Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Principal efeito neuroléptico (Parkinson farmacológico sub-clínico)


O principal efeito desse parkinson farmacológico sub-clínico:

Afeta ou diminui a resposta a estímulos externos

Agindo menos diminui a probabilidade de fazer algo inapropriado

Mas agindo menos diminui a aprendizagem/desenvolvimento

Fazer algo inapropriado é definição comportamental de esquizofrenia
No início quando se toma doses mais altas de neurolépticos e mesmo assim é possível ter repertório comportamental inapropriado.

Como o mecanismo de ação de todos os neurolépticos é o mesmo e o que muda só é o perfil de efeitos colaterais não dá para dizer que essa droga psicoativa é o que muda o repertório comportamental de inapropriado para apropriado.

O principal efeito dos neurolépticos é deixar passivo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Se fazer de maluco

- Se fazer de maluco. Uma pessoa perfeitamente racional pararia uma disputa de poder ou luta de acordo com suas reais chances de vencer. Mas um bom lutador de boxe continua alegando que é o mais forte até perder a consciência na lona. Ao sinalizar que acredita em si até as últimas consequências, o blefe sincero de quem se faz de maluco pode dissuadir seu competidor de tentar fazer o mesmo. É, em outras palavras, uma boa estratégia no jogo. O maluco está disposto a fazer qualquer coisa para vencer, mesmo se isso significa um alto custo para si. No jogo do "frango", em que dois motoristas avançam na contramão um do outro até que o perdedor desvie a direção por medo, ganha o maluco que arrancar o volante e o jogar pela janela.

https://blog.elivieira.com/de-onde-vem-o-autoengano/

Violência Psicológica/Moral

b) Violência Psicológica/Moral: É toda forma de rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, cobrança exagerada, punições humilhantes e utilização da pessoa para atender às necessidades psíquicas de outrem. É toda ação que coloque em risco ou cause dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Esse tipo de violência também pode ser chamado de violência moral. No assédio moral, a violência ocorre no ambiente de trabalho a partir de relações de poder entre patrão e empregado ou empregado e empregado. Define-se como conduta abusiva, exercida por meio de gestos, atitudes ou outras manifestações, repetidas, sistemáticas, que atentem, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa, que ameace seu emprego ou degrade o clima de trabalho. Portanto, a violência moral é toda ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da pessoa. O bullying é outro exemplo de violência psicológica, que se manifesta em ambientes escolares ou outros meios, como o ciberbullying.

https://cevs.rs.gov.br/tipologia-da-violencia

A psiquiatria biológica culpa a vítima da violência psicológica como causadora dos próprios problemas e sofrimento. Explica a situação como um defeito biológico.

Ou ajuda a mascarar isso.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

voluntarismo

voluntarismo

substantivo masculino

1 Rubrica: filosofia.
doutrina que se caracteriza por privilegiar a importância ética, psicológica ou metafísica da vontade em relação às disposições intelectuais humanas
2 Rubrica: ética.
sistema filosófico (tal como o bergsonismo) que, na busca da perfectibilidade moral do comportamento humano, afirma a prevalência da vontade emocional e afetiva sobre os poderes restritos do intelecto
3 comportamento autoritário, voluntarioso

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

contracultura, psiquiatrização e testes projetivos

A identificação com a contracultura ou contestação social pode levar à psiquiatrização. O tipo de coisa que aparece como esquizofrenia num teste psicológico projetivo.

A contracultura questiona valores ocidentais centrais como uma racionalidade veiculada e privilegiada por essa mesma cultura. Um estilo, modo de vida e uma cultura marginais.

"Um conjunto de hábitos que, aos olhos das famílias de classe média, tão ciosas de seu projeto de ascensão social, parecia no mínimo um despropósito, um absurdo mesmo."

Na contracultura a cultura vigente é uma doença.

Vale a pena ler esse livro se for diagnosticado ou se for familiar.

O que é contracultura. Primeiros passos.


Intervencionismo ingênuo

Naive Interventionism: Intervention with disregard to iatrogenics. The preference, even obligation, to “do something” over doing nothing. While this instinct can be beneficial in emergency rooms or ancestral environments, it hurts in others in which there is an “expert problem".

Intervencionismo ingênuo: Intervenção com desrespeito à iatrogenia (danos do tratamento). A preferência, mesmo obrigação, de “fazer alguma coisa” ao invés de fazer nada. Enquanto esse instinto pode ser benéfico em salas de emergência ou ambientes ancestrais, prejudica em outras situações em que há um "problema de especialista".

fragilista psiquiátrico



O fragilista se apaixona pela “ilusão soviética de Harvard”, a superestimação (não científica) do alcance do conhecimento científico. Devido a essa ilusão, ele é o que se chama de um racionalista ingênuo, um racionalizador, ou, às vezes, apenas um racionalista, por acreditar que as razões por trás das coisas lhe são automaticamente acessíveis.
Em suma, o fragilista (planejamento médico, econômico, social) é aquele que faz você envolver-se em políticas e ações, todas artificiais, nas quais:
  1. os benefícios são pequenos e visíveis, e
  2. os efeitos colaterais são potencialmente graves e invisíveis.

o fragilista médico, que nega exageradamente a capacidade natural do corpo para se curar, e prescreve medicamentos com efeitos colaterais potencialmente muito graves;

o fragilista psiquiátrico, que medica crianças para “melhorar” sua vida intelectual e emocional;

Assimetria de informação

Um dos problemas enfrentados pelos agentes econômicos no mercado consiste na denominada assimetria de informação, ou seja, na realidade de um agente ter maior conhecimento relevante sobre o bem negociado que o outro. E, como se pressupõe que o agente tente maximizar os seus lucros - ainda que, para isso, tenha de omitir informações relevantes a que só ele tem acesso -, devemos aceitar a realidade da adoção de comportamentos oportunistas pelos agentes econômicos e as suas conseqüências. Os exemplos mais claros de efeitos negativos da assimetria de informação sobre o mercado estão resumidos nos conceitos de seleção adversa e risco moral (moral hazard). Intuitivamente, a seleção adversa consiste, justamente, no efeito que a assimetria de informação tem na escolha do agente. Dada a incapacidade de o contratante separar o joio do trigo (por falta de conhecimento), os bons (fornecedores, contratados, segurados) tendem a afastar-se de mercado em que a assimetria de informação é crítica, com o objetivo de não serem contaminados pelos problemas (má qualidade/reputação, baixos salários, elevadas mensalidades) que afetam determinado mercado.



