De acordo com as concepções mais tradicionais de psicologia humana, tudo o que existe é conteúdo e cérebro. É um negacionismo forte em relação a análise experimental do comportamento.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
quarta-feira, 14 de maio de 2025
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Materialismo médico e sistemas simbólicos
Em Pureza e Perigo, Mary Douglas afirma que tanto as regras culturais não são bem explicadas por materialismo médico como as regras que entendemos como oriundas somente do materialismo médico são melhor compreendidas pela totalidade dos sistemas de classificação da cultura. Interessante para pensar regras, princípios e práticas na área de saúde mental como sistemas simbólicos integrados. O quanto de nossas regras de saúde são formas de controlar percepções oriundas dos sistemas simbólicos (classes de comportamento)?
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Modelo de mente e de comportamento
Modelo científico do fenômeno mente
1) Atitudes proposicionais são fundamentais para explicar a aprendizagem, como as pessoas são e agem
2) As leis não materiais da mente, da cognição e do inconsciente são explicações que respeitam a perspectiva de entendimento das pessoas
3) As leis não materiais da mente, da cognição e do inconsciente não são redutíveis ao cérebro ou estão além das leis materiais do cérebro.
4) As leis não materiais da mente, da cognição e do inconsciente são integráveis ao discurso cotidiano e áreas de conhecimento tradicionais.
5) As leis não materiais da mente, da cognição e do inconsciente respeitam o entendimento de agência e de livre-arbítrio das pessoas
Modelo científico do fenômeno comportamento operante
1) A materialidade dos eventos é mais importante para explicar a aprendizagem e probabilidade de comportamentos do que as atitudes proposicionais
2) As leis do comportamento operante respeitam a perspectiva das pessoas mas as insere em princípios explicativos biológicos
3) As leis do comportamento operante são um nível diferente de organização em relação ao cérebro e estão em continuidade explicativa, mas têm abertura grande para a grande relevância dos eventos ambientais na explicação da aprendizagem.
4) As leis do comportamento operante explicam o cotidiano de forma rigorosa e poderosa, traduzindo o conhecimento disponível em eventos e fenômenos tangíveis
5) As leis do comportamento operante são uma mudança revolucionária em relação ao conceito de agência, de iniciativa e de livre-arbítrio mas respeitam o papel ativo dos agentes e sua necessidade de determinação sobre a própria vida.
As cincos proposições de cada modelo são mutuamente contraditórias. No entanto, as leis da mente consideram a materialidade do comportamento e dos eventos dispensáveis, se posicionando pela negação de fatos científicos verificados e replicados e a favor de sua compatibilidade com entendimentos leigos, tradicionais e não científicos. As leis do comportamento operante afirmam a traduzilibilidade dos fenômenos do cotidiano em eventos tangíveis e modificáveis, ampliando o leque de possibilidades contrafactuais da realidade construída pelos conceitos e comportamentos.
terça-feira, 27 de agosto de 2024
Escala de entendimento de atores da saúde mental
Existe uma escala hierárquica (nível de mensuração ordinal) de rótulos de capacidade de entendimento para cada tipo de ator na saúde mental:
O médico tem um entendimento muito superior e inacessível.
O psicólogo e outros profissionais de saúde tem um entendimento aceitável quando atuam como paramédicos (apoiadores do médico) e quando estão de acordo com o entendimento da sociedade.
O familiar confia, obedece, se conforma e segue tradições. Está de acordo com a sociedade.
O paciente/usuário tem um entendimento muito inferior (conceito manicomial) e seu posicionamento frente aos outros três atores é hierarquizado como discurso com baixo valor de validade.
segunda-feira, 24 de junho de 2024
Coleta de dados individualizante e medicalização
A coleta de dados de depoimentos a partir de perspectiva individualizante (pessoa separada do seu meio) é um dos raciocínios da medicalização e patologização. O ponto de partida são os sinais de estranhamento que são interpretados a partir de um modelo organicista. Um coleta de dados não individualizante com foco no ambiente distribuído da pessoa é desafiadora de ser realizada através de conversa com uma pessoa dentro de um consultório.
