Evidências padrão ouro utilizadas como melhor evidência disponível sobre o tratamento contínuo da esquizofrenia. Revisão Cochrane.
Observe a ligação com várias empresas farmacêuticas e o desinteresse em relatar desfechos negativos.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Evidências padrão ouro utilizadas como melhor evidência disponível sobre o tratamento contínuo da esquizofrenia. Revisão Cochrane.
Observe a ligação com várias empresas farmacêuticas e o desinteresse em relatar desfechos negativos.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/08989621.2022.2082289
Cosgrove, L., Mintzes, B., Bursztajn, H. J., D’Ambrozio, G., & Shaughnessy, A. F. (2022). Industry effects on evidence: a case study of long-acting injectable antipsychotics. Accountability in Research, 31(1), 2–13. https://doi.org/10.1080/08989621.2022.2082289
Disponível em:
Em termos de taxa de reforço, a concepção manicomial e médica de tratamento tem o atrativo de permitir regular o comportamento de acordo com padrões e desejos do meio social utilizando a coerção. Nessa perspectiva o reforço positivo do usuário/paciente é indesejável pois implicaria em possível desadaptação e comportamentos de confronto com a coerção do meio social. A defesa conservadora e normativa de padrões é a prioridade.
Do ponto de vista antimanicomial, o uso de reforço positivo e redução de coerção implica em respeito a liberdade em termos de gostos, emoções, pensamentos e inclinações que poderiam ser diferentes em relação a padrões do meio social. Um desses padrões é o "tratamento adequado" de perspectiva manicomial e médica. A defesa do bem-estar de orientação crítica é priorizada em detrimento da defesa de padrões do meio social.
A taxa de reforço na utilização de cada perspectiva resulta no estabelecimento e manutenção da frequência da prática de saúde mental respectiva.
No raciocínio médico, o medicamento apenas faz a pessoa ser mais ela mesma porque acreditam que ele restaura o equilíbrio fisiológico. Para justificar isso, é necessária uma hipótese de deficiência. Reconhecer que se trata de uma droga com um efeito no comportamento abriria um caminho de pensamento que faz os antipsicóticos parecerem ruins.
Os riscos de uso em larga escala de neurolépticos/antipsicóticos por um período longo ou vitalício não são levados a sério pois supostamente são absolutamente necessários e insubstituíveis e se ocorrerem distúrbios do movimento a indústria da saúde tem tratamentos paliativos como a estimulação cerebral profunda para distonia (contração intensa e dolorosa dos músculos), tratamento farmacológico para discinesia tardia (movimentos involuntários incontroláveis) e UTI para síndrome neuroléptica maligna.
Tabela 1: Medicamentos e outras substâncias que interferem na função tireoidiana
1. Medicamentos que interferem na função hipotálamo-hipófise-tireoide
(a) Glicocorticoides
(b) Dopamina, agonistas de dopamina e antagonistas de dopamina
(c) Somatostatina e análogos da somatostatina
(d) Retinoides
2. Medicamentos que interferem na função tireoidiana
(a) Lítio
(b) Antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)
(c) Antiepilépticos
(d) Rifampicina
(e) Metformina
(f) Amiodarona
Referência:
Título: Thyroid Diseases - Pathogenesis, Diagnosis, and Treatment
Autores: Paolo Vitti e Laszlo Hegedüs (Editores)
Por que é bom que haja uma indústria do autismo? Caso não houvesse dinheiro circulando no mercado do autismo não haveria pesquisa em quantidade e qualidade para ofertar tratamentos de sucesso nem pessoas dispostas a ofertar os serviços. O tratamento do autismo de acordo com a análise do comportamento aplicada está bem estabelecido como evidência de padrão-ouro e essa qualidade de oferta movimenta dinheiro pela demanda social e disposição a pagar pelo serviço. Se há exageros ou não, o importante é que ainda há crianças com necessidades de aprendizagem e desenvolvimento. Não há mal nisso. Essa circulação toda da economia cria uma identidade positiva para o autismo e espaço na sociedade.