On being a critical psychiatrist

Episode 36 Dr. Duncan Double: On being a critical psychiatrist

https://youtu.be/_mNHS_BFb0Q

This week on MIA Radio we interview Dr. Duncan Double. Duncan is a Consultant Psychiatrist at the Norfolk and Suffolk NHS Foundation Trust. He is a founder of the Critical Psychiatry Network and also runs a critical psychiatry blog. He edited the book Critical psychiatry: The limits of madness published in 2006 and has written a number of journal articles and book chapters. We talk about Duncan’s experiences as a critical psychiatrist working within a bio-medically oriented profession. In this interview we discuss: How reading Freud as a teenager led Duncan to his interest in psychiatry. That, early in his training, he found it difficult to take to the overly physicalist aspects of what he was expected to learn. How he became interested in the work of RD Laing and Thomas Szsaz. How he left his studies for a time, working with drug users in London, studying for a psychology degree and working in banking. The formation of the Critical Psychiatry Network in January 1999. How critical psychiatrists take a different perspective from mainstream psychiatrists who tend to believe that mental illness is a brain disease. That critical psychiatrists are not so interested in arriving at a single word diagnosis, instead the focus is on understanding the person and why they have presented with the problems they have in the context of their life situation. That critical psychiatrists aim to minimise the use of coercion and have been against the introduction of community treatment orders. That the emphasis in treatment is on helping people improve their social situation and to be as independent as they want to be. How Duncan felt about a period of suspension which arose partly because of his different practices, being less concerned about formal diagnosis and using less medication than other psychiatrists. That critical psychiatry is still looking for more acceptance from the mainstream. That Duncan welcomes the more recent emphasis on recovery in mental health services. That Duncan does use medication but is very aware that the evidence for psychiatric treatment is biased for methodological reasons, for example, the difficulties having properly blinded placebo-controlled trials. That good science is often being sceptical about the evidence. That people can form attachments to their medication, so it is not surprising that people may become dependent on it and therefore may have discontinuation problems. Duncan’s critical psychiatry blog which he would like to invite readers to visit and that he would like to develop an Institute of Critical Psychiatry.

domingo, 23 de setembro de 2018

lucro com internação e antipsiquiatria

Psiquiatras biológicos afirmam que é um grande risco não seguir as suas recomendações de tratamento obrigatório, forçado ou involuntário. Psiquiatras biológicos em parceria com hospitais psiquiátricos usam a indisposição em se tratar dos pacientes (seja por anti-psiquiatria, discordância sobre o diagnóstico, mal-estar com as drogas psicoativas ou dependência e liberdade restringida) para lucrar bastante com internações psiquiátricas. É quase automático: desistir do tratamento farmacológico resultará em internação psiquiátrica. Não há diálogo para evitar internação. Está previsto na lei da reforma psiquiátrica que internação psiquiátrica somente quando outros recursos se mostram insuficientes. Mas essa insuficiência pode simplesmente ser a indisposição do psiquiatra de aplicar recursos alternativos aos psicofármacos que evitem internação.


Os hospitais psiquiátricos forçam os pacientes a assinarem internações involuntárias como se fossem voluntárias. Talvez para que o ministério público (ao qual os psiquiatras biológicos devem informar sobre a internação) não investigue melhor as internações. Mesmo com a possibilidade de investigação ainda devem ser bastante sugestionáveis pela opinião dos psiquiatras biológicos.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

curatela de pessoas com deficiência

Projeto com regras para a curatela de pessoas com deficiência

https://youtu.be/5J5zfXXE3qQ

 (PLS 757/2015)


Atitudes anti-éticas de familiares e psiquiatria

A patologização pode ocorrer, por exemplo, quando familiares colocam outros valores acima da liberdade. Muitas vezes esses "outros valores" estão a serviço do egoísmo dos familiares. Isto é, para não ser patologizado é necessário aceitar a coerção de favorecer interesses dos familiares em detrimento dos próprios interesses. Agir por interesses próprios em detrimento do interesse dos pacientes é anti-ético, prejudicando o desenvolvimento e acesso a direitos como educação, saúde, autonomia e trabalho. Essa atitude anti-ética não permite discussão aberta e produtiva, levando à desqualificação da pessoa com menos poder e a liberdade restringida e portanto à patologização para disciplinar o paciente psiquiátrico ou psicológico.

É a esse tipo de coisa que a psiquiatria biológica está a serviço.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Medo de não ter ninguém para cuidar de você na velhice


3. Medo de não ter ninguém para cuidar de você na velhice



Segundo a terapeuta familiar Quezia Bombonatto, de São Paulo (SP), trata-se de uma razão egoísta, já que nenhuma pessoa tem o direito de delegar a outra - muito menos a um filho - o papel de cuidar dela no futuro. "Uma decisão como essa, no entanto, nem sempre é consciente, por isso o casal precisa pesar todos os prós e contras e avaliar se deseja mesmo gerar uma nova vida", fala Quezia.

