Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Como funciona o teste psicológico de Rorschach?

http://revistaquestaodeciencia.com.br/questionador-questionado/2018/11/28/como-funciona-o-teste-psicologico-de-rorschach?fbclid=IwAR3VEl6ul9Emt9GcLS3v0NiHrApqMJEP-M38nuGz96uoZtjtR1YQ8fI8Qw4

Agenda oculta dos familiares

Não importa o que o "paciente" faça ou diga. Nada vai funcionar pois pode haver uma agenda oculta da parte dos familiares.

Culturas minoritárias e "problemas psicológicos"

Na antropologia é descrito como culturas ou grupos minoritários. Na psicologia é encarado como loucura. A psicologia estabelece alguns padrões culturais como regras universais. É um julgamento arbitrário da psicologia.

Movimentos sociais alternativos são vistos como seitas ou coisa de reacionário.
Ir contra hegemonias culturais naturalizadas é visto como loucura.
Tentam convencer metaleiros a cortar o cabelo, etc.

Culturas minoritárias podem ser positivas. Mas o pessoal da psicologia tenta se promover se associando com movimentos que tenham popularidade.

Esquece-se que as culturas majoritárias podem ser preguiçosas, estúpidas e prejudiciais.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Apelo econômico da psiquiatria

A popularidade da psiquiatria não se explica somente porque as pessoas são sugestionaveis. Há um conluio entre pacientes, familiares, médicos e indústria farmacêutica . Todos tem incentivo econômico  para defender o conceito de doença incapacitante.

Ao invés de aposentar todo mundo seria possível construir ambientes de trabalho mais acessíveis e toleráveis para todos.

Amostra grátis

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/05/03/amostra-gratis-influencia-prescricao-de-medicos-mostra-estudo.htm

"ao receber uma amostra, o paciente precisa conhecer outras opções e seu efeito direto sobre a qualidade e o valor do medicamento que estão recebendo"

Argumentação->raiva->doença

Argumentação é interpretada como raiva.
Raiva não legitimada é interpretada como defeito biológico

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Crise no emprego eleva em 1,6 milhão o número de consultas psiquiátricas

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/crise-no-emprego-eleva-em-14-milhao-o-numero-de-consultas-psiquiatricas.shtml

Psiquiatria não deveria ser primeira opção, mas última.


“Com o maior debate público sobre o tema, beneficiários percebem que um sintoma que associavam a comportamento pode ser uma doença”, diz ela.

Incentivo ao trabalho de deficientes no Brasil



Competências e empregos : uma agenda para a juventude : Síntese de constatações, conclusões e recomendações de políticas (Portuguese)

http://documents.worldbank.org/curated/en/953891520403854615/Síntese-de-constatações-conclusões-e-recomendações-de-políticas?fbclid=IwAR2TeP1gfomNHAqDsqwC-mh6uJaJ0PBNWgGjtobqa3bmdaMn6RKs90u0zGQ

Desengajamento econômico

O conceito de desengajamento econômico: "[...] se baseia em modelos seminais de formação de capital humano que traçam vias para o desenvolvimento de competências que começam no lar e na comunidade, passam pela escola e continuam depois que os jovens conseguem um emprego. O marco conceitual enfatiza, além da inserção na escola (frequência escolar), a importância da qualidade dessa educação e das oportunidades de aprendizagem no local de trabalho. Uma percepção nova decorrente do marco conceitual é que o risco de desengajamento econômico pode tomar diversas formas e intensidades, mesmo quando os jovens estudam ou trabalham."

Competências e empregos : uma agenda para a juventude : Síntese de constatações, conclusões e recomendações de políticas (Portuguese)



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Necessidade de apoio alternativo

“A recusa da psiquiatria dominante em levar a sério essas descobertas e resolver os problemas inevitavelmente deixa o vasto número de pessoas que experimentam graves problemas de abstinência de antidepressivos sozinhos, sem apoio, párias virtuais, deixando a essas pessoas pouca opção além de se apoiar umas às outras da melhor maneira possível, através da internet e outros grupos.”

