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Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Estabilidade como negação da vida
terça-feira, 16 de março de 2021
Neurolépticos, acatisia e suicídio
“Com o advento dos antipsicóticos, as pessoas com esquizofrenia se matam a taxas iguais às taxas de doença maníaco-depressiva ... É principalmente devido à acatisia ... de drogas como a olanzapina, que parece ter a maior taxa de suicídios na história de ensaios clínicos” D. Healy
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
Internação forçada pode aumentar suicídio
A hospitalização involuntária poderia aumentar o risco de suicídio
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
setembro amarelo
Há um grande desejo, manifesto em parte da sociedade, de que as pessoas não tirem suas vidas. Uma expressão disso é o crescimento, ano após ano, do interesse em estudar, discutir, divulgar e principalmente prevenir o suicídio, que no mês de setembro torna-se ainda mais evidente, por conta de uma campanha internacional que ficou conhecida como setembro amarelo.
Ano após ano o setembro amarelo vem ganhando força e expressividade, mais e mais pessoas vêm aderindo às propostas desenvolvidas por entidades diversas, como o CVV (Centro de Valorização è Vida), grupos de caráter mais acadêmico e/ou vinculados à universidade, organizações não governamentais e, principalmente, a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), que se arroga a responsabilidade de ter trazido a campanha para o Brasil (o que parece dizer-nos algo sobre o caráter dessa campanha).
É certo que dar visibilidade ao fenômeno é necessário, todavia, de que maneira e qual visibilidade se pretende dar?
Sempre que se fala em suicídio (termo que para a grande parte das pessoas já traz, em si, uma conotação negativa, pejorativa), isso é feito a partir de uma determinada perspectiva, de uma certa concepção, que muitas vezes – principalmente quando estamos falando da popularização de um tema – não fica explícita, o que tem implicações para a própria compreensão desse tema.
Há várias formas de se compreender o suicídio, todas elas marcadas por momentos históricos e características sociais distintas, ou seja, todas elas produtos de uma cultura, numa dada sociedade, em um certo momento histórico, defendendo determinados interesses, queiram ou não, saibam ou não, explicitem ou não; aqueles que manifestam essas compreensões.
O que é mais visível nessas manifestações referentes ao setembro amarelo é que há, em grande parte das pessoas, principalmente aquelas que são leigas (ou quase) sobre o assunto, uma profunda boa vontade e intenção de ajudar, de forma voluntária e espontânea, partindo de suas crenças e concepções de mundo, de humano, de vida e de morte; sem pararem para pensar, muitas vezes, o que significa aquilo que estão defendendo e outras tantas vezes, fazendo coro com ideias que sequer sabem de onde vieram e a quais interesses compõem.
Vivemos em uma sociedade em que a morte em geral (e não só o suicídio) é um fenômeno do qual uma parte considerável das pessoas quer manter distância. Apesar de sua inevitabilidade, as pessoas querem que ela seja o mais tarde possível, para si e para seus próximos. Nessa sociedade, em que se quer ter distância da morte, busca-se, ao mesmo tempo, a manutenção da saúde e da vida a qualquer custo. Em uma sociedade em que a grande maioria quer viver o máximo possível e ser saudável, o que significa alguém tirar a própria vida? A interdição do suicídio aparece como algo premente, a valorização da vida deve ser a qualquer custo, agora, de qual vida!?
Deseja-se que as pessoas permaneçam vivas, não que elas possam ter uma vida que não lhes faça desejar a morte, a preocupação está muito mais em que elas não se matem do que nelas terem uma vida que seja digna de ser vivida.
O suicídio é historicamente um tabu porque ele faz emergir um conjunto de informações sobre a sociedade que não se deseja que venha à tona, já que explicita os melindres daquela sociedade. Assim, para se falar abertamente sobre o suicídio, sem expor esse conjunto de informações, é necessário atribuir-lhe determinadas características, que costumam reforçar um conjunto de concepções ideológicas acerca desse fenômeno, em geral aquelas que costumam encontrar nos próprios indivíduos as causas e os determinantes para que busquem suas próprias mortes, seja por conta de transtornos psíquicos (em geral explicados a partir de determinantes biológicos) ou de características psicológicas, reforçando assim o caráter individual desse fenômeno e velando o que nas relações que esses sujeitos estabelecem lhes produz o desejo de tirar suas próprias vidas.
Ao aparecer, ideologicamente, como uma questão de ordem individual (como uma parte considerável dos fenômenos sociais costumam aparecer), frequentemente patologizada, a forma de se lidar com o fato também toma esse mesmo caráter, assim, a questão deve ser resolvida no próprio indivíduo, por ele ou por quem possa impedi-lo, entretanto, as condições que lhe fazem desejar e buscar a própria morte permanecem intactas e ocultas.
