Exclusão social do doente mental: discursos e representações no contexto da reforma psiquiátrica
RESUMO
Este trabalho visa conhecer como os profissionais da saúde mental e os familiares de doentes mentais que se encontram em instituições psiquiátricas representam, por meio de seus discursos, a doença mental e a reforma psiquiátrica. Para tanto, foram realizadas, na cidade de João Pessoa-PB, entrevistas semi-estruturadas com 25 profissionais, dentre eles psiquiatras, psicólogos, enfermeira-chefe, técnicos de enfermagem e assistente social; e 24 familiares de pacientes institucionalizados. Tais entrevistas foram analisadas segundo a análise de conteúdo temática. Os dados encontrados mostram que ainda há um predomínio de visões pejorativas e estereotipadas acerca do doente mental, vendo-o como um ser sem razão ou sem juízo e como uma criança que precisa ser cuidada e protegida. Por outro lado, o hospital psiquiátrico é visto positivamente, enquanto a reforma psiquiátrica é representada como algo negativo, que deixará o doente mental livre para afligir a população e os familiares.
Palavras-chave: Exclusão social, Doença mental, Reforma psiquiátrica, Família, Profissionais.