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Destinados ao controle (Sidman)

"Além disso, é claro, nós queremos estudar o comportamento humano porque somos humanos – embora muitos dos que se opõem ao tratamento científico do comportamento humano o façam por considerar tal tratamento desumano. Queremos saber sobre nós e onde nos encaixamos no universo. O conflito aqui é entre aqueles que, como eu, se sentem confortáveis com o conhecimento de que nos encaixamos, e aqueles que precisam acreditar que nós ocupamos uma posição especial, no controle, e não submetidos à lei natural. Infelizmente esses são hoje predominantes e, assumindo seu supostamente predestinado controle sobre partes animadas e inanimadas do mundo, levaram esse mundo por um caminho de destruição.

Grupos de interesses especiais como este, dedicados à análise experimental do comportamento humano estão, portanto, fazendo algo mais do que reunindo e sistematizando dados experimentais sobre o comportamento humano. Estão ajudando a colocar a humanidade dentro do mundo, não fora dele e em conflito com ele. Eu penso que vale a pena manter essa dimensão social mais ampla de nosso trabalho bem a vista."

REVISTA BRASILEIRA DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO / BRAZILIAN JOURNAL OF BEHAVIOR ANALYSIS , 2005, VOL .1 NO . 2, 125-133
A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO HUMANO EM CONTEXTO 1,2
MURRAY SIDMAN
SARASOTA, FLÓRIDA, UNITED STATES

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Erros médicos

https://www.jn.pt/arquivo/2005/interior/diagnostico-reservado-na-saude-516847.html

A partir dos anos 90, tem vindo a evoluir o quadro dos direitos dos doentes e utentes de saúde, recorre-se cada vez mais aos tribunais, mas continua a ser difícil conseguir fazer prova contra um médico ou outro profissional de saúde.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Survival of a Whistleblower

Survival of a Whistleblower – Peter C. Gøtzsche at Summer Institute 2018


SURVIVAL OF A WHISTLEBLOWER To be a whistleblower is not easy. Particularly not in healthcare, which is riddled with financial conflicts of interest, corruption, political ambitions about becoming re-elected by promising people screenings that do more harm than good, and personal hobby horses. Part of big pharma’s business model is organized crime, which envolves fraud, both in research and marketing. Our prescription drugs are the third leading cause of death, after heart disease and cancer, and I have estimated, based on the best research I could find, that psychiatric drugs alone are also the third leading cause of death. Yet, hardly anyone raises an eyebrow; in fact, we irrigate whole populations with psychiatric drugs as if they were mental fertilizers. Most whistleblowers suffer a terrible fate. Peter Rost has described how things went for 233 people who blew the whistle on fraud: 90% were fired or demoted, 27% faced lawsuits, 26% had to seek psychiatric or physical care, 25% suffered alcohol abuse, 17% lost their homes, 15% got divorced, 10% attempted suicide and 8% went bankrupt. But in spite of all this, only 16% said that they wouldn’t blow the whistle again. I shall try to explain how it was possible for me to blow the whistle for 30 years and yet still have a highly rewarding career. PETER C. GØTZSCHE Professor Peter C. Gøtzsche graduated as a Master of Science in Biology and Chemistry in 1974 and as a Physician 1984. He is a specialist in internal medicine; worked with clinical trials and regulatory affairs in the drug industry 1975-1983, and at hospitals in Copenhagen 1984-95. SUMMER INSTITUTE The 2018 Summer Institute on Bounded Rationality took place on June 19 – 27, 2018, at the Max Planck Institute for Human Development in Berlin, Germany.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Schizophrenia Genetic Research MIA

