (3)
dia 29: 38 (3)
dia 30: 34.8
dia 31: Antes de aplicação: 18
Quem quiser receber uma anotação com descrição dos efeitos observados sobre o corpo no início e final do mês para fins de discriminação de efeitos e comparação me envie um e-mail para crisedapsiquiatria.qma56@simplelogin.com
segunda-feira, 4 de março de 2024
Virando a página por desinteresse social
Pensando em virar a página do projeto do blogue por desinteresse da sociedade na intersecção entre áreas com a saúde mental. Menos mal que o conteúdo acumulado contribui para o senso crítico sobre caminhos a seguir. Atividades com poucos incentivos me atraiam em certa medida. Atividades mais específicas que tem alguma perspectiva de fim e ao menos alguma possibilidade de incentivos agora me atraem mais. O blog agora receberá menos esforço. Textos a partir do blog também tem baixo interesse então também penso em reduzir o esforço. Por motivos que já não são tão misteriosos, nossa cultura privilegia meios fisiológicos de intervenção sobre o comportamento e produtividade que prescindem de aprendizagem e portanto não tem barreiras de acesso ao entendimento. É um caminho legítimo também e aparentemente não importa tanto que hajam alternativas.
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Psicologia cognitiva e indústria farmacêutica
Os estudos de validação da eficácia psicologia cognitiva, que são muitos e usados como prova de que é a melhor evidência que existe, são financiados pela indústria farmacêutica. Então tem algo na psicologia cognitiva que agrada os interesses da indústria farmacêutica como, por exemplo, o "pensar correto", a complementariedade e o apoio às concepções biomédicas.
sábado, 24 de fevereiro de 2024
Teorias idiográficas da etiologia e da terapia
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Estabilidade como sucesso terapêutico
Definir sucesso terapêutico como estabilidade tem boas chances de ter origem na psicofarmacologia já que é o mesmo que afirmar que é preciso manter estados orgânicos constantes ou doses constantes de drogas psiquiátricas. Em linguagem experimental isso se chama condição controle e significa manter um valor de variável igual ou constante e que você está suprimindo estados de transição e permitindo observar fatores adicionais introduzidos ou retirados. Dessa forma, a necessidade do tratamento psiquiátrico para a maioria dos casos é justificada pois a preocupação com o orgânico estará nessa perspectiva resolvida. Ao definir sucesso terapêutico como estabilidade, a implicação é que é preciso manter a droga psiquiátrica por toda a vida e que o término do tratamento é indesejável ou impossível.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Estimulantes para TDAH e esquemas de reforço
Na forma de dosagem de liberação pulsátil de estimulantes para Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que é como funcionam os estimulantes para TDAH segundo um curso de desenvolvimento de fármacos, são gerados picos de estímulos de dopamina no período de algumas horas por pulso. Isso é o equivalente farmacológico e orgânico do processo comportamental de esquemas/programas de reforçamento intermitentes que apresentam consequências ambientais de reforço positivo intercalado para produzir persistência. O que é uma forma de manter comportamento com baixo reforçamento. O efeito paradoxal de supressão de frequência de comportamentos provavelmente é baseado nesse mecanismo de liberação pulsátil que mantém comportamentos com baixo reforçamento e que é basicamente o tipo de demanda ambiental das atividades escolares e ocupacionais.
sábado, 17 de fevereiro de 2024
Experimentação e industrialização da saúde
Há uma certa dificuldade de integrar conhecimento experimental com a industrialização em escala da saúde. Na farmacologia os estudos de covariância (estatística) com dados empíricos com baixas suposições geram mais erros de interpretação de resultados. Os modelos experimentais com altas suposições e discussão aberta das mesmas ajudam a interpretar dados acumulados e criar simulações que são mais eficientes e custo-efetivos.
Dificuldade análoga é encontrada na psicologia. O modelo de pacotes e manuais é facilmente industrializável em escala. O conhecimento experimental exige treinamento mais complexo que é desafiador implementar em larga escala e também adaptar ao modelo de evidências baseado em estatísticas (pirâmide de evidências).