Obs: Esse texto foi censurado pelo facebook.
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Comportamento: fenômeno restrito versus abrangente
Noção de senso comum: Cérebro, mente, linguagem, sociedade e cultura são fenômenos abrangentes e comportamento é um fenômeno restrito.
Logo, compreender a extensão da expressão "radical" na explicação abrangente dos fenômenos psicológicos a partir do behaviorismo radical é difícil.
A análise do comportamento têm reconhecimento social amplo em aplicações para dificuldades específicas e delimitadas como o transtorno do espectro autista ou desafios práticos. Como o comportamento é entendido no senso comum como fenômeno restrito, sua ampliação para a área dos conceitos entendidos como abrangentes (Cérebro, mente, linguagem, sociedade e cultura) é percebida como um reducionismo inapropriado.
sábado, 17 de fevereiro de 2024
Experimentação e industrialização da saúde
Há uma certa dificuldade de integrar conhecimento experimental com a industrialização em escala da saúde. Na farmacologia os estudos de covariância (estatística) com dados empíricos com baixas suposições geram mais erros de interpretação de resultados. Os modelos experimentais com altas suposições e discussão aberta das mesmas ajudam a interpretar dados acumulados e criar simulações que são mais eficientes e custo-efetivos.
Dificuldade análoga é encontrada na psicologia. O modelo de pacotes e manuais é facilmente industrializável em escala. O conhecimento experimental exige treinamento mais complexo que é desafiador implementar em larga escala e também adaptar ao modelo de evidências baseado em estatísticas (pirâmide de evidências).
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Diagnósticos como demarcação
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
Neurociência substitui a psicologia? (Neil deGrasse)
"5. PROBLEMAS DE PREVISÃO
terça-feira, 2 de janeiro de 2024
Resenha "Psicanálise e psicomodismos" (Pasternak e Orsi)
Resenha sobre o capítulo "Psicanálise e psicomodismos" no livro "Que bobagem" de Pasternak e Orsi
O capítulo no livro "Que bobagem" de Pasternak e Orsi sobre psicanálise tem tantos compromissos com pressupostos filosóficos e modelos teóricos que o texto pode ser virado do avesso em diferentes direções como em variados posicionamentos filosóficos sobre demarcação de ciência e unidade ou pluralidade dos conceitos de método científico e tipos de ciência, modelos científicos de avaliação de evidência clínica, avaliação crítica das ciências cognitivas e biológicas na área clínica, discussões em filosofia da ciência sobre conceitos e métodos biológicos e sua relação com o social, discussões em filosofia da ciência sobre ciências naturais e humanas/sociais, discussões em filosofia da ciência sobre a subdeterminação das teorias pelos dados e a possibilidade de validade de evidências empíricas independentemente de modelos teóricos prévios, e outros debates.
A reprodução do discurso triunfalista das ciências cognitivas e biológicas que são tratadas como hierarquicamente superiores, ciências legítimas que a partir de suas próprias áreas são relativamente incontroversas e não podem ser questionadas a partir de conhecimento social ou outras formas de conhecimento indica que há um conhecimento superficial da complexidade envolvida nesse debate. O texto tem o mérito de introduzir a discussão sobre evidências clínicas em psicologia para um público amplo, apesar do tratamento do tema apresentar a discussão oferecendo respostas simples para pessoas interessadas em tomar decisões sobre saúde mental sem uma discussão sobre a variedade de controvérsias, assim direcionando e limitando as possibilidades de decisões do leitor.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
Lei dos erros Quetelet-Gauss: curva normal
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
Clientes de psicanálise e intelectualidade
Uma característica dos clientes de psicanálise é que são interessados ou entusiastas de ciências humanas e sociais e interessados em intelectualizar-se. O tratamento não tem somente finalidade de saúde. O que provavelmente é indício de um nível socioeconômico ou cultural médio-alto ou alto.