A circulação de dinheiro na esquizofrenia/loucura está em manter a cronicidade através de tratamento farmacológico vitalício e no gerenciamento de crises periódicas através de hospitais psiquiátricos. Houveram propostas interessantes de tratamentos, mas esses precisaram entrar na contramão e na desconstrução de um sistema de atenção altamente lucrativo. Além disso, esse diagnóstico não parece ter um padrão unívoco e homogêneo a partir do qual seria formulado um pacote de tratamento padrão ouro de evidências. Os tratamentos tem suas particularidades e necessidades próprias. Na época da contracultura foi conquistada uma certa identidade positiva para a loucura. Penso que isso também era uma tentativa de criar uma indústria mesmo que alternativa.
O ponto é que não se resolve problemas e demandas sociais sem indústrias. A reforma psiquiátrica também é um mercado e uma indústria. Acontece de o sucesso nos tratamentos criarem indústrias grandes e isso não é uma forma de capitalismo destrutivo nesses casos. Uma indústria de sucesso gera disputas econômicas com outras formas de indústria e não é por uma proposta ter inserção no setor público que esta esteja justificada como a mais desinteressada e benéfica.
[Esse texto foi censurado pelo Facebook]
A partir de uma noção de processos comportamentais operantes em associação com processos fisiológicos do desmame de neurolépticos, é questionável se simplesmente amenizar o processo compensatório com uma retirada lenta e gradual de forma hiperbólica é suficiente para aumentar a recuperação funcional.
Os neurolépticos atuam estabelecendo extinção geral de comportamentos operantes através da interferência no processo fisiológico do reforço. Por isso, é razoável pensar que os comportamentos avaliados pelo meio como inapropriados precisem passar por um processo de extinção gradual que é o processo inicial de adaptação com a introdução e manutenção da droga.
Na redução ou retirada dos neurolépticos ocorre um processo fisiológico de compensação relacionado com o aumento da dopamina num cérebro adaptado para o uso da droga com o aumento de receptores de dopamina. Como a psiquiatria crítica não tem proximidade com a área de comportamento operante não percebe que a partir desse processo fisiológico há uma retomada de repertório comportamental previamente sob esquema de extinção (enfraquecimento e eliminação de comportamentos operantes) que se reflete em um aumento de atividade operante. Acontece que simplesmente reduzir a dose ou fazer desmame por mais que se desenvolva um processo de amenização da adaptação fisiológica não é necessariamente um fator protetor por si só mesmo que os efeitos prejudiciais que preocupam os profissionais e pacientes diminuam. Esse processo é antes um desafio maior de estabelecer repertório comportamental operante solidamente estabelecido em negociação com os desafios do meio e novidades do processo de transição fisiológica, comportamental e social. Por isso, ao invés de retirar a droga de pessoa com prognóstico menos favorável como está sendo pesquisado, o ponto de partida deveria ser estabelecer repertório adaptativo sólido antes, adicionalmente durante o processo de redução e retirada da droga e depois ainda acrescentar um processo de manutenção e consolidação de repertório comportamental operante.
Instabilidade autonômica?
No primeiro estudo de mensuração da média da variabilidade da frequência cardíaca sob efeito de Invega Sustenna com duração de 30 dias os últimas dias indicaram instabilidade do sistema nervoso autônomo nos últimos 30 dias do mês. Fatores de confusão foram um evento altamente estressor ao longo do mês e a dúvida sobre a fidedignidade da medidas incompletas (consistência entre medidas).