Episode 21 Dr Jay Joseph: Why Schizophrenia Genetic Research is Running on Emptyhttps://www.youtube.com/watch?v=FkqqkNr53ic

his week on MIA Radio we interview Dr Jay Joseph. Dr Joseph is a clinical psychologist and author who brings a critical perspective to claims in the media and the academic literature that disordered genes underlie psychiatric disorders. His most recent books are The Trouble with Twin Studies: A Reassessment of Twin Research in the Social and Behavioral Sciences and the 2017 e-book Schizophrenia and Genetics: The End of an Illusion. In this interview, we discuss the evidence that psychiatry puts forward in support of the claim that mental disorders have an important genetic basis and the reasons why psychiatry is still searching after many decades of failed attempts. In the episode we discuss: How Dr Joseph, as a clinical psychologist, came to be interested in the validity of the diagnosis of schizophrenia. How he then became interested in the assertions by psychiatry that diagnoses such as schizophrenia had a genetic basis. That he discovered that the evidence for genetic factors underlying major psychiatric disorders is very weak and based mainly on twin and adoption studies. That, despite decades of work, there have been few if any discoveries of disordered genes that cause the major psychiatric disorders. How twin and adoption studies are used to try and demonstrate the relationship between genetics and mental disorders. That people are being told that their mental illness is genetically based which is not supported by evidence and it is rather like the chemical imbalance myth in this regard. That a disorder or condition ‘running in the family’ means that it is ‘genetic’ is also a common misconception. That psychiatry seems to be focused on finding the ‘cause’ of mental disorders within the body, rather than acknowledging that social and environmental factors are the main causes of trauma, distress, and psychological dysfunction. To get in touch with us email: podcasts@madinamerica.com © Mad in America 2017

Esquizofrenia e genética: o fim de uma ilusão

Esquizofrenia e genética: o fim de uma ilusão

Estamos nos aproximando de um período de crise e reavaliação nos campos da genética comportamental e da genética psiquiátrica, pois as tentativas de descobrir “genes para o comportamento”, com possíveis raras exceções, não tiveram sucesso. A esquizofrenia é o transtorno psiquiátrico mais investigado, mas embora tenha havido muitas alegações de "associação" de genes, décadas de estudos de genética molecular não conseguiram produzir um único gene causador. Em um comunicado de imprensa oficial de 2013, a American Psychiatric Association admitiu que a psiquiatria e seu subcampo de genética psiquiátrica “ainda estão esperando” pela identificação de “marcadores biológicos e genéticos” para transtornos psiquiátricos. Embora algumas alegações de descoberta de genes tenham aparecido desde então, a psiquiatria continua a "esperar".

Nesse contexto, o psicólogo Jay Joseph enfoca as deficiências metodológicas e as suposições questionáveis ​​de estudos anteriores de famílias, gêmeos e adoção com esquizofrenia. Ele mostra que, embora as interpretações genéticas dos estudos de gêmeos com esquizofrenia sejam baseadas na suposição de que pares de gêmeos monozigóticos (MZ) e dizigóticos (DZ) criados juntos crescem experimentando ambientes de influência de comportamento semelhantes ("iguais"), esta suposição é claramente falsa. Ele conclui que os estudos de gêmeos com esquizofrenia, como os estudos de famílias com esquizofrenia, são incapazes de separar o impacto potencial das influências genéticas e ambientais. Em ambos os tipos de estudos, portanto, os resultados podem ser explicados inteiramente por fatores não genéticos.

Voltando-se para a pesquisa de adoção, Joseph coloca os influentes estudos de adoção dinamarqueses-americanos das décadas de 1960-1990 sob o microscópio, levando os leitores a uma jornada através de estudos maciçamente falhos, tendenciosos e ambientalmente confusos que foram apresentados em livros padrão de maneira enganosa desde então década de 1970. Esses textos ignoraram ou ocultaram falhas metodológicas, factuais e até ético-científicas que, além de estudos gêmeos baseados na falsa suposição de que os ambientes MZ e DZ são iguais, questionam tudo o que supostamente “sabemos” sobre a genética de esquizofrenia. Os autores desses textos muitas vezes deixam de mencionar estudos que não se encaixam nas explicações genéticas, enquanto ocasionalmente citam estudos que não existem.

Em contraste com as crenças predominantes nas ciências sociais e comportamentais, Joseph argumenta que há pouca ou nenhuma evidência cientificamente aceitável de que genes desordenados desempenham um papel na causa da esquizofrenia. Ao mesmo tempo, ele destaca as evidências a favor das causas ambientais, enquanto observa que a validade do próprio conceito de “esquizofrenia” tem uma longa história de controvérsia.

