Refutar as hipóteses de desequilíbrio químico é suficiente, uma vez que o efeito externo sobre o comportamento é percebido como concreto e tranquilizador para observadores, e drogas psiquiátricas também são úteis para alterar comportamentos de interesse em interação com programas de reforço de acordo com exigências ambientais (contingências de reforçamento)? Será que as drogas psiquiátricas não são utilizáveis de forma positiva de acordo com uma base de conhecimentos mais objetiva que a utilizada atualmente? Será que a base de conhecimentos atual (um mosaico) que indica tratamentos padrão de acordo com diagnósticos genéricos não é parcialmente responsável pelos efeitos indesejados e inesperados? Uma vez conhecidos os efeitos de cada intervenção a partir de conhecimento experimental, estariam sendo produzidos efeitos indesejados e inesperados? A perspectiva crítica seria capaz de se tornar mainstream apenas recusando tratamentos biológicos e propondo tratamentos com base em conhecimento apenas social, tomando como ponto partida que as alegações da psiquiatria biológica tradicional sobre a doença mental são imprecisas e questionáveis?
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
quarta-feira, 24 de abril de 2024
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Neurotransmissores e comportamento
A questão dos neurotransmissores como causa de emoções e comportamentos não é tão simples como se pensa porque administrar um deles não os gera necessariamente já que os neurotransmissores são componentes e atuam em conjunto. A alteração do corpo que influencia o comportamento é real e isso é convincente, mas isso acontece em interação com o histórico de relações aprendidas estabelecidas com o ambiente e a alteração de relações atuais no ambiente. Nessa perspectiva, você não prescreve drogas pra alterar um cérebro alterado fechado em si mesmo mas para alterar relações estabelecidas com o ambiente (comportamentos).
terça-feira, 16 de abril de 2024
Usuários de drogas nas ruas e farmacologia comportamental
"Sem dúvida, existem múltiplos caminhos para a dependência de drogas. Um dos quais estou seguro de que existe é o seguinte. Considere um homem empobrecido e sem-teto vivendo nas ruas de qualquer centro urbano no mundo. Suponha que ele não seja um usuário de drogas. À medida que o tempo passa, seu desespero aumenta. Ele não tem comida suficiente nem mesmo água. Ele não tem condições de cuidar de suas necessidades pessoais. Sua saúde começa a se deteriorar. Ele é espancado e roubado de suas escassas posses com regularidade previsível. Ele vive em um ambiente que oferece pouco em termos de reforço. Seu horizonte de tempo é severamente reduzido. Ele não planeja para o futuro; apenas tenta sobreviver ao dia, ou momento. Ele vive em um ambiente que tem poucas, se houver, fontes alternativas de reforço. Se ele for introduzido às drogas, acredito que é quase certo que ele se torne dependente delas. Quando ele coloca uma agulha no braço e injeta heroína, será uma fonte de reforço extremamente poderosa que ele pode acessar. Poder-se-ia até sugerir que, sob as circunstâncias descritas, é compreensível do ponto de vista evolutivo por que alguém se envolveria em comportamentos de abuso de drogas. A droga fornece uma fonte confiável de reforço em um ambiente com pouca ou nenhuma chance de obter outras fontes de reforço.
A solução social óbvia para esse dilema seria para agentes externos fornecerem ao homem estabilidade, fornecendo-lhe as necessidades básicas da vida e oportunidades para se afastar do ambiente caótico. Se esse esforço for bem-sucedido, as fontes alternativas de reforço aumentarão em seu ambiente e a eficácia de reforço da droga diminuirá. Este é um dos métodos usados por agências de serviços sociais em grande parte do mundo com algum sucesso (por exemplo, Thompson, Sowell & Roll, 2009). Infelizmente, essas agências muitas vezes são subfinanciadas e incapazes de alcançar muitos daqueles que mais precisam de seus serviços. No entanto, dados epidemiológicos apoiam a ideia de que, se pudermos impedir que indivíduos entrem no caos do nosso homem hipotético, podemos evitar que eles se envolvam em um estilo de vida caracterizado pela dependência (por exemplo, Chilcoat & Johanson, 1998). Como mencionado anteriormente, este é apenas um dos muitos caminhos potenciais para a dependência de drogas. Pessoas que vivem em ambientes ricos em reforço potencial ainda podem desenvolver dependências. No entanto, só porque seu ambiente tem reforço disponível não garante que você terá as habilidades necessárias para acessar os reforços. O que foi mencionado acima é destinado a ser ilustrativo de um caminho para a dependência e o papel que o reforço desempenha nesse caminho. Acredito que seja um caminho comum, mas claramente não é o único caminho."
John M. Roll - Behavioral Pharmacology.A Brief Overview. Do livro "The Wiley Blackwell Handbook of Operant and Classical Conditioning" Edited by Frances K. McSweeney and Eric S. Murphy
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Estimulantes para TDAH e esquemas de reforço
Na forma de dosagem de liberação pulsátil de estimulantes para Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que é como funcionam os estimulantes para TDAH segundo um curso de desenvolvimento de fármacos, são gerados picos de estímulos de dopamina no período de algumas horas por pulso. Isso é o equivalente farmacológico e orgânico do processo comportamental de esquemas/programas de reforçamento intermitentes que apresentam consequências ambientais de reforço positivo intercalado para produzir persistência. O que é uma forma de manter comportamento com baixo reforçamento. O efeito paradoxal de supressão de frequência de comportamentos provavelmente é baseado nesse mecanismo de liberação pulsátil que mantém comportamentos com baixo reforçamento e que é basicamente o tipo de demanda ambiental das atividades escolares e ocupacionais.
domingo, 24 de setembro de 2023
Estimulantes para TDAH e comportamento
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
Canabidiol e comportamento/autismo
segunda-feira, 18 de abril de 2022
Redução de danos e análise do comportamento
Internação de adictos em lugares fechados e redução de danos.
