“É sobre doença mental”!
Dizer a uma pessoa que ela está ‘doente’
 por sofrer ou por estar triste serve para alienar ainda mais o 
indivíduo. Muitas vezes a pessoa se sente defeituosa e coloca o problema
 dentro dela própria, ao em vez de reconhecer que fatores culturais e 
circunstanciais são o problema. Estudos demonstraram repetidas vezes que
 uma perspectiva de doença biológica
 para o sofrimento humano leva à diminuição da empatia, ao aumento do 
desejo por distância social e ao aumento do preconceito e da 
discriminação.
Pior ainda, esse foco nas doenças 
mentais e no sofrimento individual pode às vezes levar aqueles que são 
diagnosticados a desenvolver uma falta de responsabilidade
 sobre como tratar os outros, a falta de empatia por aqueles que não são
 vistos como doentes e a preocupação com o próprio estado interno em 
detrimento da conexão com os outros. Internalizar uma explicação de 
doença para o sofrimento de si próprio  leva a alterações na identidade, reforço de dinâmicas abusivas, diminuição da esperança e da auto-estima e diminuição da probabilidade de procurar ajuda.
Em outras palavras: nós, como sociedade,
 somos informados de que, se alguém está sofrendo, a abordagem correta é
 convencê-los de idéias que provavelmente as levarão a se sentirem 
marginalizadas, desamparadas, sem esperança, piores consigo mesmas, 
envergonhadas, retraumatizadas e com menos possibilidades que cheguem 
aos outros em busca de conexão e suporte quando, de fato, a conexão e o 
suporte são as coisas mais prováveis para se curar.
As taxas de suicídio, de fato, são mais altas
 em áreas que relatam os mais altos níveis de felicidade. Talvez fazer 
uma pessoa se sentir diferente e anormal por sofrer profundamente não 
seja tão útil!
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