Neste livro, que reúne muitas das descobertas anteriores de Joseph em um só lugar, enquanto explora muitas áreas novas, as principais questões são abordadas de uma perspectiva refrescantemente crítica. Isso está em contraste direto com os relatos acadêmicos e jornalísticos convencionais do tópico “genética da esquizofrenia”, onde geralmente se afirma que a esquizofrenia é um distúrbio “altamente hereditário” que envolve um processo de doença do cérebro.

Joseph apresenta uma avaliação crítica atualizada, completamente documentada e muito necessária da pesquisa genética da esquizofrenia. Suas descobertas têm implicações importantes para a psiquiatria, a genética comportamental e as ciências sociais e comportamentais em geral. Além disso, este trabalho é uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada na questão de longa data “natureza-criação” de se as diferenças de comportamento humano são causadas principalmente por fatores hereditários ou ambientais. Joseph conclui que a falha em descobrir genes para esquizofrenia, psicose e outras condições psiquiátricas não é um revés científico, mas sim um motivo de celebração, já que a sociedade agora pode se separar de desvios genéticos e abordagens médicas e pode se concentrar em causas ambientais intervenções sociais, abordagens não médicas de tratamento e prevenção.

Remédio ou droga

O uso da expressão medicamento ou remédio parte do modelo médico e do modelo de ação baseado na doença, isto é, correção de desequilíbrio químico.

As expressões drogas psicoativas, psicofármacos ou neurotoxinas parte modelo de ação baseado na droga.

domingo, 11 de novembro de 2018

Função da família (Laing)

A função da família é reprimir o Eros; para induzir uma falsa consciência de segurança; negar morte evitando a vida; cortar a transcendência; acreditar em Deus, não experimentar o Vazio; para criar, em suma, o homem unidimensional; promover respeito, conformidade, obediência; enganar crianças a não brincar; induzir o medo do fracasso; promover o respeito pelo trabalho; para promover um respeito pela "respeitabilidade".
- r. D. Laing,
A POLÍTICA DA EXPERIÊNCIA

Efeito esperado da droga e grau de "doença mental"

Quando os psicofármacos não fazem o efeito alegado (e isso é comum) os psiquiatras biológicos responsabilizam a "doença mental" do paciente. Os pacientes muito sugestionáveis devido ao prestígio da medicina acreditam que são muito doentes, incapazes e que seus problemas seriam muito piores sem os psicofármacos.

É preciso diferenciar entre o efeito alegado dos psicofármacos (saber o que esperar deles) e o efeito real. Para avaliar o efeito real do psicofármacos basta apenas passar um dia sem tomá-lo. É muito provável que apesar da abstinência momentânea a pessoa sinta mais bem-estar.

Dessa maneira, é possível checar se realmente é legítimo responsabilizar o grau ou a gravidade da "doença mental" quando os psicofármacos não fazem o efeito alegado pelo médico.

sábado, 10 de novembro de 2018

Nervosismo episódico e prevenção de recaída

É comum que hoje em dia as pessoas se transformem em pacientes para a vida toda devido a um período de desespero ou mesmo um episódio. A psiquiatria biológica chama isso de prevenção de recaída.

O que acontece é que questões psicossociais se sobrepõem ao tratamento farmacológico e se atribui ao efeito desse último a capacidade de prevenir recaídas. É uma expressão ideológica para manter clientes para a vida toda.

Quem conhece pacientes psiquiátricos sabem que os fármacos não são capazes de evitar episódios de conflito e sofrimento grave. O ciclo de vida e as situações de vida é o que mudam com o tempo. Dificilmente as situações difíceis que foram medicalizadas se mantém para sempre. Os psiquiatras biológicos jogam com o medo do pior e com o prestígio da medicina.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Resumo Críticas a psiquiatria Allen Frances

E, também deve ser notado, não é uma descoberta de fato. Em vez disso, como tudo mais no embuste psiquiátrico, é uma questão de decreto. Os psiquiatras dizem isso; portanto, deve ser verdade.