A ansiedade em relação à velhice deve ser administrada ou sanada de outra forma. Mesmo porque, de acordo com Cecilia, não são poucas as histórias que mostram que ter filhos não é garantia de ter uma assistência no futuro, nem emocional nem financeira." Além disso, tantas coisas podem acontecer pelo caminho que não dá para contar com isso. E se o filho não quiser ou não puder assumir essa função? E se a família que ele construir for contra?", exemplifica a psicóloga.

Fabricantes de Doenças

Fabricantes de Doenças: Como as empresas farmacêuticas vendem tratamentos ao inventarem doenças

 https://madinbrasil.org/2018/06/fabricantes-de-doencas-como-as-empresas-farmaceuticas-vendem-tratamentos-ao-inventarem-doencas/

Ajustamento e sociologia

Toda pessoa ajustada adota algum pensamento sociológico. Pode ser por exemplo: repetir o comum.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Modelos de ação de drogas




Modelo centrado na doença versus Modelo centrado em drogas

As drogas são freqüentemente prescritas para pessoas com problemas emocionais e comportamentais - problemas que atualmente rotulamos como "depressão", "esquizofrenia", "transtorno bipolar" e "TDAH". Ao tentar compreender melhor o que essas drogas realmente fazem às pessoas, formulei dois "modelos" diferentes de ação das drogas: o modelo "centrado na doença" e o modelo "centralizado nas drogas". O modelo centrado na doença sugere que as drogas psiquiátricas funcionam porque invertem, ou invertem parcialmente, a doença ou anormalidade que dá origem aos sintomas de um distúrbio psiquiátrico particular. Assim, acredita-se que os "antipsicóticos" ajudem a neutralizar as anormalidades biológicas que produzem os sintomas da psicose ou da esquizofrenia. Acredita-se que os "antidepressivos" atuem nos mecanismos biológicos que produzem sintomas de depressão e os "ansiolíticos" atuam na base biológica de ansiedade. Calcula-se que os "estabilizadores do humor" corrijam um processo patológico que dá origem à condição de depressão maníaca (transtorno bipolar) ou, como às vezes se afirma, à variabilidade do humor de maneira mais geral.
O modelo centrado na doença é emprestado da medicina geral e apresenta drogas através do prisma da doença, desordem ou constelação de sintomas que as drogas supostamente tratam. De acordo com essa visão, as drogas têm seus efeitos em um sistema nervoso doente ou anormal. Os efeitos importantes das drogas são os que eles exercem no processo da doença. Todos os outros efeitos são de interesse secundário e são referidos como "efeitos colaterais". Um exemplo da medicina, que é frequentemente citado por psiquiatras em um esforço para reforçar o modelo centrado na doença, é o uso de insulina no diabetes. Ao substituir o fornecimento insuficiente do hormônio insulina pelo corpo, o tratamento com insulina de substituição ajuda a mover o corpo para um estado mais normal. No entanto, mesmo os tratamentos sintomáticos, como os analgésicos, atuam de maneira centrada na doença, porque produzem seus efeitos neutralizando alguns dos processos fisiológicos que produzem dor.
Em contraste, o modelo "centralizado em drogas" sugere que, longe de corrigir um estado anormal, como sugere o modelo da doença, as drogas psiquiátricas induzem um estado anormal ou alterado. As drogas psiquiátricas são substâncias psicoativas, como o álcool e a heroína. As substâncias psicoativas modificam a maneira como o cérebro funciona e, ao fazê-lo, produzem alterações no pensamento, sentimento e comportamento. As drogas psicoativas exercem seus efeitos em qualquer pessoa que as tome, independentemente de terem ou não uma condição mental. Substâncias psicoativas diferentes produzem efeitos diferentes, no entanto. O modelo centrado nas drogas sugere que os efeitos psicoativos produzidos por algumas drogas podem ser úteis terapeuticamente em algumas situações. Eles não fazem isso da maneira como o modelo centrado na doença sugere normalizando a função cerebral. Eles fazem isso criando um estado cerebral anormal ou alterado que suprime ou substitui as manifestações de problemas mentais e comportamentais.
Modelos alternativos de ação de drogas
Modelo centrado na doençaModelo centrado em drogas
Drogas ajudam a corrigir um estado cerebral anormalDrogas criam um estado cerebral anormal
Drogas como tratamentos de doençasDrogas psiquiátricas como drogas psicoativas
Efeitos terapêuticos de drogas derivadas de seus efeitos em um processo de doença subjacenteEfeitos terapêuticos derivam do impacto do estado induzido por drogas em problemas comportamentais e emocionais
Paradigma: insulina para diabetesParadigma: álcool para ansiedade social
Um exemplo aceito do modelo centrado nas drogas são os benefícios propostos do álcool em pessoas que experimentam fobia social ou ansiedade social. O álcool ajuda a reduzir a ansiedade social não porque corrige um desequilíbrio bioquímico subjacente, mas porque as características da intoxicação induzida pelo álcool incluem relaxamento e desinibição. É o estado sobreposto de intoxicação em si que ajuda, não os efeitos da droga em um mecanismo de doença.
Outro exemplo interessante é o uso de analgésicos opiáceos, como a morfina. Os opiáceos exercem um efeito direto "centrado na doença" retardando a condução das mensagens nos nervos da dor, mas também têm efeitos psicoativos bem reconhecidos. Eles induzem um estado alterado característico no qual as pessoas se tornam emocionalmente desapegadas ou indiferentes - às vezes isso é chamado de "anestesia emocional". As pessoas que tomaram opiáceos por dor costumam dizer que ainda sentem alguma dor, mas não se importam mais com isso. Este é um efeito "centrado na droga", na medida em que demonstra a sobreposição da experiência da dor por uma alteração induzida pela droga na experiência emocional.
Quando as drogas psiquiátricas modernas foram introduzidas na década de 1950, elas foram entendidas de acordo com um modelo centrado na droga. Os antipsicóticos, por exemplo, que eram então conhecidos como "grandes tranquilizantes", eram considerados um tipo especial de sedativo. Acreditava-se que eles possuíssem propriedades que os tornassem especialmente úteis em situações como um episódio psicótico agudo, porque poderiam retardar o pensamento e diminuir a emoção sem simplesmente induzir o sono, mas não eram considerados um tratamento direcionado para a doença. Na década de 1970, no entanto, essa visão foi eclipsada e o modelo de ação da droga centrado na doença tornou-se dominante. Assim, as drogas psiquiátricas eram consideradas como tratamentos específicos que funcionavam alvejando uma doença ou anormalidade subjacente. A mudança é demonstrada mais claramente na maneira como as drogas passaram a ser nomeadas e classificadas. Antes da década de 1950, os medicamentos eram classificados de acordo com a natureza dos efeitos psicoativos que produzem. Os medicamentos existentes foram grosseiramente classificados como tendo efeitos sedativos ou estimulantes no sistema nervoso. Depois da década de 1950, no entanto, as drogas passaram a ser nomeadas e classificadas de acordo com a doença ou distúrbio que se acredita tratar; antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos, por exemplo.
A ascendência do modelo de ação da droga centrada na doença não ocorreu por causa da esmagadora evidência da superioridade e da verdade do modelo centrado na doença. Não havia, então, e não é agora, evidência convincente de que qualquer classe de drogas psiquiátricas tem uma ação centrada na doença ou específica da doença. Não houve sequer um debate real sobre as teorias alternativas da ação das drogas. O modelo centrado na doença apenas assumiu e a visão centrada nas drogas simplesmente desapareceu. As pessoas esqueceram que alguma vez houve outra maneira de entender como as drogas psiquiátricas podem funcionar.
Meu trabalho concentrou-se em reabilitar a visão centrada nas drogas da ação das drogas porque acredito que é a maneira correta de entender o que as drogas que usamos atualmente estão fazendo quando são tomadas por pessoas diagnosticadas com problemas de saúde mental (e qualquer outra pessoa ). O modelo centrado nas drogas exige uma compreensão mais profunda da gama total de efeitos que as drogas produzem e começa do ponto de vista de que todas as drogas são substâncias químicas externas que necessariamente mudam a maneira como o corpo normalmente funciona. O modelo centrado nas drogas concentra nossa atenção no impacto que as drogas exercem sobre o corpo e o cérebro, e sobre todas as possíveis consequências que as alterações induzidas pelas drogas podem ter na maneira como as pessoas pensam, sentem e se comportam. É um ponto de partida necessário para o uso sensato, cauteloso e seguro de drogas em serviços de saúde mental.