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024
Sistemas de saúde baseados em pacotes
A medicina baseada em evidências e a psicologia baseada em evidências são áreas atuariais que fazem parte de uma mudança nos sistemas de saúde que priorizam modelos de rotas definidas de cuidado, isto é, sistemas de saúde baseados em pacotes de tratamento. Pacotes de tratamento são criados para serem adaptações aos interesses dos principais pagadores nos sistemas de saúde que são os governos e seguradoras (planos de saúde). O modelo de pacotes também é uma adaptação à mudança de modelo de negócios do complexo industrial da saúde que começou a priorizar pacotes de tratamento ao invés de apenas produtos. O interesse desses pagadores é a previsibilidade de gastos e redução de custos. Os pacientes são assegurados de que tratamentos validados conforme o critérios de previsibilidade de gastos e redução de custos dos pagadores são a melhor evidência científica existente ou disponível. No entanto, existem evidências de qualidade que não são consideradas por não se ajustarem a esse modelo de negócios, que não são anticientíficos e que podem ser melhores que as rotas definidas de cuidado baseadas em pacotes de tratamento através da individualização ou personalização da atenção à saúde também baseada em evidências de qualidade e compatíveis com o conceito de protocolo pelo respeito aos procedimentos fundamentados em evidências, apesar de diferirem do modelo de validação atuarial dos tratamentos inspirados pelo modelo de negócios acima mencionado. Um desses modelos alternativos de evidências que têm alto rigor científico é o conhecimento experimental. Nada impede a princípio que outros modelos de evidências também entreguem resultados eficazes.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Perda de fé na proposta do blogue: motivos
Diagnósticos como demarcação
sábado, 10 de fevereiro de 2024
As pesquisas biológicas e a complexidade da esquizofrenia
As pesquisas biológicas e a complexidade agrupada sob a categoria esquizofrenia
Os pesquisadores biológicos da esquizofrenia costumam dizer que essa é uma doença sem cura porque seria muito complexa e seriam necessárias muitas pesquisas a mais quase que indefinidamente. Uma interpretação alternativa seria que a categoria esquizofrenia movimenta muito dinheiro (análogo a uma marca) e que uma variedade de variáveis são agrupadas sob essa categoria que no entanto dificilmente consegue se estabelecer como categoria discreta com perfis típicos de variáveis. A categoria tem o papel de mostrar a relevância social de identificar essas variáveis e manter uma contínua alimentação das pesquisas e da indústria associada.
sábado, 3 de fevereiro de 2024
Definição geral de procedimentos de observação
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Fisiologia, adaptação social e processos sociais
Alterar a fisiologia dificilmente é suficiente para prescindir da psicologia e aprendizagem porque a fisiologia de qualquer problema ou sintoma tem endofenótipos múltiplos (componentes) que atuam em partes limitadas (variáveis) dos comportamentos (sejam apenas mediadores ou origem) e também porque as relações com o mundo que envolvem os comportamentos são algo a mais que apenas fisiologia interna. O que o tratamento biológico realiza é alterar a fisiologia para que a pessoa sob cuidados médicos cumpra demandas ambientais de forma socialmente adaptativa e isso abre espaço para o aspecto social e cultural.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
Neurociência substitui a psicologia? (Neil deGrasse)
"5. PROBLEMAS DE PREVISÃO
segunda-feira, 22 de janeiro de 2024
Leitura sobre vinheta Ouçam Nossas Vozes
Leitura sobre vinheta Ouçam Nossas Vozes - campanha da Janssen
https://youtu.be/AcHk5uaCfY8?si=CZB-nmLy7YZ1ugOD
A música tem um lado dramático e um lado feliz que representa sonhos.
A música inicia com tons felizes e infantis representando a infância feliz e que provavelmente é direcionado aos pais e familiares.
Depois há um tom dramático representando o neurodesenvolvimento alterado inicial e a fase prodomo.