Allen Frances: “Bem, é um segredo profundo. Não há quase nenhuma pesquisa sobre a síndrome de abstinência. Não há absolutamente nenhum interesse por parte das empresas farmacêuticas em anunciar o fato de que tomar um antidepressivo pode prendê-lo por anos e talvez por toda a vida. Então, eles desencorajaram a pesquisa, eles não relataram os resultados adversos. A indústria farmacêutica é apenas marginalmente menos impiedosa do que os cartéis de drogas, e não é do seu interesse publicizar isso, então tem havido muito pouca pesquisa, e nós realmente não sabemos como o uso a longo prazo desses medicamentos pode afetar a cérebro. Estamos fazendo um tipo de experiência com a saúde pública em centenas de milhões de pessoas em todo o mundo sem realmente entender os efeitos a longo prazo. ”

Allen Frances: “Não há nada mais fácil no mundo do que começar tomar um antidepressivo. Os médicos da clínica geral reservam muito pouco tempo com seus pacientes, e a única maneira de conseguir um paciente fora do consultório satisfeito após uma consulta de sete minutos é escrever uma receita. 80% dos antidepressivos são prescritos por médicos da clínica geral, em particular na atenção primária, geralmente após sete minutos, sob forte pressão tanto do paciente quanto da empresa farmacêutica para prescrever a medicação. Por outro lado, parar o remédio pode levar anos. Requer para algumas pessoas uma redução muito, muito lenta, e sem isso elas terão sintomas de retorno da ansiedade, de depressão, sintomas físicos parecidos com os da gripe, e muitas vezes elas irão erroneamente atribuir estes sintomas a que estão ficando com depressão novamente, quando na verdade é apenas o resultado de efeitos colaterais de retirada.

Esse, é claro, é o mesmo tambor que o Dr. Frances vem batendo na última década: os psiquiatras são os mocinhos; e todas as desgraças associadas ao uso de drogas psiquiátricas devem ser colocadas aos pés da indústria farmacêutica, dos médicos que prescrevem demais e dos ‘pacientes’ que buscam drogas.

Mas, como sempre, o Dr. Frances opta por ignorar o ponto mais saliente: se a psiquiatria não tivesse inventado as doenças espúrias, nem uma única dessas prescrições poderia ter sido escrita. Se a psiquiatria não houvesse inventado e promovido a grande mentira de que todo problema significativo de pensar, sentir e se comportar constitui uma aberração da química cerebral corrigível pela droga – “uma doença, assim como o diabetes” -, então nenhum dos problemas que Frances lamenta poderia ter ocorrido.

A psiquiatria tem trabalhado diligentemente por décadas para promover a noção espúria de que a depressão que exceda certos limiares arbitrários de gravidade, duração e de impacto, constitui uma doença cerebral. E o fato é que, com a ajuda dos dólares da indústria farmacêutica, eles os psiquiatrias têm sido fenomenalmente bem-sucedidos em vender esse embuste destrutivo e impositivo.

A psiquiatria criou consciente e deliberadamente um sistema e um ethos em que virtualmente qualquer pessoa que esteja experimentando as agruras do infortúnio pode ser diagnosticada com uma ‘doença cerebral’ e prescrita drogas e / ou choques elétricos. Cada movimento que a psiquiatria fez nos últimos cinquenta anos foi calculado para promover esse fim. Contra esse pano de fundo, os persistentes esforços do Dr. Frances em transferir a culpa desse estado de coisas para os médicos da atenção primária, a indústria farmacêutica, as seguradoras, e até mesmo para os próprios clientes, é uma distorção dos registros históricos.

Além de tudo isso, o Dr. Frances está escolhendo ignorar o fato bem estabelecido de que as práticas de prescrição dos psiquiatras são tão apressadas e superficiais quanto as dos médicos de clínica geral.

“Treinado como um psiquiatra tradicional no Michael Reese Hospital, em um centro médico em Chicago que havia sido fechado, Dr. Levin, 68, [Donald Levin, MD, Doylestown] primeiro estabeleceu um consultório particular em 1972, quando a terapia da conversa estava em seu auge.

