A psiquiatria tradicional que acusa a reforma psiquiátrica de omissão de socorro por não defender o financiamento público de hospitais psiquiátricos e ambulatórios tem sua versão de omissão de socorro que consiste em omitir qualquer tratamento substitutivo e não farmacológico que vá além de internação psiquiátrica, medicação, psicocirurgia e eletroconvulsoterapia. Uma vez que esses recursos sejam insuficientes para resolutividade de uma circunstância difícil (Def.: insuficiente aprendizagem) há uma omissão de menção a tratamentos com lógicas não reducionistas e um discurso de que a "doença mental complicada é responsabilidade deles", o que possivelmente é um discurso político pela volta da internação asilar.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
terça-feira, 26 de novembro de 2024
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Cuidados, a gratidão e as patologias
O conceito social de cuidado tem dois elementos básicos: a gratidão como consequência natural e a gratidão como dívida. Os elementos de gratidão a cuidados como consequência natural e como dívida são entendidos como um sinal de capacidade cognitiva intacta. Esse conceito tem também dois outros elementos de utilização implícitos: uma atribuição de relação funcional e uma atribuição de relação disfuncional. A generalidade e a validade do conceito são protegidas pela atribuição de relação disfuncional para circunstâncias onde as relações funcionais de consequência natural e de dívida não ocorrem. Esse conceito de cuidado induz a desconsideração de condições de cuidados como determinantes ambientais que podem gerar complicações comportamentais. A análise funcional sistemática de comportamentos, que atribuem ordem e funcionalidade a todos os comportamentos como uma questão a ser resolvida através de previsão e controle, é uma alternativa com generalidade, validade e maior capacidade explicativa.
Conflito com a generalidade do comportamento operante
Há um conflito em termos de formação de conceito entre a generalidade dos princípios da análise experimental do comportamento e tipos específicos de condições biológicas e fisiológicas subjacentes que causariam comportamentos com um funcionamento próprio particular para cada classificação diagnóstica, sem generalidade, sem ordem, sem previsibilidade e sem controlabilidade além dos tratamentos biológicos.
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
O significado de controle no senso comum
O significado de controle no senso comum é impor regras do que fazer ou não fazer atreladas a consequências de descumprimento. A reforma psiquiátrica brasileira se refere a tal forma de comportamento presente na psiquiatria e na saúde mental de forma crítica como se a natureza ou origem dessa prática fosse o comportamentalismo. Certamente a forma implícita de descrição é compreensível a partir do comportamentalismo. No entanto, enquanto essa é uma forma precária de influência sobre comportamentos feita por pessoas leigas em princípios comportamentalistas, uma proposta comportamentalista não tem o mesmo entendimento fragmentado, pejorativo e atrapalhado do conceito de controle, propondo alternativas sofisticadas de promoção de aprendizagens no interesse do desenvolvimento da pessoa sob intervenção as quais após as intervenções não são mais necessárias pois são mantidas pela experiência de benefício no contato com o ambiente biológico e social produzidos pelo repertório comportamental da pessoa.
sábado, 16 de novembro de 2024
Os filtros nos sistemas privado e público de saúde mental
Os sistemas privado e público de saúde mental tem filtros diferentes de pacientes/usuários os quais são capazes de acolher. O sistema privado tem o filtro de capacidade ou desejo de pagamento. Segundo o pensamento do sistema público de saúde o critério de capacidade de pagamento é uma restrição da cidadania (acesso a direitos sociais) e do acesso a tratamentos de saúde (direito à saúde). Sob o ponto de vista do capitalismo ou mercado livre, a condição de capacidade ou desejo de pagamento é uma forma de acesso sem quaisquer tipo de distinções e discriminações além da econômica. Apesar disso, o sistema público também tem filtros. Os centros de atenção psicossocial adotam a prática de exigência de adesão ao tratamento farmacológico, obediência e cordialidade com os funcionários públicos, desejo de acessar um serviço de público popular, sem os quais os funcionários públicos de saúde mental concluem sobre a impossibilidade de tratamento e decidem pela alta administrativa. A capacidade ou desejo de pagamento também tem seus problemas pois os médicos respondem às necessidades de famílias que nem sempre são saudáveis para dizer em linguagem de eufemismo.