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Os "terapeutas intactos" e o organicismo
Há um discurso social que é reflexo do pensamento organicista que se aplica a psicólogos que já consultaram com psiquiatras. Na mesma linha de pensamento de nascer com "dom" para uma atividade, é comum pensarem que os bons psicólogos são organicamente intactos. Se for para ser coerente com essa linha, se uma pessoa já consultou um psiquiatra não há mais o que fazer ou aprender pois "psicologia não altera doenças orgânicas" ou os tratamentos psicológicos e sociais "não são as intervenções cerebrais necessárias". Em linha semelhante, do dualismo mente e corpo, "a terapia pela fala" trata de abstrações não materiais e por isso não alteram o orgânico.
Então é compreensível que essa forma de pensamento sendo comum e até coerente, a psicologia não seja valorizada e que não seja percebido como possível substituir tratamento psiquiátrico com aprendizagem.
sábado, 19 de agosto de 2023
Psicol.: ciência fundamental irredutível à fisiologia
terça-feira, 15 de agosto de 2023
"Interferências na ciência pura" - Ciência e valores
Nota de rodapé:
Algumas vezes se argumenta que tais pessoas estão tentando impor restrições sociais ou valorativas sobre a pesquisa "pura" - ou seja, pesquisa impulsionada e avaliada apenas por valores cognitivos. Ou pode parecer um conflito entre a expressão de valores cognitivos, ou de certos valores sociais. Na verdade, na minha concepção não existe pesquisa "pura" no sentido definido. Os valores cognitivos desempenham um papel crucial na pesquisa, porém sua interpretação é sempre estruturada por alguns valores sociais, e o apoio à sua expressão é ligado à expressão de certos valores sociais. O tipo de conflito em discussão é no fundo um conflito de valores sociais. Isto não é fácil de ser percebido numa sociedade que tende a tomar a primazia do controle da natureza como um valor universal.
Ciência e valores 1 - Hugh Lacey
quarta-feira, 28 de junho de 2023
Núcleo teórico e interpret. de ser hum. na psicologia
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Englobamento: ciências biológicas e humanas/sociais
O fundador da psicologia Wundt pensou a relação entre o biológico e o social. Para Wundt, tanto a fisiologia e a pesquisa experimental como o social faziam parte da psicologia. Ele propôs uma atitude muito comum entre as ciências humanas e sociais que é o englobamento do biológico pelo social. Áreas biológicas como a psiquiatria propõem o englobamento do social pelo biológico que é considerado explicação mais fundamental e ontológica a partir de nível inferior (reducionismo ontológico). A disputa política entre ciências naturais e ciências humanas e sociais na área de saúde mental e saúde está relacionada à mesma problemática. Atualmente as duas perspectivas de ciências costumam desqualificar umas às outras, possivelmente pela formação tradicional envolver apenas uma área. A discussão tem mais nuances. As duas perspectivas de ciências são potencialmente ótimas se bem formuladas. A disputa em torno da medicalização e da reforma psiquiátrica reproduz a mesma problemática. Levantar essas questões fundamentais seria um caminho para redirecionar o debate. A sociedade quando é inculcada pelo discurso psiquiátrico e de neurociência aplica esse englobamento do social pelo biológico quase sem pensar. A medicina e as biológicas tem certo ar de superioridade sobre o rigor científico de sua perspectiva. O pessoal da saúde com preferências pelas humanas e sociais tende a desqualificar o fisiológico e experimental como um positivismo. O pessoal da saúde com preferência pelas sociais tem certa dificuldade de se tornar popular. O discurso do englobamento do social pelo biológico consegue transmitir a ideia de ser "caixa-preta", isso é, fenômeno indiscutível. Uma resposta seria de que é possível criar, a partir de métodos científicos de qualidade duvidosa, artefatos, isto é, produzir eventos que são criações dos métodos ao invés de descobertas de fenômenos da natureza.
Referência:
O espírito e a pulsão: o dilema físico-moral nas teorias de pessoa e da cultura de W. Wundt - Luiz Fernando D. Duarte e Ana Teresa A. Venancio
quinta-feira, 15 de junho de 2023
O que justifica usar uma técnica terapêutica?
sábado, 6 de maio de 2023
Criação de teorias: exclusividade de mercado
Quem cria uma teoria ou linha de trabalho tem um nicho de mercado para explorar sozinho.