Antipsicóticos e Parkinson Farmacológico sub-clínico

Modelos alternativos de ação de drogas
Modelo centrado na doençaModelo centrado em drogas
Drogas ajudam a corrigir um estado cerebral anormalDrogas criam um estado cerebral anormal
Drogas como tratamentos de doençasDrogas psiquiátricas como drogas psicoativas
Efeitos terapêuticos de drogas derivadas de seus efeitos em um processo de doença subjacenteEfeitos terapêuticos derivam do impacto do estado induzido por drogas em problemas comportamentais e emocionais
Paradigma: insulina para diabetesParadigma: álcool para ansiedade social
A dopamina é um neurotransmissor que está por trás da nossa capacidade de sentir prazer e participa da coordenação motora. Café, álcool e cigarro produzem dopamina.

Cocaína, Açúcar e Trigo refinados. O que têm estes três pós em comum?

São brancos, apresentam rápida absorção pela corrente sanguínea (porque todos refinados), e interferem na liberação de dopamina no cérebro.

Esquizofrenia na hipótese biomédica: excesso de dopamina.

Parkinson na hipótese biomédica: deficiência de dopamina.

Neurolépticos reduzem dopamina. Portanto produzem sintomas sub-clínicos de parkinson (abaixo do nível clínico de parkinson).

Olhando os sintomas do parkinson e comparando com efeitos colaterais dos neurolépticos é possível notar semelhanças.

Pelos efeitos colaterais dos neurolépticos é possível ter alguma noção sobre se há equilíbrio da neuroquímica ou uma deficiência.

Quando produzem tremores chama-se parkinsonismo farmacológico na bula no neuroléptico.

Afeta ou diminui a resposta a estímulos externos

Perda da expressão facial;


Apatia: é um estado mental caracterizado por uma perda de motivação, pela perda de interesse, e pela perda de comportamento esforçado.

Andar arrastado lento

Rigidez dos membros, anormalidade ao caminhar,

Alteração na fala;

Aumento de salivação;

Micrografia, isto é, a caligrafia da pessoa se altera e as letras escritas tornam-se menores;

Tendência a babar

Perda da motricidade fina (a letra pode ficar pequena e difícil de ler, e comer pode se tornar mais difícil)

Intestino preso e constipação

Pode piorar com o cansaço, excitação ou estresse

Voz para dentro, mais baixa e monótona

Raciocínio lento

Um dos sinais mais recorrentes da rigidez dos músculos é a perda do balançar dos braços quando se anda.

movimentos lentos

Problemas de bexiga;

Prisão de ventre;

Disfunção sexual;

Problemas de memória e dificuldades de raciocínio;

