Dica de filme:
(Si può fare)
1h47min – Comédia Dramática - 2008
Direção: Giulio Manfredonia
Elenco: Claudio Bisio, Anita Caprioli, Giuseppe Battiston...
País de origem: Itália
1h47min – Comédia Dramática - 2008
Direção: Giulio Manfredonia
Elenco: Claudio Bisio, Anita Caprioli, Giuseppe Battiston...
País de origem: Itália
Sinopse: "Nello, um sindicalista afastado do sindicato por suas ideias avançadas, se vê dirigindo uma cooperativa de doentes mentais, ex pacientes dos manicômios fechados pela Lei Basaglia. Acreditando firmemente no trabalho, ele convence os sócios a substituir as esmolas assistencialistas por um trabalho de verdade, inferindo para cada um, uma atividade incrivelmente adaptada às respectivas capacidades, mas indo também de encontro às inevitáveis e humanas contradições."
Retrata vários aspectos da transição ainda vigente dos manicômios para sistemas abertos de atenção às pessoas com transtornos mentais graves e/ou persistentes, tanto os positivos, quanto os negativos e sua complexidade. A começar pela temática, uma cooperativa de geração de renda, que existe hoje em vários serviços substitutivos, mas em muitos deles a renda não vai para o usuário que trabalha, mas para a instituição, no caso do filme a renda se transforma nos salários dos usuários, os sócios. Há impasses como o olhar repressor de um poder médico que crê na não socialização das pessoas que convivem com transtornos mentais, que no filme criticam a Lei Basaglia, marco importantíssimo e referencial para a Reforma Psiquiátrica brasileira. Mostra também a questão da medicação exagerada das pessoas, os impedindo de exercer quaisquer atividades que não seja perambular pelo ambiente, reforçando seu estigma de "louca". Também o oposto disso, quando entendem que o melhor é a diminuição da medicação, há a pressão dos laboratórios com mimos para os médicos que prescrevem seus produtos. O filme também trata da sexualidade dos usuários de serviços de saúde mental, com altas doses de medicação, sem altas doses. A descoberta do sexo, a vivência das paixões, do apaixonar-se, do frustrar-se. A visão da família, representando uma esfera da sociedade que consideram os usuários de serviços de saúde mental como crianças, "anjos". Expõe também, de forma bastante interessante, as nuances das crises e surtos psíquicos, os modos de atenção a eles e as consequências quando há falhas, quando escapam detalhes. Inseridas às questões de saúde mental, a temática do sindicalismo, pressão do mercado, exploração de trabalhadores e greves são trazidas pelo filme, mesmo que de forma leve. É um belíssimo filme. Dos que já vi sobre saúde mental, é o que abarca mais temáticas e de forma incrivelmente sensível e prática. Recomendadíssimo!
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