Então, como muitos psiquiatras, ele tratava de 50 a 60 pacientes em sessões de terapia de conversa de uma a duas vezes por semana, com duração de 45 minutos cada. Agora, como muitos de seus colegas, ele trata 1.200 pessoas em visitas de 15 minutos, em sua maioria, para ajustes de prescrição, às vezes visitas em intervalos de meses. ”(P 2) Gardiner Harris, jornalista, New York Times, 5 de março de 2011

“Nas últimas décadas, o foco mudou mais para o cérebro e para longe da mente. E as mudanças nos sistemas de reembolso hoje recompensaram as prescrições escritas apressadamente e encorajaram a psicoterapia a ser fornecida por terapeutas não psiquiatras. ”(P. 4) Jeffrey Lieberman, MD, Presidente, Departamento de Psiquiatria, Universidade de Columbia, Psychiatric News, 27 de agosto de 2013

Observe a frase condescendente: “… as mudanças nos sistemas de reembolso hoje recompensaram receitas apressadamente escritas …” Os psiquiatras, pobres coitadinhos que são, simplesmente não conseguiram resistir a essas recompensas.

As razões pelas quais a psiquiatria abandonou quase que completamente a terapia da fala em favor de exames médicos e prescrições apressadas são: em primeiro lugar, porque isso lhes permite ganhar muito mais dinheiro; em segundo lugar, implica menos estresse e esforço; em terceiro lugar, ajuda os psiquiatras a se sentirem ‘médicos de verdade’ – confirmando ‘diagnósticos’, ajustando doses, verificando efeitos adversos, etc.; e, em quarto lugar, a abordagem checagem médica é inteiramente consistente com a abordagem bio-bio-bio, a abordagem do desequilíbrio químico que tem sido avidamente promovida pela psiquiatria desde que as drogas chegaram ao mercado.

Aqui está outra citação do eminente e erudito Dr. Lieberman. A citação é do mesmo artigo citado acima:

“Nas revisões que se seguirão ao DSM-5, que foi lançado em maio, prevemos que os diagnósticos psiquiátricos irão se mover para além dos critérios fenomenológicos descritivos em direção às medidas de fisiopatologia e etiologia e que envolverá testes de laboratório para identificar as lesões e distúrbios em estruturas anatômicas específicas, circuitos neurais ou sistemas químicos, bem como genes de suscetibilidade – os tipos de testes que informam rotineiramente o diagnóstico de infecção, doença cardiovascular, câncer e a maioria dos distúrbios neurológicos. A pesquisa que ocasiona esses desenvolvimentos pode não apenas aumentar nossa capacidade de fazer diagnósticos, mas pode fundamentalmente redefinir a nosologia dos transtornos mentais ”(p. 3).

Bem, estamos a 5 anos e meio depois do DSM-5, e até agora nenhuma das previsões biocêntricas do Dr. Lieberman chegou. No entanto, a teoria do desequilíbrio químico espúrio continua sendo a principal força motriz por trás das avaliações apressadas e das prescrições escritas apressadamente. Afinal, se o ‘transtorno depressivo maior’ puder ser ‘diagnosticado’ pela confirmação de cinco ocorrências na lista simplificada, e se a resposta ao ‘tratamento’ e possíveis efeitos adversos puder ser avaliada com algumas perguntas mais bruscas, por que perder tempo perguntando aos clientes questões irrelevantes sobre suas vidas pessoais, seus relacionamentos, seus medos, sua solidão, seus ninhos vazios, sua sensação de falta de propósito? Preencha os formulários, escreva as prescrições e, por favor, por favor! Kerchung.

RESUMO

Muito do que o Dr. Frances diz é sensato, mas seria muito mais convincente se ele colocasse a responsabilidade pelo presente estado de coisas exatamente onde ela pertence: a psiquiatria, seus rótulos que retiram a capacidade dos sujeitos de enfrentarem seus problemas e seus ‘tratamentos’ destrutivos.