Lentidão dos movimentos



Fonoaudiologia
Algumas pessoas têm a fala prejudicada por conta da falta de coordenação e da redução dos movimentos dos músculos. Por isso, para elas, exercícios de fonoaudiologia dirigidas à fala e à voz podem ajudá-la a conversar através de uma fala compreensível e modulada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Responsabilidade individual e justiça social

https://www.youtube.com/watch?v=Q5OkVqYG3CE

Responsabilidade individual e justiça social

| Theodore Darymple e Eduardo Wolf

[Pensar em si mesmo como um autômato sem liberdade e reflexão]
[Responsabilizar a neuroquímica pelos próprios atos negativos]
[Estado de bem-estar social ou previdência social]
[Psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais constituem um grande grupo de interesse a apoiar a dependência social]
[Criminosos que usam a linguagem de ação passiva]
[Pobreza e criminalidade]
[Nexo causal]
[Crescimento da riqueza e crescimento da criminalidade]
[Maioria dos pobres não escolhe o crime]
[Maioria das vítimas dos crimes vem da mesma classe social]
[Pequeno número de criminosos comete maioria dos crimes]
[O que é importante na vida]
[Pensar com clareza é o princípio da moralidade]
[Culto do sentimento / sentimentalismo tóxico / sentimentalismo romântico]
[Capacidade para tolerar o tédio]
[elitismo é diferente de exclusividade social]
[Induzir a crença de que nada pode ser feito para superar a vitimização é contraproducente]
[Preconceito não impede progresso social e econômico]
[Ideologias fragmentadas e deleite em ser poderoso e virtuoso]

Nesta edição especial, o Café Filosófico recebe o filósofo Eduardo Wolf junto com o escritor inglês Theodore Darymple, pseudônimo do médico psiquiatra Anthony Daneils. Neste encontro, mostraremos os motivos pelos quais o pensamento de Theodore Darymple não compartilham de um consenso comum sobre questões relevantes do nosso tempo.

O escritor inglês Theodore Dalrymple, pseudônimo do médico psiquiatra Anthony Daniels, é considerado um dos nomes mais importantes do pensamento atual. Como médico ele atuou por muito tempo em hospitais, prisões e periferias da Inglaterra, África, Leste Europeu e América Latina. De inclinação conservadora, ele faz duras críticas ao estado de bem-estar que, segundo ele, alimenta a vitimização social; também questiona a relação entre desigualdade social e violência e defende o valor da responsabilidade individual entre outros temas.

domingo, 16 de setembro de 2018

Dossie contra projeto psicofobia


"Como antropólogo, rejeito a assertiva de que os comportamentos de grande parte das crianças diagnosticadas com TDAH sejam sintomas da patologia e não meros comportamentos infantis. As variações de comportamento dentro de
um mesmo grupo é tema recorrente dentro da antropologia, e o que se sabe, há longa data, é que a definição do que é normal e patológico é extremamente contextual e local, é uma escolha e um arranjo do grupo que decide o que é o saudável e o patológico. Um comportamento agitado recorrente pode ser negativo em um ambiente escolar, mas seria ideal na Bolsa de Valores. Um homem efeminado pode ser considerado um indivíduo homossexual ou especialista ‘natural’ para gerir as relações entre homens e mulheres. Uma pessoa inquieta e extremamente contestadora e questionadora pode ser um verdadeiro ‘peste’ em sala de aula, mas carrega em si os predicados de um excelente cientista. Que exista a variação dos comportamentos é um fato daqueles inegáveis. Entretanto, delimitá-los em normal e patológico é uma decisão científica e, por isso, política da sociedade."

sábado, 15 de setembro de 2018

Silenciamento de controvérsias (Mad in UK)

"A longa experiência ensinou a muitos de nós que o mero ato de questionar as ortodoxias atuais, oferecer alternativas ou discordar de figuras importantes, pode resultar em reações adversas. Prevemos que este site estará sujeito às mesmas reações – na verdade, algumas deles foram perceptíveis mesmo antes do lançamento. Acreditamos que todos têm o direito de opinar sobre essas questões controversas. Acreditamos igualmente que pouquíssimas pessoas recebem informações suficientes para uma avaliação completa dos argumentos. Além disso, deploramos a tendência preocupante de sugerir, ou às vezes dizer abertamente, que as visões que desafiam o status quo não devem ser expressas de maneira alguma. Este silenciamento pode assumir várias formas, distorcendo os argumentos ou implacável trollagem ou atribuindo-lhes à ambição pessoal / profissional e malícia, a alegar que essas visões são intrinsecamente prejudiciais, envergonhando, atacando ou sendo abusivas. Isso pode resultar em alguns paradoxos curiosos. Por exemplo, se você passar muito tempo em mídias sociais, poderá acabar com a impressão de que as pessoas em todo o país estão sendo privadas de seus diagnósticos, independentemente de suas preferências e necessidade de acesso aos serviços. A verdade é que virtualmente a ninguém é oferecido uma alternativa para a prática diagnóstica vigente, e quem protesta com a imposição dessas categorias está em risco de punição por sua ‘falta de discernimento’. Enquanto isso, os danos geralmente causados pela prática psiquiátrica de rotina continuam e até aumentam. A figura muito citada de “1 e 4” experimentando ‘doença mental’ está caminhando em direção a 4 em 4, e, em uma tendência similar, as prescrições das drogas psiquiátricas estão aumentando sem diminuição da ‘epidemia’ das várias formas de sofrimento. Algo está muito errado!"