Utilizam-se a terapia, os remédios e até mesmo as internações, produzem-se cartilhas para a prevenção, busca-se das mais diversas formas impedir que os sujeitos atentem contra si mesmos, mas a vida, as relações, as condições de existência, de saúde, de educação, afetivas,... Todas elas permanecem não apenas intocadas, como ocultas, causando naquele mesmo indivíduo e em um conjunto de outros indivíduos os mesmos desejos de não quererem vivê-las.
Nesse ano de 2016 a discussão tem tomado grandes proporções (significativamente maiores que nos anos anteriores), muitas matérias de jornal, muitas atividades nos mais diversos locais, muita gente envolvida, participando dessas atividades e compartilhando nas redes sociais o conjunto dessas iniciativas, muito apelo, tudo isso, na maior parte das vezes, motivado por um voluntarismo espontaneísta de fazer com que as pessoas permaneçam vivas, mas sem refletir criticamente sobre isso e sem se colocarem as questões acima expostas. São reproduzidas as visões hegemônicas sem qualquer questionamento, algumas vezes um tanto de informações que sequer são convergentes, mas o importante é dar visibilidade, é falar sobre, é fazer algo, não importa exatamente o quê, chegando ao ponto de um enorme conjunto de pessoas começar a disponibilizar seus celulares, whatsapp’s, chats privados e afins para escutarem e acolherem aqueles que estão sofrendo de alguma maneira, como se isso fosse, de fato, resolver alguma coisa. Essas concepções e compreensões acríticas, voluntaristas e espontaneístas, no final das contas, apenas contribuem para que a sociedade se mantenha como é, para que tudo permaneça como está, para que os problemas sigam sendo localizados nos indivíduos.
Na medida em que a mídia assumisse um papel crítico e parasse de reproduzir as concepções hegemônicas, em que os profissionais da saúde avançassem aos determinismos (principalmente biológico e psicológico) e explicitassem as contradições dessa sociedade, que as pessoas começassem a refletir sobre essas mortes para além dos indivíduos, que houvesse uma disposição em mudar radicalmente as condições de saúde e de vida das pessoas, então começaríamos a dar alguma visibilidade de fato a essa questão tão delicada e importante, não mais no sentido de ideologizar a realidade, mas no sentido de explicitá-la, para explicitar a necessidade de superação dessa sociedade em que a imensa maioria das pessoas vive em condições miseráveis para que uma ínfima quantidade tenha uma vida desejável. Entretanto, esperar que isso ocorra me parece um tanto ingênuo, a mídia está cumprindo seu papel, as ciências particulares estão cumprindo seus papéis, a ideologia está cumprindo seu papel... O setembro amarelo é isso, uma estratégia de visibilidade para ocultar onde de fato os problemas se encontram, com ampla participação das pessoas, para que todas se sintam colaborando... e estão... só não sabem exatamente para quê!
Não deve nos bastar manter as pessoas vivas, vivendo uma vida indesejável, que para se tornar suportável exige que, muitas vezes, lancem mão de vitaminas, fármacos e outras drogas, lícitas ou ilícitas. Ou nós extinguimos o capitalismo, ou ele seguirá nos matando, das mais diversas formas, entre as quais o suicídio.
Setembro amarelo: lembre-se que a vida muda
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Internalismo e ideações suicidas
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Suicídio na Era do Prozac
https://madinbrasil.org/2018/09/suicidio-na-era-do-prozac/
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Taxas crescentes de suicídio: quando reconhecemos que algo não está funcionando ?
quarta-feira, 6 de junho de 2018
Eutanásia doença mental
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/holanda-tem-aumento-de-eutanasia-em-pacientes-com-doencas-mentais.shtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=compfb
Holanda tem aumento de eutanásia em pacientes com doenças mentais
Legislação do país europeu não proíbe o procedimento nesses casos, mas assunto divide médicos
terça-feira, 10 de abril de 2018
Suicide Club (film)
https://en.wikipedia.org/wiki/Suicide_Club_(film)
Suicide Club, known in Japan as Suicide Circle (自殺サークル Jisatsu Sākuru) is a 2001 Japanese independent horror film written and directed by Sion Sono.[1] The film explores a wave of seemingly unconnected suicides that strikes Japan and the efforts of the police to determine the reasons behind the strange behavior.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Textos Suicídio
Nosso parceiro de trabalho Diego Souza - Psicoterapia gentilmente fez uma lista dos textos e blogs que escrevi relacionados ao tema do suicídio! Obrigado Diego!