Em agosto de 1983, o dr. Frances co-autor (com Katherine Shear, MD, e Peter Weiden, MD) de um pequeno artigo no Journal of Clinical Psychopharmacology. O artigo intitula-se Suicídio Associado à Acatisia e ao Tratamento com Flufenazina, e apresenta relatos de casos de dois homens que se mataram logo após receberem injeções de flupenazina (Prolixin), uma droga neuroléptica. Um dos homens saltou de um telhado; o outro pulou na frente de um trem. Claro, dois estudos de caso não provam um nexo de causalidade, mas aqui está o que os autores concluíram:

“Embora não possamos ter certeza de que a acatisia causou a morte de nossos pacientes, os sintomas de acatisia parecem ter sido os precipitadores imediatos do comportamento suicida”.

Embora essa conclusão formal seja redigida com cautela, o texto do artigo nos deixa em dúvida que a natureza insuportável da acatisia induzida por neurolépticos tenha sido a causa imediata dos suicídios.

Evidentemente, o Dr. Frances levou a sério esse assunto. Onze anos depois, ele introduziu o diagnóstico proposto de acatisia induzida por neurolépticosno DSM-IV (1994). O problema foi descrito em detalhes, incluindo as observações de que “em sua forma mais grave, o indivíduo pode ser incapaz de manter qualquer posição por mais de alguns segundos” e “acatisia pode estar associada a disforia, irritabilidade, agressão ou tentativas de suicídio.” A prevalência foi estimada em 20% -75% das pessoas que tomam drogas neurolépticas. A entrada foi publicada em duas páginas e meia. (p 744 – 746)

No entanto, no DSM-5 (2013), o nome do problema foi alterado para acatisia aguda induzida por medicação. A entrada foi reduzida a quatro linhas e meia, e não há menção de irritabilidade, agressão, tentativas de suicídio ou prevalência. (p. 711)

Allen Frances e o crescente aumento do uso de antidepressivos


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

The Missing Gene (Fruitless search)


What causes psychiatric disorders to appear? Are they primarily the result of people s environments, or of their genes? Increasingly, we are told that research has confirmed the importance of genetic influences on psychiatric disorders such as schizophrenia, bipolar disorder, autism, and attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). This timely, challenging book provides a much-needed critical appraisal of the evidence cited in support of genetic theories of psychiatric disorders, which hold that these disorders are caused by an inherited genetic predisposition in combination with environmental agents or events. In fact, the field of psychiatric genetics is approaching the crisis stage due to the continuing failure, despite years of concerted worldwide efforts, to identify genes presumed to underlie most mental disorders. The belief that such genes exist is based on studies of families, twins, and adoptees. However, the author shows that these studies provide little if any scientifically acceptable evidence in support of genetics. In fact, researchers initial "discoveries" are rarely replicated. As this becomes more understood, and as fruitless gene finding efforts continue to pile up, we may well be headed towards a paradigm shift in psychiatry away from genetic and biological explanations of mental disorders, and towards a greater understanding of how family, social, and political environments contribute to human psychological distress. Indeed, Kenneth Kendler, a leading twin researcher and psychiatric geneticist for over two decades, wrote in a 2005 edition of The American Journal of Psychiatry that the "strong, clear, and direct causal relationship implied by the concept of a gene for ... does not exist for psychiatric disorders. Although we may wish it to be true, we do not have and are not likely to ever discover genes for psychiatric illness." The author devotes individual chapters to ADHD, autism, and bipolar disorder. Looking specifically at autism, despite the near-unanimous opinion that it has an important genetic component, the evidence cited in support of this position is stunningly weak. It consists mainly of family studies, which cannot disentangle the potential influences of genes and environment, and four small methodologically flawed twin studies whose results can be explained by non-genetic factors. Not surprisingly, then, years of efforts to find "autism genes" have come up empty. This is an important book because theories based on genetic research are having a profound impact on both scientific and public thinking, as well as on social policy decisions. In addition, genetic theories influence the types of clinical treatments received by people diagnosed with psychiatric disorders. Yet, as the author demonstrates, these theories do not stand up to critical examination.