https://madinbrasil.org/2018/09/mad-no-reino-unido/

Mística cerebral e doença mental


"A mística cerebral tem uma importância particular para a forma como nossa sociedade lida com o problema da doença mental. Isso em função do esforço generalizado de redefinir as doenças mentais como distúrbios cerebrais. Seus proponentes argumentam que tal redefinição posiciona os problemas psicológicos na mesma categoria que a gripe ou o câncer - doenças que não evocam o estigma social comumente associado aos transtornos psiquiátricos.  E de fato existem algumas evidências de que usar a linguagem dos distúrbios cerebrais contribui para a redução de barreiras para que os pacientes com problemas mentais procurem tratamento, um benefício importante. 
Em outros aspectos, no entanto, a reclassificação de doenças mentais como distúrbios cerebrais pode ser altamente problemática. Para os pacientes, atribuir problemas mentais a defeitos neurológicos intrínsecos implica em uma auto-estigmatização. Embora pessoas com "cérebros quebrados" não possam ser responsabilizadas moralmente ou instruídas a "simplesmente superar isso", a compreensão de que elas são irremediavelmente defeituosas pode ser igualmente prejudicial. Falhas biológicas podem ser mais difíceis de consertar do que lapsos morais, e pessoas com disfunção cerebral podem ser vistas como perigosas ou até mesmo como menos humanas. Essa atitude chegou a extremos com os nazistas, que assassinaram milhares de pacientes com problemas mentais como parte de seu programa de "eutanásia" durante a Segunda Guerra Mundial, mas persiste de formas mais sutis atualmente. Uma grande análise realizada em 2012 a respeito das mudanças de atitude com relação à doença mental constatou que não houve um aumento na aceitação social de pacientes com depressão ou esquizofrenia, apesar da crescente conscientização a respeito das contribuições neurobiológicas para tais condições.

Independentemente de suas implicações sociais, culpar o cérebro pelas doenças mentais pode ser cientificamente impreciso em muitos casos. Embora todos os problemas mentais envolvam o cérebro, os fatores causais subjacentes podem estar em outro lugar. No século XIX, a sífilis, doença bacteriana sexualmente transmissível, e a pelagra, doença relacionada à deficiência de vitamina B, estavam dentre as maiores causadoras de internação nos asilos para insanos na Europa e nos EUA. Um estudo mais recente estimou que cerca de 20% dos pacientes psiquiátricos têm alguma doença corporal que pode estar produzindo ou piorando sua condição mental; tais doenças incluem problemas cardíacos, pulmonares e endócrinos, que geram importantes efeitos cognitivos adversos. Pesquisas epidemiológicas descobriram correlações consideráveis ​​entre a incidência de doenças mentais e fatores como o pertencimento a uma minoria étnica, nascimento em uma determinada cidade e nascimento em certas épocas do ano. Embora estas correlações não tenham sido bem explicadas, elas enfatizam o provável papel dos fatores ambientais, para muito além do cérebro, no desenvolvimento dos problemas psiquiátricos. Nós devemos ser sensíveis a esses fatores se quisermos tratamentos e prevenções mais efetivas para os transtornos mentais. 
Em um nível ainda mais profundo, as convenções culturais circunscrevem a noção de doença mental. Há apenas 50 anos, a homossexualidade era classificada como uma patologia no manual oficial dos transtornos mentais da Associação Psiquiátrica Americana (APA). Na Rússia soviética, os dissidentes políticos algumas vezes eram internados com base em diagnósticos psiquiátricos que chocariam a maioria dos observadores atuais. No entanto, a preferência sexual ou a incapacidade de se curvar a uma autoridade na luta por uma causa virtuosa são ambos traços psicológicos para os quais eventualmente poderíamos encontrar certos correlatos biológicos. Isso não significa que a homossexualidade e a dissidência política sejam doenças cerebrais. É a sociedade, e não a neurobiologia, que define, no fim das contas, os limites da normalidade que determinam as categorias psiquiátricas [mental-health categories]. "


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

[Ironia] Como ser um psiquiatra - 9 anos de educação em 9 minutos (legendado)

https://www.youtube.com/watch?v=SRxgO2lRRsY

(aperte no botão de legenda). Vídeo de Daniel Mackler.
Canal no youtube:
https://www.youtube.com/user/dmackler58

http://www.wildtruth.net Eu realmente acredito que é possível educar alguém muito rapidamente para ser um psiquiatra relativamente funcional e medíocre. Este vídeo aponta como tal educação pode se desdobrar, incluindo diagnósticos não científicos, uso maciço de antipsicóticos e outras drogas psiquiátricas, falta geral de ética no campo e, às vezes, fraude direta. Além disso, se o que eu disse parece muito improvável, confira: https://pt.wikipedia.org/wiki/Experim...

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Suicídio na Era do Prozac

Em junho, o Centers for Disease Control (CDC) informou que a taxa de suicídio nos Estados Unidos aumentou 30% de 1999 a 2016, com mais americanos se matando ‘do que nunca‘. O CDC está soando esse alarme há vários anos, agitando manchetes – cada vez que emite seu relatório anual – que há uma ‘crise de saúde pública’.

https://madinbrasil.org/2018/09/suicidio-na-era-do-prozac/

sábado, 8 de setembro de 2018

felicidade, problemas e capacidade

A felicidade não se resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles.

mental health industry and disease of the body


International Society for Ethical Psychology and Psychiatry (ISEPP)

"There is no evidence supporting the claim that mental illness is caused by disease of the brain or body. More importantly, if such evidence were ever discovered we wouldn’t call the problem mental illness. We’d just call it illness... So, ironically, discovering evidence of a disease basis for mental illness would threaten the existence of the mental health industry.”
.
.
.
#isepp #mentalhealth #madinamerica#internationalsocietyforethicalpsychologyandpsychiatry #psychology#psychiatry #psych #withdrawal #psychiatricdrugwithdrawal #psychiatricdrug#psychiatricmedication #psychiatricmedicine #psychiatricmentalhealth#ethicalpsychology #ethicalpsychiatry #conference #toronto

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

‘Psicologia Crítica e Prática Social’

Da Psicologia Crítica e da Prática Social: “Estudiosos em psicologia crítica demonstraram como as psicologias ‘científicas’ e aplicadas (e psicólogos, terapeutas e conselheiros) têm direta e indiretamente sustentado a injustiça social.