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Liberdade, determinantes e reforma psiquiátrica
A questão da dificuldade de apoio público aos equipamentos de álcool e drogas da reforma psiquiátrica está relacionado com a simplicidade que envolve o modelo de coerção manicomial, a percepção de que louco e drogado não tem real liberdade ou capacidade de liberdade e a ausência de uma resposta na reforma psiquiátrica dentro de uma base naturalista de explicação dos comportamentos. Intuitivamente, a grande maioria das pessoas entende que a noção de determinantes, mesmo que de forma paternalista, do comportamento tem validade maior do que a liberdade para pessoas em situação precária ou a todo custo. A direita e o modelo manicomial obtém influência política porque esse reconhecimento dos determinantes, apesar de serem modelos precários de influência sobre o comportamento, obtém ganhos segundo a sociedade ou evita riscos percebidos pela sociedade. Se as leis sociais e biológicas conservadoras não forem substituídas por propostas de maior qualidade e sofisticação de forma que inclua a diversidade de valores e preocupações sociais a reforma psiquiátrica dificilmente vai obter apoio além dos gabinetes políticos e de gestão da saúde.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Limitações da psicoterapia por IA
A terapia rotinizada em protocolos formais de propensões a erros cognitivos, como proposta pela terapia cognitiva e seus materiais de autoajuda, é potencialmente automatizável por inteligência artificial. No entanto, uma terapia baseada em biologia do comportamento e do cérebro, descrições complementares de níveis diferentes do fenômeno de aprendizagem, supera as limitações dos padrões de racionalidade matemáticos e formais. Uma terapia baseada em biologia da aprendizagem em interação com o mundo e o próprio organismo postula que é uma necessidade fundamental observar emoções e comportamentos concretos para ser capaz de perceber de forma individualizada as dinâmicas circunstanciais em sua relação com os fenômenos de aprendizagem e do cérebro. Além disso, as descrições de experiências concretas em contextos sociais e culturais, outra base fundamental para a psicoterapia, são realizáveis apenas por pessoas com inteligência natural, observação concreta e formação em ciências humanas e sociais. Por isso, o essencial em terapias com fundamento em aprendizagem biológica e social não é atingido por modelos de psicoterapia por inteligência artificial. Qual a sua opinião sobre recorrer a esse método? O sentimento de que isso seja deprimente, compreensível a partir desse texto, é sinal da falta da consideração necessária da biologia e a experiência de interação com sistema sociais.
Antropologia e ciências psi
domingo, 3 de novembro de 2024
Noções intuitivas de reforço e comportamento
Há no senso comum entendimentos intuitivos do que sejam a definição de comportamento e de reforço. As noções formadas são que topografia equivale a comportamento operante e que reforço artificial equivale a reforço positivo. Como tais noções são imprecisas, outras formas de intervenção sobre o comportamento são utilizadas no repertório comportamental como complementos adicionais para obtenção de influência sobre a frequência de comportamentos.
Bem-estar corporal e cuidados com químicos
É possível aperfeiçoar a sensação de bem-estar ou prazer corporal com alguns cuidados com elementos químicos em produtos para cuidado pessoal, aditivos alimentares, utensílios de cozinha, etc. Estamos como sociedade banhados em um coquetel tóxico como afirma um livro com esse título. Utilizando alguns métodos como leitura de base teórica, o aplicativo Desrotulando e Ingred em conjunto para descontinuar o uso de elementos químicos agressivos com disruptores endócrinos, imunotoxicidade e alguns casos produtos cancerígenos o efeito possível é que as relações corporais e físicas com o mundo sejam mais satisfatórias à medida que os efeitos sejam acumulados na saúde física. Existem produtos alimentares e de cuidados pessoais que imaginamos serem inofensivos mas que numa avaliação mais cuidadosa se mostram agressivos. Tais efeitos são testáveis e demonstráveis e sua discriminabilidade depende de um acúmulo de efeitos de variáveis somados em um período de tempo necessário para recuperação do corpo.
Esse efeito é mensurável como um aumento na variável RMSSD da variabilidade da frequência cardíaca. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um indicador de saúde física e mental que é sensível por exemplo a alterações de inflamação, equilíbrio hormonal e estresse.
Obs.: Fazer alegações de efeitos não é confortável. Apesar de envolverem possíveis riscos às finanças pessoais, como os cuidados envolvem redução de riscos à saúde não vejo porque omitir informações.