A ciência clássica tem grande valor. No entanto, seus defensores a conceituam como um núcleo de valores cognitivos imparcial, o qual deveria ser o único critério para o conhecimento científico. A ciência descrita dessa maneira desconhece os valores dos sistemas sociais de sua justificação e fomento, os quais participam da construção de ciência. O mercado é capaz de ser flexível politicamente mas há uma política de crescimento de mercado que define posicionamentos. A crítica à uma ciência politizada e social é uma defesa da técnica alienada de seus determinantes sociais e impactos. Posicionamento limitado em relação à capacidade crítica e de contrafactualidade social. A ciência politizada e social geralmente tem perspectiva temporal de longo prazo e passa por decisões governamentais assim como aumenta as chances de inadaptação mercadológica. Então é de se esperar que os defensores da técnica pura tenham suas indisposições políticas.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsias entre psiquiatras conservadores e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
A política da ciência técnica pura
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
O sucesso psiquiátrico por coerção
A partir dos conceitos de análise experimental do comportamento, o fato de o tratamento psiquiátrico tradicional e manicomial utilizar coerção como meio de obtenção do que entende como sucesso terapêutico implica que processos de aprendizagem operante são desconsiderados e desrespeitados para de forma substitutiva criar através da conformidade uma negação de consequências das maneiras de impor os tratamentos biológicos e negação das consequências do tratamento biológico e social. Do ponto de vista do fenômeno do comportamento operante é uma falsa imagem de sucesso. O uso em larga escala de internação psiquiátrica e em estabelecimentos de características análogas segue o mesmo padrão.
sábado, 7 de junho de 2025
Valor econômico do modelo manicomial
É possível avaliar o valor econômico intrínseco que as pessoas atribuem para internações como único recurso. O dinheiro é determinante da oferta de serviços mas é consequência de um anseio no lado da demanda social por internação.
O valor econômico vem de se livrar de um problema: o usuário/paciente que está incomodando. Prática na mesma lógica de antigamente mas de forma limitada.
Os remédios têm valor econômico por ser uma forma de calar, submeter, conter e coagir.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Implicações do termo 'surto'
O termo 'surto' tem significados e implicações de discurso manicomial sobre risco de crises, incontrolabilidade, patologia interna, a internação ser imprescindível e insubstituível, impossibilidade de tratamento alternativo substituto e necessidade de hospitais ou outros locais fechados.
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
"ABA" tem condições de ser mainstream?
Uma vez realizada a demonstração de evidências padrão-ouro da análise do comportamento aplicada, uma exigência de um grupo diferente, para desafios com transtornos mentais, isso seria suficiente para um amplo financiamento e para a análise do comportamento aplicada se tornar mainstream em um domínio de problemas? A história do sistema de saúde mental e os tratamentos inovadores indica que não. Se um tratamento não faz concessões e acordos comerciais sustentadores da indústria da saúde mental e a economia associada, o desafio de se tornar padrão é maior.
quinta-feira, 6 de junho de 2024
Indústria do autismo vs indústria da esquizofrenia
Por que é bom que haja uma indústria do autismo? Caso não houvesse dinheiro circulando no mercado do autismo não haveria pesquisa em quantidade e qualidade para ofertar tratamentos de sucesso nem pessoas dispostas a ofertar os serviços. O tratamento do autismo de acordo com a análise do comportamento aplicada está bem estabelecido como evidência de padrão-ouro e essa qualidade de oferta movimenta dinheiro pela demanda social e disposição a pagar pelo serviço. Se há exageros ou não, o importante é que ainda há crianças com necessidades de aprendizagem e desenvolvimento. Não há mal nisso. Essa circulação toda da economia cria uma identidade positiva para o autismo e espaço na sociedade.
A circulação de dinheiro na esquizofrenia/loucura está em manter a cronicidade através de tratamento farmacológico vitalício e no gerenciamento de crises periódicas através de hospitais psiquiátricos. Houveram propostas interessantes de tratamentos, mas esses precisaram entrar na contramão e na desconstrução de um sistema de atenção altamente lucrativo. Além disso, esse diagnóstico não parece ter um padrão unívoco e homogêneo a partir do qual seria formulado um pacote de tratamento padrão ouro de evidências. Os tratamentos tem suas particularidades e necessidades próprias. Na época da contracultura foi conquistada uma certa identidade positiva para a loucura. Penso que isso também era uma tentativa de criar uma indústria mesmo que alternativa.
O ponto é que não se resolve problemas e demandas sociais sem indústrias. A reforma psiquiátrica também é um mercado e uma indústria. Acontece de o sucesso nos tratamentos criarem indústrias grandes e isso não é uma forma de capitalismo destrutivo nesses casos. Uma indústria de sucesso gera disputas econômicas com outras formas de indústria e não é por uma proposta ter inserção no setor público que esta esteja justificada como a mais desinteressada e benéfica.
[Esse texto foi censurado pelo Facebook]
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Estratégias institucionais: aprendizagem limitada
Além das estratégias fisiológicas, as "soluções" institucionais também são formas de resolver situações difíceis sem aprendizagem [operante/comportamental], no modelo asilar ou manicomial de forma exacerbada e no modelo psicossocial ou antimanicomial de forma graduada e variável. Estratégias de aprendizagem operante/comportamental são utilizáveis de forma relativamente desassociável de estratégias institucionais embora essas direcionem em algum grau a forma de intervenção ofertada. O modelo psicossocial ao levar a sério a aprendizagem operante/comportamental potencializaria a resolutividade e qualidade das intervenções e seria menos dependente de contingências institucionais e legais em suas práticas.
segunda-feira, 1 de abril de 2024
Crítica aos manicômios antigos e diagnósticos
domingo, 22 de outubro de 2023
Deshospitalização nos EUA e a ABP
A deshospitalização nos Estados Unidos é usada como exemplo pela ABP de que mais hospitais são necessários por causa de cérebros defeituosos. Os Estados Unidos não tem um sistema comunitário de saúde mental. O programa planejado por Kennedy foi reduzido por Reagan na etapa de implantação. Esse artigo descreve a história.
