Na etnocenologia, boa parte da percepção social de saúde e doença vem da maneira como se faz a encenação cotidiana (objeto adverbial). A problemática é a pessoa que faz encenações no cotidiano fora do comum. Isso é facilmente medicalizado.
Os médicos supõem que subjacente à uma encenação exagerada há uma causa biológica. Na análise do comportamento essa suposição é quebrada para lidar com a relação do organismo com o ambiente. O que faz com que necessariamente uma encenação exagerada seja sinal de transtorno mental? Simplesmente o olhar (percepção social) das pessoas.
Como sugere o livro A náusea do Sartre, se a pessoa tem um lugar social ou identidade ela acaba encenando isso. Mas a relação inversa também é válida.
Os médicos supõem que subjacente à uma encenação exagerada há uma causa biológica. Na análise do comportamento essa suposição é quebrada para lidar com a relação do organismo com o ambiente. O que faz com que necessariamente uma encenação exagerada seja sinal de transtorno mental? Simplesmente o olhar (percepção social) das pessoas.
Como sugere o livro A náusea do Sartre, se a pessoa tem um lugar social ou identidade ela acaba encenando isso. Mas a relação inversa também é válida.
"Na perspectiva de pensar uma organização para os objetos espetaculares da
etnocenologia, Armindo Bião propõe uma classificação em três conjuntos: objetos
substantivos (artes do espetáculo), adjetivos (ritos espetaculares) e adverbiais (formas
cotidianas). No último grupo, o autor coloca em evidência o olhar do pesquisador sobre o
objeto como viabilizador de uma interpretação do que seja ou não espetacular. É no grupo
dos adverbiais que estão “os fenômenos da rotina social que podem se constituir em
eventos, consideráveis, a depender do ponto de vista de um espectador, como
espetaculares, a partir de uma espécie de atitude de estranhamento, que os tornaria
extraordinários” (BIÃO, 2007, p. 28)."
Etnocenologia e comportamentos espetaculares: desejo, necessidade e vontade
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