O entendimento de senso comum é que os fenômenos do comportamento operante e suas classes de comportamento são mero subconjunto de estados fisiológicos (reducionismo). No entanto, uma nuance conceitual maior é necessária já que não há relação tão direta e inequívoca entre operar sobre o ambiente e processos fisiológicos alterados. Um tipo de circunstância ilustra bem essa falta de precisão conceitual. Se considerarmos as perspectivas da pessoa sob interesse de tratamento e a externa, nem sempre haverá concordância sobre o estado de saúde mental da pessoa sob interesse de intervenção de saúde mental e não seria justo ou completo considerar apenas a perspectiva externa. Circunstâncias de relativa distinguibilidade maior entre estados internos de saúde mental e comportamentos de operar sobre o ambiente seriam estar com estado de saúde mental insatisfatório sem manifestação em comportamentos abertos e estar com estado de saúde mental satisfatório sob a perspectiva da própria pessoa e manifestar comportamentos operantes que tensionam com os parâmetros exigidos e esperados pelo ambiente. Se não presumirmos com pretensão que esse reducionismo descrito acima não tem limitações, abrimos possibilidades de interpretação com mais nuances e mais produtivas que não recorreriam a explicações circulares.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
Estados fisiológicos e comportamento externo
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Série: Saúde mental e equilíbrio de Nash
Estabilidade de saúde mental e equilíbrio de Nash nas teorias dos jogos
ChatGPT
https://eduardopopinhakfranco.substack.com/p/estabilidade-de-saude-mental-e-equilibrio
Estabilidade Comportamental e Tratamento Psiquiátrico Contínuo: Uma Leitura Analógica com o Equilíbrio de Nash
ChatGPT
https://eduardopopinhakfranco.substack.com/p/estabilidade-comportamental-e-tratamento
Análise do comportamento habitual em tratamento psiquiátrico contínuo como equilíbrio de Nash e os efeitos do desmame
ChatGPT
https://eduardopopinhakfranco.substack.com/p/analise-do-comportamento-habitual
sexta-feira, 7 de março de 2025
Transtornos mentais e crime
https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/05/15/noticias-saude,192424/estudos-mostram-que-pessoas-com-transtornos-mentais-cometem-menos-crim.shtml
Doença mental não induz as pessoas a cometerem crimes
https://oglobo.globo.com/brasil/doenca-mental-nao-induz-as-pessoas-cometerem-crimes-12315605
“Os não loucos cometem mais crimes graves que os doentes mentais”
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Tradição, conformidade, neutralidade e estabilidade
Tradição e conformidade são formas de aparentar neutralidade. Humor, comportamento, identidade e pensamento neutro são formas de aparentar naturalidade em relação ao modo como as coisas são. Logo, a estabilidade como critério de saúde mental implica em "não posicionamento", não intensidade, ou na verdade formas de adequar-se aparentando naturalidade.
quarta-feira, 22 de maio de 2024
Significado explícito de estabilidade de dose
O significado explícito de estabilidade de dose é:
Estabilidade de administração de curva de dosagem suficiente.
Detalhando mais a variável temos mais duas variáveis:
o nível mínimo da curva de dosagem
o grau de variação da curva de dosagem
É considerado um requisito necessário para a "compensação e estabilidade do quadro ou estado psiquiátrico orgânico".
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Psiquiatria como área pró-social
Um dos motivos pelo qual a psiquiatria é comumente vista como área pró-social é pela equiparação com a medicina física e a percepção social de heroísmo angelical a respeito dos médicos em geral. O contraste de identidades sociais entre psiquiatras, pessoas bem ajustadas e pessoas estigmatizadas e marginalizadas é um fator talvez mais profundo. O prestígio pela sua relação com o externo e o outro (ver Em defesa da Sociedade de Foucault) é mantido pelo desconhecimento das práticas internas da psiquiatria que não são facilmente analisáveis. Mesmo que sejam analisadas as práticas, as emoções frente ao contraste identitário mencionado acima não favorece o reconhecimento de limitações das práticas. Por isso, uma área que se propõe a ser realmente pró-social mantendo o distanciamento crítico em relação à sociedade (reforma psiquiátrica antimanicomial e perspectiva crítica) é mal-vista como área pró louco e contra a sociedade.
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Surto de agressividade
O termo surto é usado para qualquer ato de agressividade e assassinato. As duas coisas são sinônimos na cabeça das pessoas. É um estereótipo no imaginário social. É um linguagem que se usa e que beneficia politicamente a psiquiatria conservadora. Não é necessário supor psicose para atos agressivos e de assassinato. Em outra linguagem teórica são apenas comportamentos aprendidos sem suposições adicionais sobre estados orgânicos. As pessoas não toleram a possibilidade de contribuir para a aprendizagem de atos infames e atribuem tudo a disfunções genéticas ou orgânicas. É quase como um mito moderno e laico da possessão demoníaca.
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Estratégias institucionais: aprendizagem limitada
Além das estratégias fisiológicas, as "soluções" institucionais também são formas de resolver situações difíceis sem aprendizagem [operante/comportamental], no modelo asilar ou manicomial de forma exacerbada e no modelo psicossocial ou antimanicomial de forma graduada e variável. Estratégias de aprendizagem operante/comportamental são utilizáveis de forma relativamente desassociável de estratégias institucionais embora essas direcionem em algum grau a forma de intervenção ofertada. O modelo psicossocial ao levar a sério a aprendizagem operante/comportamental potencializaria a resolutividade e qualidade das intervenções e seria menos dependente de contingências institucionais e legais em suas práticas.