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Comportamento manicomial (atualizado 2)
Provavelmente central nos comportamentos nomeados manicomiais seriam crenças rígidas todas associadas a riscos e por isso tornadas coerção dirigida a outras pessoas. Isso vai além de características de sistema de saúde e está no repertório das pessoas.
Com os processos comportamentais de regras verbais rígidas sobre como funciona o mundo com implicações do que deve ser feito e esquiva de riscos relacionada a essas regras rígidas, a aprendizagem se torna quase estagnada pois não haverá contato direto com o modo como funciona o mundo (contingências de reforçamento) devido à atuação dos dois processos. O comportamento ativo diretamente em relação aos eventos que poderiam testar as regras rígidas e a esquiva não ocorre. Por isso, modificar os comportamentos manicomiais individualmente e socialmente se torna mais desafiador. Um exemplo de alteração é quando políticas de reforma psiquiátrica antimanicomial mostram que pessoas antes consideradas irrecuperáveis, incapazes, irresponsáveis e perigosas se recuperam e vivem em sociedade de forma livre.
[Adicionar citação sobre alegações médicas de risco de ruína]
[Completar título: Comportamento manicomial em relação à risco e ruína]
sábado, 1 de julho de 2023
Determinantes da melhora em hospitais psiquiátricos
quarta-feira, 31 de maio de 2023
Poder sem limites e violações de direitos humanos
Texto: COMPAIXÃO E ÉTICA NO CUIDADO DO RETARDADO. Autor: BF Skinner
"Dado poder ilimitado, é possível que todos nos tornemos monstros egoístas." (E pensar no grande poder que manicômios/hospitais psiquiátricos têm sobre pessoas em locais fechados e se entende um dos motivos porque acontecem violações de direitos humanos).
segunda-feira, 27 de março de 2023
Internações psiquiátricas: custos
Hospitais psiquiátricos custam muito dinheiro. Um exemplo é um hospital psiquiátrico público custar 3 milhões por ano Instituto de Psiquiatria (IPQ) estadual de SC. Um hospital psiquiátrico privado de médio porte (Instituto São José em SC) fatura de 30 a 50 milhões por ano . Um hospital psiquiátrico privado de grande porte fatura 100 milhões por ano (Hospital Psiquiátrico Gavea no RJ). Investimentos altos do contribuinte ou das famílias que costumam levar a várias reinternações sem sucesso. Com baixa densidade técnica, as intervenções são simples. Coerção física, privação de liberdade, medicamentos, hotelaria. Hospitais psiquiátricos costumam ter efeitos colaterais como o óbito de alguns pacientes todos os anos. Causas possíveis são a contenção física, as reações fisiológicas (reações adversas) aos coquetéis de medicamentos. Alguns aspectos do racional clínico são a abstração dos acontecimentos e história de vida transformados em sintomas (silenciamento) e nenhuma confiança na veracidade da palavra do paciente. Os pacientes são automaticamente tratados como riscos para a sociedade com pouca consideração de seus direitos, bem-estar ou integridade de saúde. Direito de ir e vir, direito à vida, direito à integridade física e de saúde, direito à cidadania são alguns dos direitos perdidos. As causas ambientais e sociais são consideradas secundárias se não desimportantes ou desnecessárias.
Informações obtidas no site econodata.com.br e no site DataSUS.
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
Produtos e serviços em série (lucro)
Intervenções psiquiátricas satisfazem um critério relevante para gerar bastante lucro: produtos ou serviços em série, que possam ser produzidos em escala e aplicados de forma protocolar ou padronizada (sem muita reflexão).
Drogas psiquiátricas
Hospitais psiquiátricos / Internação psiquiátrica
Eletrochoque / eletroconvulsoterapia
Estimulação magnética transcraniana
Comunidades terapêuticas
sexta-feira, 5 de agosto de 2022
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Antipsicóticos/neurolépticos e violência (atualizado)
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Institucionalização (definição)
Institucionalização é o termo usado para descrever tanto o processo de, quanto os prejuízos causados a seres humanos pela aplicação opressiva ou corrupta de sistemas de controle sociais, médicos ou legais inflexíveis por instituições públicas, ou sem fins lucrativos criadas originalmente com fins e razões benéficas. Está normalmente associada às chamadas instituições totais.
domingo, 21 de março de 2021
Deficientes internados até morrer
“Eles ficam até morrer” Uma vida de isolamento e negligência em instituições para pessoas com deficiência no Brasil
ELES FICAM ATÉ MORRER - RELATÓRIO HUMAN RIGHTS WATCH
https://www.youtube.com/watch?v=dNREWFA6gFY
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Restrição química como crueldade
Este raciocínio eqüivale a justificar o uso de drogas no lugar
das camisas de força, cordas ou correntes para imobilizar um pa-
ciente rebelde. A crueldade encontra-se menos no método do que no
resultado. O isolamento, a restrição física e a restrição química (com
neurolépticos) tiram as vítimas do contato com todos os reforçadores
que tornam a vida significativa e preciosa; as drogas os transformam
em zumbis e as celas acolchoadas os transformam em maníacos selvagens.
Os dois tipos de punição colocam um fim a toda a aprendizagem, exceto
por várias formas de fuga e esquiva que servem como mecanismos
de contracontrole. Quando o poder das autoridades é grande demais
para represália ou fraude, a depressão assume o lugar.
Coerção e suas implicações - Sidman