Era uma aula de análise experimental do comportamento sobre ressurgência (recaída). Ressurgência é quando um comportamento anteriormente gratificado deixa de ser fortalecido e um comportamento anterior na história do indivíduo se recupera (o segundo mais gratificante). Ele disse que quando o contexto de tratamento é diferente do contexto de vida onde acontece os comportamentos indesejados (seja uso abusivo de drogas ou outros comportamentos). O contexto fechado fortalece comportamentos incompatíveis com a recaída. Mas quando a pessoa sai do lugar fechado esses comportamentos desejados podem se enfraquecer e os comportamentos antigos se recuperam. O que favorece isso é estar num ambiente aberto nada gratificante, pouco gratificante, ser punido, a demora para ser gratificado e o estresse. Acredito que também vale para internação psiquiátrica. Isso tudo descrito em linguagem experimental de laboratório com animais e com humanos. Já sobre a redução de danos os experimentos de laboratório mostram que uma dose pequena da droga faz com que comportamentos de recaída não se recuperem.
Resurgence of alcohol seeking produced by discontinuing non-drug reinforcement as an animal model of drug relapse
Christopher A. Podlesnik, Corina Jimenez-Gomez and Timothy A. Shahan
Findings from basic behavioral research suggest that simply discontinuing reinforcement for a recently reinforced operant response can cause the recurrence (i.e. resurgence) of a different previously reinforced response. The present experiment examined resurgence as an animal model of drug relapse. Initially, rats pressed levers to self-administer alcohol during baseline conditions. Next, alcohol self-administration was discontinued and non-drug reinforcers (food pellets) were presented contingent on an alternative response (chain pulling). Finally, when the non-drug reinforcer was discontinued, alcohol seeking recurred even though alcohol was still unavailable for lever pressing. These results suggest that simply discontinuing non-drug reinforcement for a behavior may be sufficient to produce relapse to drug seeking. The resurgence procedure could provide a method to examine environmental, pharmacological, and neurobiological factors that lead to relapse following the loss of a non-drug source of reinforcement. Behavioural Pharmacology 17:369–374 c 2006 Lippincott Williams & Wilkins.
Loss of Alternative Non-Drug Reinforcement Induces Relapse of Cocaine-Seeking in Rats: Role of Dopamine D1 Receptors
Stacey L Quick1,2, Adam D Pyszczynski1 , Kelli A Colston1 and Timothy A Shahan*,1 1 Department of Psychology, Utah State University, Logan, UT, USA; 2 Department of Psychiatry, Yale University, New Haven, CT, USA
Animal models of relapse to drug seeking have focused primarily on relapse induced by exposure to drugs, drug-associated cues or contexts, and foot-shock stress. However, relapse in human drug abusers is often precipitated by loss of alternative non-drug reinforcement. The present experiment used a novel ‘resurgence’ paradigm to examine relapse to cocaine seeking of rats as a result of loss of an alternative source of non-drug reinforcement. Rats were first trained to press a lever for intravenous infusions of cocaine. Next, cocaine deliveries were omitted and food pellets were provided for an alternative nose-poke response. Once cocaine seeking was reduced to low levels, food pellets for the alternative response were also omitted. Cocaine seeking increased with the loss of the alternative non-drug reinforcer (ie, resurgence occurred) despite continued extinction conditions. The increase in cocaine seeking did not occur in another group of rats injected with SCH 23390 before the loss of the alternative reinforcer. These results suggest that removal of an alternative source of reinforcement may induce relapse of cocaine seeking and that the dopamine D1 receptor may have a role in this effect. Neuropsychopharmacology (2011) 36, 1015–1020; doi:10.1038/npp.2010.239; published online 12 January 2011 Keywords: relapse; cocaine; dopamine; resurgence; alternative reinforcement
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
Abstinência, tolerância e explicação para exacerbação de sintomas
A resposta de tolerância ou de abstinência está associada ao ambiente no qual a droga é habitualmente administrada. O efeito de abstinência de alguém isolado para parar com a droga pode voltar quando a pessoa voltar para o ambiente habitual. Ou o efeito de abstinência pode não ocorrer quando a pessoa usava a droga em outro ambiente (no caso de soldados). Outro efeito importante é a overdose com doses similares quando se muda de ambiente e não acontece o efeito compensatório.
Siegel, S. (1979). The role of conditioning in drug tolerance and addiction. In J. D. Keehn (Ed.), Psychopathology in animals: Research and clinical implications (p. 143–168). Academic Press.
Pihl & Altman (1971)
Comentário:
O fenômeno da dependência/tolerância de drogas explica os casos de agitação (aumento de atividade) durante síndrome de abstinência de neurolépticos. A droga neuroléptica têm um efeito no organismo de diminuição de atividade (resposta incondicionada ou efeito próprio da droga). O efeito compensatório ou inverso é aumento da atividade. Quando a droga é administrada habitualmente os dois efeitos se neutralizam e se chega a um efeito reduzido médio. O efeito compensatório ou inverso durante a abstinência repentina de neurolépticos é um aumento da atividade (agitação).
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Uma Introdução à Farmacologia Comportamental
Palestra de Jan Luiz Leonardi intitulada "Uma Introdução à Farmacologia Comportamental" na 1a Jornada de Análise do Comportamento da Universidade São Judas Tadeu em 26/05/2012.