Ei-los aqui:
1. “Suicídio, Mídia e Epidemia” - https://goo.gl/tyS7op
3. “Choose Life: Prevenção para o Suicídio” - https://goo.gl/jysWbT
4. “A Crise da Masculinidade: Homens estão lutando para lidar com a vida” - https://goo.gl/axZTef
5. “Suicídio: Observações sobre a tragédia de não mais querer viver” - https://goo.gl/PggSkL
6. “E quando o psicólogo ou psiquiatra morre… por suicídio?” - https://goo.gl/ARVu7z
7. “O que acontece quando o suicídio é sua área de atuação…” - https://goo.gl/78d1Jc
8. “É difícil ser um homem.” - https://goo.gl/jKchqC
9. “Por que adolescentes se autolesionam?” - https://goo.gl/qome2B
10. “Religião: Fator de proteção ou risco ao suicídio?” – https://goo.gl/97P5zE
11. “A ciência do comportamento suicida e os efeitos de “13 Reasons Why”” - https://goo.gl/zVYhQK
12. “É perigoso perguntar ou conversar sobre suicídio?” - https://goo.gl/BkwGhi
13. “Mitos sobre suicídio #1: “Quem quer mesmo se matar não dá sinais prévios” - https://goo.gl/FiENwx
14. “Prevenção ao suicídio em nível individual: O papel da empatia no salvamento de vidas” - https://goo.gl/h7ppUR
15. “Como ajudar alguém que sofre de ideações suicidas?” - https://goo.gl/5FYyw8
16. “O Homicídio-Suicídio no Voo Germanwings 9525: Algumas Considerações de uma Autópsia Psicológica” - https://goo.gl/nFPc25
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Sobre Viver - Precisamos Falar de Suicídio
Sobre Viver - Precisamos Falar de Suicídio
https://www.youtube.com/watch?v=uRJRxnxnhKE
O documentário SOBRE VIVER – PRECISAMOS FALAR DE SUICÍDIO propõe a desmistificação do tabu em torno do ato suicida, reunindo o ponto de vista de profissionais da área da saúde, de representantes de organizações e instituições que desenvolvem trabalhos relacionados ao tema, além de pessoas impactadas diretamente pela questão.
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
'Nem toda pessoa que se mata tem depressão', diz especialista em suicídio
https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2017/11/15/viver-sem-sofrer-e-uma-utopia-diz-especialista-em-suicidio.htm
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Mental Health Model Increases Suicide - Emily Sheera
Mental Health Model Increases Suicide - Emily Sheera
https://www.youtube.com/watch?list=PLVDS4d4FkZMb3ijJHJHCDuupnMmbjeNuL&v=AV3uqFox5po&app=desktop
mental health model and suicide
Suicidality is not irrational. It is not a sign or symptom of an illness, and it is certainly not an indicator of a person's incapacity to make their own decisions. Suicidality occurs when death seems like a less bad option than a person's life circumstances.
By focusing on suicide prevention, and not on giving people the support and freedom they need to live authentically as who they are, we are ignoring the reality that suffering and isolation can be worse than death.
The following quote by David Foster Wallace has always been one of my favorite writings on suicidality:
"The so-called ‘psychotically depressed’ person who tries to kill herself doesn’t do so out of quote ‘hopelessness’ or any abstract conviction that life’s assets and debits do not square. And surely not because death seems suddenly appealing. The person in whom Its invisible agony reaches a certain unendurable level will kill herself the same way a trapped person will eventually jump from the window of a burning high-rise. Make no mistake about people who leap from burning windows. Their terror of falling from a great height is still just as great as it would be for you or me standing speculatively at the same window just checking out the view; i.e. the fear of falling remains a constant. The variable here is the other terror, the fire’s flames: when the flames get close enough, falling to death becomes the slightly less terrible of two terrors. It’s not desiring the fall; it’s terror of the flames. And yet nobody down on the sidewalk, looking up and yelling ‘Don’t!’ and ‘Hang on!’, can understand the jump. Not really. You’d have to have personally been trapped and felt flames to really understand a terror way beyond falling."
Just as in the case of a person about to jump out the window of a burning building, it would be ridiculous to shut the window and celebrate having "prevented suicide" (instead of putting out the flames), it is ridiculous to focus on the goal of "suicide prevention" without addressing the cruelty in our world that drives people's desire to escape.
Thanks to Christina Taft for interviewing me about some of these ideas for Everyday Psych Victims Project. I would love to hear all of your thoughts on the interview!
sábado, 23 de setembro de 2017
Fragilidade social e suicídio
Por que o suicídio não para de crescer no Brasil?
A taxa cresceu 60% desde os anos 1980. E os motivos são os esperados: instabilidade econômica e fragilidade social
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
NOTHING 'CONTROVERSIAL' ABOUT ANTIDEPRESSANT STUDY, SINCE IT'S PROVEN THEY "RAISE DEATH RATE BY ONE-THIRD"
Researchers at the University of McMaster in Hamilton have released a study on the health impacts of long-term #antidepressant use, arguing that the commonly-prescribed medications raise the risk of death by as much as 33 percent. The study has already produced a strong reaction from some in the medical community who continue to mislead their patients about the true risks.
READ MORE: https://www.cantechletter.com/…/controversial-mcmaster-stu…/