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Estabilidade como negação da vida
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Estabilidade como sucesso terapêutico
Definir sucesso terapêutico como estabilidade tem boas chances de ter origem na psicofarmacologia já que é o mesmo que afirmar que é preciso manter estados orgânicos constantes ou doses constantes de drogas psiquiátricas. Em linguagem experimental isso se chama condição controle e significa manter um valor de variável igual ou constante e que você está suprimindo estados de transição e permitindo observar fatores adicionais introduzidos ou retirados. Dessa forma, a necessidade do tratamento psiquiátrico para a maioria dos casos é justificada pois a preocupação com o orgânico estará nessa perspectiva resolvida. Ao definir sucesso terapêutico como estabilidade, a implicação é que é preciso manter a droga psiquiátrica por toda a vida e que o término do tratamento é indesejável ou impossível.
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Testando o modelo de crise redefinido
Testando o modelo de crise redefinido
Repertório do indivíduo: processo de interação com o ambiente histórico e atual. Filogenia, ontogenia e sociogenia. Apenas um dos fatores é biológico e genético: filogenia.
Repertório do círculo social: ambiente de desenvolvimento e manutenção de repertório comportamental (histórico e atual).
Ambiente técnico: conceitos aprendidos ou não aprendidos pelo usuário/paciente que se reflete em seu repertório atual, o histórico de prática de profissionais eficazes e insuficientes que se reflete no repertório atual, o histórico de práticas e percepções dos familiares e sociedade.
Sociedade: relação da sociedade com pessoas com certas características e comportamentos
segunda-feira, 5 de dezembro de 2022
Injeções de depósito e crises: uma curiosidade
Seria interessante apesar de inconveniente coletar dados para verificar se as crises se dissolvem antes das injeções de depósito ter um efeito relevante já que o efeito resultado de metabolização não é imediato. A falta de dados sobre isso pode ser determinada pelo pensamento médico clássico de estabilizar crises com tratamento contínuo.
[Dados coletados alguns meses depois]
Invega Sustenna e variabilidade da frequência cardíaca (VFC)
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2023/02/variabilidade-da-frequencia-cardiaca.html
Determinantes da melhora em hospitais psiquiátricos
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2023/07/determinantes-da-melhora-em-hospitais.html
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
Crises e cotidiano: continuidade
quinta-feira, 14 de julho de 2022
O rotineiro, a crise e o corpo
Culturalmente os eventos sociais se dividem em 1) rotineiros, ordinários ou aquilo que e planejado para evitar acidentes e 2) o extraordinário, o não rotineiro, o acidente, a crise.
sábado, 9 de julho de 2022
Perdas funcionais e tratamento psiquiátrico (reformulado 2)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Novidade = problema
Existe uma definição interessante na área de resolução de prolemas. Novidade significa um problema para resolver. Portanto, a estabilidade é uma vida sem novidades e incidentes. Crise é quando novidades e incidentes acontecem. Dito de outra maneira, estabilidade é quando tudo já foi estabelecido e crise quando as coisas estão em transição e se estabelecendo/se desestabelecendo.
terça-feira, 20 de agosto de 2019
Critérios de sucesso terapêutico
quarta-feira, 14 de agosto de 2019
Louco como não sujeito
radical em que o sujeito desaparece junto com o suposto desaparecimento de sua
razão. Ainda que o sujeito saia da crise, do seu surto, ele parece estar sempre sob
o risco de ter outros e é nessas condições que passa a se experimentar no mundo.
Tais situações remetem aos argumentos de Pelbart (2009), de que o louco é
concebido como sendo aquele que não sabe, não pode e não é sujeito. O autor
chama atenção para o caráter violento presente nestas três instâncias (saber, poder
e subjetividade) e a necessidade de se pensar outras possibilidades para a loucura.
Nesse sentido, são sujeitos que estão atravessados não apenas por suas experiências
singulares com a loucura, mas por relações complexas de poder e resistência. 5
Sujeitos e(m) experiências: estratégias micropolíticas no contexto da reforma psiquiátrica no Brasil
Impertinência e surto
diante de uma pessoa diagnosticada como esquizofrênica que resolve falar no
“momento errado” – está em surto. Se qualquer pessoa pode ser apenas impertinente
quando interrompe uma reunião já em curso, no caso de um “paciente mental”,
ele está sendo mais do que impertinente, está agindo conforme sua doença, está
surtado – e por isso, não por sua impertinência, não mereceria ser escutado.
Impertinente ou não, ele precisava posicionar sua fala, esclarecer que não
estava em surto. Tal como percebemos, o sujeito capaz de falar e ser escutado é
aquele que, não estando em surto, tem o domínio de suas faculdades mentais,
sabe quem é e o que faz enfim, é dono de sua razão, sendo assim admitido na
comunidade dos que falam e são escutados.
Sujeitos e(m) experiências: estratégias micropolíticas no contexto da reforma psiquiátrica no Brasil
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Crises e degeneração cerebral
Dizer que a cada crise o cérebro se degenera é apenas uma meritocracia negativa do tratamento psiquiátrico.