Eduardo Mourão Vasconcelos
"Este conceito de recovery se refere primeiramente a uma pessoa diagnosticada com um transtorno mental severo, reivindicando seu direito a uma vida segura, digna, gratificante e plena de sentido, inserida na comunidade, apesar de sua condição psiquiátrica. Ele enfatiza a auto-determinação e objetivos de vida “normais”, como educação, trabalho, sexualidade, amizade, espiritualidade, e participação voluntária em comunidades de fé e de outros tipos, para além dos limites tanto do transtorno e do sistema de saúde mental, e consistente com as próprias preferências, objetivos e valores de cada pessoa. O que claramente está ausente neste conceito de recovery é qualquer noção de cura [...] Para pessoas com estas e outras formas de ‘disabilidades’, questões como acesso e moradia não são consideradas como somente questões de crescimento e desenvolvimento, ou qualidade de vida, mas são vistas mais como fundamentais para os direitos e responsabilidades da cidadania. Embora elas não restaurem a mobilidade ou visão da pessoa, eles podem e são capazes de restaurar o status de uma pessoa valorizada e que pode contribuir para a sociedade. É por essa razão que estas questões estão estruturadas como questões de direitos civis e justiça social, para além de questões apenas de saúde. O mesmo deve ser verdadeiro, de acordo com o movimento de recovery, para pessoas com ‘disabilidades’ psiquiátricas. Esta abordagem é o que está implícito na noção de estar em recuperação” (DAVIDSON, 2009: 11 e 14).
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