Há uma virada com piano e iniciam tons com teclado eletrônico com efeitos sonoros representando bizarria e artificialidade de laboratório científico.
Depois há tons abafados que representam o início da administração dos neurolepticos e fim dos tons que representam bizarria.
Na preparação para o final há uma aceleração que pode representar a aceleração comportamental ao parar os neurolepticos. Essa aceleração representa o excesso de dopamina que a psiquiatria biológica afirma ser característica do organismo e a perspectiva crítica afirma ser uma adaptação à droga.
O final é uma superaceleração com tons de final feliz ou triunfo sobre a esquizofrenia e também de música de festa que em interpretação livre pode significar o estilo de vida das pessoas do complexo médico-industrial privado.
sábado, 20 de janeiro de 2024
Gøtzsche, ensaios clínicos randomizados e experimentação
Peter Gøtzsche tem um domínio excelente dos ensaios clínicos randomizados mas nessa metodologia não há tanto rigor no controle de variáveis como há na experimentação sem o uso de estatística pois pacotes ou conjuntos de variáveis são avaliados. Por isso, embora impopular com o público do blogue e da reforma psiquiátrica antimanicomial seria necessário comparar os resultados de Peter Gøtzsche e da psiquiatria crítica com as pesquisas experimentais em farmacologia comportamental, neurociência comportamental, psicobiologia e a área de biocomportamental. É o próximo passo que eu gostaria de tomar caso consiga aprofundar o suficiente nessas áreas.
Uma das tarefas e disputas da reforma psiquiátrica é um diálogo permanente com a área de substratos biológicos ou fisiologia do comportamento ou dos construtos diagnósticos. Considero que o blogue já conseguiu encontrar caminhos para o conhecimento sub-representado em críticas à psiquiatria biológica e a área de reforma psiquiátrica antimanicomial. No entanto, o diálogo com o conhecimento experimental geralmente não é feito por nenhum dos dois lados da disputa e por isso corresponde nessa caracterização ao estado atual de conhecimento sub-representado na área de saúde mental.
terça-feira, 16 de janeiro de 2024
Solidão do idoso e problemas físicos e mentais
domingo, 14 de janeiro de 2024
TDAH: excesso de pens., ansiedade e depressão
terça-feira, 2 de janeiro de 2024
Resenha "Psicanálise e psicomodismos" (Pasternak e Orsi)
Resenha sobre o capítulo "Psicanálise e psicomodismos" no livro "Que bobagem" de Pasternak e Orsi
O capítulo no livro "Que bobagem" de Pasternak e Orsi sobre psicanálise tem tantos compromissos com pressupostos filosóficos e modelos teóricos que o texto pode ser virado do avesso em diferentes direções como em variados posicionamentos filosóficos sobre demarcação de ciência e unidade ou pluralidade dos conceitos de método científico e tipos de ciência, modelos científicos de avaliação de evidência clínica, avaliação crítica das ciências cognitivas e biológicas na área clínica, discussões em filosofia da ciência sobre conceitos e métodos biológicos e sua relação com o social, discussões em filosofia da ciência sobre ciências naturais e humanas/sociais, discussões em filosofia da ciência sobre a subdeterminação das teorias pelos dados e a possibilidade de validade de evidências empíricas independentemente de modelos teóricos prévios, e outros debates.
A reprodução do discurso triunfalista das ciências cognitivas e biológicas que são tratadas como hierarquicamente superiores, ciências legítimas que a partir de suas próprias áreas são relativamente incontroversas e não podem ser questionadas a partir de conhecimento social ou outras formas de conhecimento indica que há um conhecimento superficial da complexidade envolvida nesse debate. O texto tem o mérito de introduzir a discussão sobre evidências clínicas em psicologia para um público amplo, apesar do tratamento do tema apresentar a discussão oferecendo respostas simples para pessoas interessadas em tomar decisões sobre saúde mental sem uma discussão sobre a variedade de controvérsias, assim direcionando e limitando as possibilidades de decisões do leitor.