E, mais próximo da própria psicologia, criticamos e desafiamos uma ampla gama de abusos e violações de direitos humanos no que é conhecido como o complexo psíquico (psiquiatria, procedimentos diagnósticos, práticas de avaliação psicológica na educação e no local de trabalho etc.). Demonstrar exatamente como essas formas de conluio e participação direta na opressão e nos processos ideológicos funcionam faz parte da tarefa das psicologias críticas. Além da crítica, no entanto, está o desafio de desenvolver práticas e ações que perturbem e transformem essas estruturas de dominação …

https://madinbrasil.org/2018/08/anunciando-um-novo-site-psicologia-critica-e-pratica-social/

domingo, 2 de setembro de 2018

Loucura na Bíblia

"A loucura de D'us é mais sábia que a sabedoria dos homens" ICo 1:25a

Se algum de vocês se acha sábio, neste mundo, faça-se louco para ser sábio"

I Coríntios 3:18b

Você conhece alguém que se julga sábio? Então você pode esperar mais de um tolo do que dele (Provérbios 26:12)

https://social.stoa.usp.br/profile/daros

Como defender a sociedade contra a ciência

http://stoa.usp.br/daros/files/2856/16814/feyerabend.pdf

Como defender a sociedade contra a ciência

Paul Feyerabend

sábado, 1 de setembro de 2018

Uma linha do tempo para neurolépticos

Uma linha do tempo para neurolépticos 

Extraído de: 
"O caso contra as drogas antipsicóticas: um registro de 50 anos de fazer mais mal do que bem", de Robert Whitaker, autor de Mad In America: Bad Medicine, Bad Science e Enduring Mause of the Mentally Ill. 
Publicado na revista Medical Hypotheses (2004) 62, 5-13 
Pré-clínico 
1883 Fenotiazinas desenvolvidas como corantes sintéticos. 
1934 O USDA desenvolve fenotiazinas como inseticida. 
1949 Fenotiazinas mostradas para impedir habilidades de escalada de corda em ratos. 
1950 A Rhone Poulenc sintetiza a clorpromazina, uma fenotiazina, para uso como anestésico.História clínica / neurolépticos padrão 
1954 A clorpromazina, comercializada nos EUA como Thorazine, induz a sintomas da doença de Parkinson. 
1955 Clorpromazina disse para induzir sintomas semelhantes à encefalite letárgica. 
1959 Primeiros relatos de disfunção motora permanente associada a neurolépticos, mais tarde denominada discinesia tardia. 
1960 Médicos franceses descrevem uma reação tóxica potencialmente fatal aos neurolépticos, mais tarde denominada síndrome maligna dos neurolépticos. 
1962 O Departamento de Higiene Mental da Califórnia determina que a clorpromazina e outros neurolépticos prolongam a hospitalização. 
1963 Estudo colaborativo de seis semanas do NIMH conclui que os neurolépticos são drogas “anti-esquizofrênicas” seguras e eficazes. 
1964 Neurolépticos encontrados para prejudicar a aprendizagem em animais e seres humanos. 
1965 Um ano após o acompanhamento do estudo colaborativo do NIMH, os pacientes tratados com drogas têm mais probabilidade de serem reospitalizados do que os pacientes tratados com placebo. 
1968 Em um estudo de abstinência de drogas, o NIMH descobriu que as taxas de recaída aumentam em relação direta à dosagem. Quanto maior a dosagem em que os pacientes estão antes da retirada, maior a taxa de recaída. 
1972 Diz-se que a discinesia tardia se assemelha à doença de Huntington, ou 
“dano cerebral pós-encefalítico”. 
1974 - Os pesquisadores de Boston relatam que as taxas de recaída eram menores na era pré-neuroléptica e que os pacientes tratados com drogas são mais propensos a serem socialmente dependentes. 
1977 Um estudo do NIMH que randomiza pacientes esquizofrênicos em braços de drogas e não-drogas relata que apenas 35% dos pacientes não medicados recaíram dentro de um ano após a alta, em comparação com 45% daqueles tratados com medicação. 
1978 O investigador da Califórnia, Maurice Rappaport, relata resultados de três anos marcadamente superiores para pacientes tratados sem neurolépticos. Apenas 27% dos pacientes livres de drogas tiveram recaída nos três anos após a alta, em comparação com 62% dos pacientes medicados. 
1978 Pesquisadores canadenses descrevem mudanças induzidas por drogas no cérebro que tornam um paciente mais vulnerável à recaída, o que eles chamam de "psicose supersensível induzida por neurolépticos". 
1978 Neurolépticos encontrados para causar 10% de perda celular em cérebros de ratos. 
1979 A prevalência de discinesia tardia em pacientes tratados com medicamentos é relatada entre 24% e 56%. 
1979 Discinesia tardia encontrada associada ao comprometimento cognitivo. 
1979 Loren Mosher, chefe de estudos de esquizofrenia no NIMH, reporta resultados superiores de um ano e dois anos para pacientes com Soteria tratados sem neurolépticos.Pesquisadores do NIMH de 1980 descobriram um aumento no “efeito embotado” e na “retirada emocional” em pacientes tratados com drogas que não recaíam, e que os neurolépticos não melhoram o “desempenho social e funcional” em não-recidivantes. 
1982 Medicamentos anticolinérgicos usados ​​para tratar sintomas parkinsonianos induzidos por neurolépticos relataram causar prejuízo cognitivo. 
1985 A acatisia induzida por drogas está ligada ao suicídio. 
1985 Relatos de casos ligam a acatisia induzida por drogas a homicídios violentos. 
1987 A discinesia tardia está associada à piora dos sintomas negativos, dificuldades na marcha, comprometimento da fala, deterioração psicossocial e déficits de memória. Eles concluem que pode ser tanto um "distúrbio motor quanto de demência". 
1992 A Organização Mundial de Saúde relata que os resultados da esquizofrenia são muito superiores nos países pobres, onde apenas 16% dos pacientes são mantidos continuamente em neurolépticos. A OMS conclui que viver em uma nação desenvolvida é um “forte indicador” de que um paciente nunca se recuperará totalmente. 
1992 Pesquisadores reconhecem que os neurolépticos causam uma patologia reconhecível, que denominam síndrome do déficit neuroléptico. Além de Parkinson, acatisia, embotamento de emoções e discinesia tardia, os pacientes tratados com neurolépticos sofrem de aumento da incidência de cegueira, coágulos sanguíneos fatais, arritmia, insolação, mamas inchadas, vazamento de mamas, impotência, obesidade, disfunção sexual, distúrbios sangüíneos, erupções cutâneas, convulsões e morte precoce. 
1994 Neurolépticos encontrados para causar um inchaço da região caudada no cérebro. 
Investigadores de Harvard em 1994 relatam que os resultados da esquizofrenia nos EUA parecem ter piorado nos últimos 20 anos e agora não são melhores do que nas primeiras décadas do século XX. 
1995 As taxas de recaída do “mundo real” para pacientes com esquizofrenia tratados com neurolépticos, disseram estar acima de 80% nos dois anos após a alta hospitalar, o que é muito maior do que na era pré-neuroléptica.