Esse resultado de instabilidade autonômica não foi replicado. O resultado foi de redução gradual do efeito (média de 3 a 6 mensurações por dia). Esse resultado de um padrão consistente ao longo dos dias indica fidedignidade das medidas ao longo dos dias. A inferência teórica sobre a insuficiência de dose e predição de aparecimento de sintomas durante o período final de metabolização do neuroléptico Socian se mantém para Invega Sustenna. A amplitude de variação das médias diárias foi de 2 a 3 vezes entre sessões e a variação de RMSSD dentro das sessões foi alta, levando à suspeita de liberação irregular de doses em momentos micro e padrões de medidas não encobertas por médias e estatísticas, dado que o resto das variáveis independentes estavam relativamente constantes em repouso e com uma rotina de controle variáveis semelhante à descrita no primeiro estudo (variável controlada). O resultado de RMSSD reduzido (18) antes da aplicação da injeção pode indicar um efeito emocional condicionado antecipado.
Resultados
Replicação Variabilidade da frequência cardíaca e Invega Sustenna no fim do mês (21 a 30): instabilidade autonômica?
Conclusão: hipótese não replicada
Fevereiro de 2024
Sem parênteses = 5 ou 6 medições no dia
Dia RMSSD
dia 21: 20,16
dia 22: 19,8
dia 23: 26,25
dia 24: 32,2
dia 25: 33,8
dia 26: 27,8
dia 27: 34,25 (4)
dia 28: 42,66 (3)
dia 29: 38 (3)
dia 30: 34.8
dia 31: Antes de aplicação: 18
Quem quiser receber uma anotação com descrição dos efeitos observados sobre o corpo no início e final do mês para fins de discriminação de efeitos e comparação me envie um e-mail para crisedapsiquiatria.qma56@simplelogin.com
Leitura sobre vinheta Ouçam Nossas Vozes - campanha da Janssen
https://youtu.be/AcHk5uaCfY8?si=CZB-nmLy7YZ1ugOD
A música tem um lado dramático e um lado feliz que representa sonhos.
A música inicia com tons felizes e infantis representando a infância feliz e que provavelmente é direcionado aos pais e familiares.
Depois há um tom dramático representando o neurodesenvolvimento alterado inicial e a fase prodomo.
Há uma virada com piano e iniciam tons com teclado eletrônico com efeitos sonoros representando bizarria e artificialidade de laboratório científico.
Depois há tons abafados que representam o início da administração dos neurolepticos e fim dos tons que representam bizarria.
Na preparação para o final há uma aceleração que pode representar a aceleração comportamental ao parar os neurolepticos. Essa aceleração representa o excesso de dopamina que a psiquiatria biológica afirma ser característica do organismo e a perspectiva crítica afirma ser uma adaptação à droga.
O final é uma superaceleração com tons de final feliz ou triunfo sobre a esquizofrenia e também de música de festa que em interpretação livre pode significar o estilo de vida das pessoas do complexo médico-industrial privado.
Profissionais de pensamento manicomial geralmente caracterizam em forma de imagem o que nomeiam como "doença mental" com caretas estranhas. Seus tratamentos têm efeitos que criam estigmas visíveis para que a pessoa possa ser identificada socialmente como diferente, o que é análogo à careta manicomial e coloca a pessoa em posição social de desvantagem.
[Hipótese] Seria a acatisia (inquietação motora incômoda) um efeito de privação de dopamina motora? A acatisia se manifesta como uma tensão incômoda que leva a pessoa a se movimentar. Os neurolépticos reduzem a dopamina motora (sensação de prazer motora). Movimentos físicos produzem dopamina motora. Então se a pessoa está sempre precisando se mexer, ela estaria produzindo pequenas quantidades de dopamina. Uma descrição no nível comportamental seria a pessoa em privação motora (uma pequena contração dolorosa). Teria como produzir dopamina motora de forma mais duradoura através de comportamentos, excluindo a possibilidade de redução de dose? Produzir resposta de relaxamento motor incompatível? Produzir resposta de prazer motor incompatível? [Verificar caminho bioquímico]
Artigo coloca em dúvida se injeções de depósito de neurolépticos conseguem manter a continuidade do tratamento.
https://www.medscape.com/viewarticle/988080?src=WNL_dne1_230210_MSCPEDIT&uac=455565PR&impID=5155085