The Gene Illusion Psychiatry and Psychology


What are the forces shaping who we are, how we live, and how we act? Are we shaped primarily by our environment, or by our genes? These very old questions form the basis of the ''nature-nurture'' debate. Increasingly, we are told that research has confirmed the importance of genetic factors influencing psychiatric disorders, personality, intelligence, sexual orientation, criminality, and so on. 
Jay Joseph’s timely, challenging book provides a much-needed critical appraisal of the evidence cited in support of genetic theories. His book shows that, far from establishing the importance of genes, family, twin and adoption research has been plagued by researcher bias, unsound methodology, and a reliance on unsupported theoretical assumptions. Furthermore, he demonstrates how this greatly flawed research has been used in support of conservative social and political agendas. This is particularly evident in Chapter 2, which contains the only in-depth critical review of the history of twin research ever published. 
Much of the scientific evidence cited in support of genetic theories has been produced by the fields of behavior genetics and psychiatric genetics. It has been delivered to the public in numerous magazine and newspaper articles, as well as by the authors of several popular books. In particular, studies of twins (both reared together and reared apart) have been cited as providing conclusive evidence supporting the importance of genetic influences on psychological trait differences. The reared-apart twin studies performed by researchers at the University of Minnesota have been the subject of much attention, including stories of individual pairs of ''reared-apart'' identical twins who, it is claimed, displayed remarkable similarities upon being reunited. Joseph shows, however, that both systematic reared-apart twin studies, and stories about individual pairs, prove little if anything about the role of genes.

Title:
The Gene Illusion : Genetic Research in Psychiatry and Psychology Under the Microscope
Volume:
Author(s):Jay Joseph


The Trouble with Twin Studies

The Trouble with Twin Studies Paperback – 8 May 2016
by Jay Joseph (Author)

The Trouble with Twin Studies questions popular genetic explanations of human behavioral differences based upon the existing body of twin research. Psychologist Jay Joseph outlines the fallacies of twin studies in the context of the ongoing decades-long failure to discover genes for human behavioral differences, including IQ, personality, and the major psychiatric disorders. This volume critically examines twin research, with a special emphasis on reared-apart twin studies, and incorporates new and updated perspectives, analyses, arguments, and evidence.

About the Author

Jay Joseph, PsyD., is a licensed psychologist practicing in the San Francisco Bay Area. Since 1998 he has published two books, several book chapters, and many articles in peer reviewed journals, where he has presented a critical appraisal of genetic theories and research in psychiatry and psychology.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Discurso psicofarmacológico do usuário de drogas ilegais

Usar drogas ilegais não deixa de ter alguma influência do discurso psicofarmacológico. O discurso médico e o uso de drogas ilegais são dois lados da mesma moeda. O uso de drogas ilegais é pensada como uma medicina alternativa.

domingo, 4 de novembro de 2018

Psicologia e psiquiatria são metalinguagens

As áreas de psicologia e psiquiatria são metalinguagens no sentido de um discurso em um nível superior aos fatos/dados [Definir metalinguagem ou substituir conceito]. Pressupõem um modelo teórico para avaliar as pessoas, as suas vidas ou os organismos. Essa forma de enquadramento pode levar a preconceitos nas avaliações sobre quem é ajustado e desajustado. Uma metalinguagem trata de fenômenos subjacentes a partir de um discurso prévio tomado como verdadeiro ou virtuoso. Nesse sentido, o discurso naturalizado (cultura) do avaliador fica ocultado atrás de concepções teóricas.

No caso da psiquiatria biológica a metalinguagem pode ser especialmente perniciosa.

A metalinguagem psiquiátrica pode avaliar por exemplo apenas a exterioridade da pessoa ou o seu comportamento no sentido de atos. O enquadramento psiquiátrico resultante leva a não lidar mais diretamente com as emoções e pensamentos do paciente mas o seu "sintoma", o seu "quadro" ou o seu "estado cerebral ou neuroquímico". O paciente se torna um corpo ou objeto a ser manipulado ou modificado. É dessa maneira que a pessoa diagnosticada deixa de ter voz ou passa a ser desacreditada. Um ambiente hostil deixa de ser considerado e se considera apenas o estado do organismo.

TERMINOLOGIA E METALINGUAGENS TÉCNICO-CIENTÍFICAS NA PESQUISA ACADÊMICA

Maria Aparecida Barbosa (USP)

http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ECLAE_II/terminologia%20e%20metalinguagem/principal.htm