1995 “Qualidade de vida” em pacientes tratados com drogas relatados como “muito pobres”.

1998 Estudos de ressonância magnética mostram que os neurolépticos causam hipertrofia do caudado, putâmen e tálamo, com o aumento “associado à maior gravidade dos sintomas negativos e positivos”.

1998 O uso de neurolépticos está associado à atrofia do córtex cerebral.

1998 Os pesquisadores de Harvard concluem que o "estresse oxidativo" pode ser o processo pelo qual os neurolépticos causam danos neuronais no cérebro.

1998 O tratamento com dois ou mais neurolépticos é encontrado para aumentar o risco de morte precoce.

2000 Neurolépticos ligados a coágulos sanguíneos fatais.

2003 Atípicos ligados a um aumento do risco de obesidade, hiperglicemia, diabetes e pancreatite.


References

[1] Cole J, Klerman G, Goldberg S. The National Institute of Mental Health Psychopharmacology Service Center Collaborative Study Group. Phenothiazine treatment in acute schizophrenia. Arch Gen Psychiatry 1964;10:246–61.

[2] Gilbert P, Harris M, McAdams L, Jeste D. Neuroleptic withdrawal in schizophrenic patients. Arch Gen Psychiatry 1995;52:173–88.

[3] Shorter E. A history of psychiatry. New York: Wiley; 1997. p. 255.

[4] Hegarty J, Baldessarini R, Tohen M, Waternaux C. One hundred years of schizophrenia: a meta-analysis of the outcome literature. Am J Psychiatry 1994;151:1409–16.

[5] Holden C. Deconstructing schizophrenia. Science 2003; 299:333–5.

[6] Weiden P, Aquila R, Standard J. Atypical antipsychotic drugs and long-term outcome in schizophrenia. J Clin Psychiatry 1996;57(Suppl 11):53–60.

[7] Harvey P. Cognitive impairment in schizophrenia: its characteristics and implications. Psychiatr Ann 1999;29: 657–60.

[8] Stip E. Happy birthday neuroleptics! 50 years later: la folie du doute. Eur Psychiatry 2002;17(3):115–9.

[9] Brill H, Patton R. Analysis of population reduction in New York State mental hospitals during the first four years of large scale therapy with psychotropic drugs. Am J Psychiatry 1959;116:495–508.

[10] Brill H, Patton R. Clinical-statistical analysis of population changes in New York State mental hospitals since introduction of psychotropic drugs. Am J Psychiatry 1962;119:20–35.

[11] Council of State Governments. The mental health programs of the forty-eight states. Chicago: The Council; 1950. p 4–13.

[12] Rusk H. States map a new attack to combat mental illness. New York Times 1954;21:4–13.

[13] Epstein L, Morgan R, Reynolds L. An approach to the effect of ataraxic drugs on hospital release rates. Am J Psychiatry 1962;119:36–47.

[14] Scull A. Decarceration: community treatment and the deviant, a radical view. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press; 1984.

[15] Schooler N, Goldberg S, Boothe H, Cole J. One year after discharge:community adjustment of schizophrenic patients. Am J Psychiatry 1967;123:986–95.

[16] Prien R, Levine J, Switalski R. Discontinuation of chemotherapy for chronic schizophrenics. Hosp Community Psychiatry 1971;22:20–3.

[17] Gardos G, Cole J. Maintenance antipsychotic therapy: is the cure worse than the disease? Am J Psychiatry 1977;133: 32–6.

[18] Bockoven J, Solomon H. Comparison of two five-year follow-up studies: 1947–1952 and 1967–1972. Am J Psychiatry 1975;132:796–801.

[19] May P, Tuma A, Dixon W. Schizophrenia: a follow-up study of the results of five forms of treatment. Arch Gen Psychiatry 1981;38:776–84.

[20] Carpenter W, McGlashan T, Strauss J. The treatment of acute schizophrenia without drugs: an investigation of some current assumptions. Am J Psychiatry 1977;134: 14–20.

[21] Rappaport M, Hopkins H, Hall K, Belleza T, Silverman J. Are there schizophrenics for whom drugs may be unnecessary or contraindicated. Int Pharmacopsychiatry 1978;

13:100–11.

[22] Mathews S, Roper M, Mosher L, Menn A. A non-neuroleptic treatment for schizophrenia: analysis of the two-year postdischarge risk of relapse. Schizophr Bull 1979;5:322–32.

[23] Bola J, Mosher L. Treatment of acute psychosis without neuroleptics: two-year outcomes from the Soteria Project. J Nerv Ment Dis 2003;191:219–29.