Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

segunda-feira, 30 de março de 2020

Citação Normopatia Realidade e loucura

É possível a uma pessoa esquizoide ou esquizofrênica levar uma vida satisfatória e mesmo realizar um trabalho de valor excepcional. Pode ser doente, do ponto de vista psiquiátrico, devido a um sentido debilitado de realidade. Como a equilibrar isso, pode-se afirmar que existem pessoas tão firmemente ancoradas na realidade objetivamente percebida que estão doentes no sentido oposto, dada a sua perda do contato com o mundo subjetivo e com a abordagem criativa dos fatos.

D. W. Winnicott, O brincar e a realidade

domingo, 29 de março de 2020

O lado B da psiquiatria na UOL

https://luizsperry.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/o-lado-b-da-psiquiatria-expansao-de-diagnosticos-traz-lucro-a-industria/


O lado B da psiquiatria: expansão de diagnósticos traz lucro à indústria ... - Veja mais em https://luizsperry.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/o-lado-b-da-psiquiatria-expansao-de-diagnosticos-traz-lucro-a-industria/?cmpid=copiaecola

sábado, 28 de março de 2020

Neurolépticos e vida sem desafios

Os neurolépticos deixam os seus usuários indispostos e sem motivação. Levar uma vida sem desafios e sem fazer quase nada é considerado uma "cura". Os psiquiatras inclusive incentivam a se aposentar. No Brasil parece normalizado não gostar de desafios e gostar de desafios intelectuais parece um absurdo. Psiquiatras tradicionais responsabilizam a deficiência do organismo pelo que é efeito dos neurolépticos.

Inclusive os usuários de neurolépticos acham que é escolha consciente ou vontade deles não querer fazer nada desafiador. Na verdade o corpo sinaliza essas sensações com baixo nível de dopamina e por isso o usuário acha que essa é a inclinação natural da própria personalidade.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Compostura e saúde mental

Se a pessoa não mantém a compostura em situações difíceis os profissionais de saúde mental e sociedade em geral facilmente podem exagerar o quanto essa pessoa tem de problemas de saúde mental.

Compostura é muito mais uma atitude social do que sinal de saúde mental ou falta dela. Se aplica o raciocínio da causa subjacente orgânica (da psiquiatria) para sair vencedor de uma situação conflituosa. A pessoa que perde a compostura dá chance para perder a credibilidade social e há motivação social para fazer isso por parte dos oponentes.

Adaptação cultural difícil ou prejudicial e evolucionismo

O etólogo Cesar Ades em palestra do dia de Darwin disse que a adaptação cultural nos dias atuais pode ser difícil e exigir muito da capacidade de adaptação e mesmo ser prejudicial.

Também disse que precisamos compreender os mecanismos para não adotar a solução de simplificar a vida demasiadamente para evitar dificuldades e encontrar soluções melhores.

A partir disso é possível entender a má vontade que desajustados ou hippies tem para com a adaptação cultural, já que é algo que não necessariamente está de acordo com os sentimentos ou inclinações naturais. Ou mesmo de pessoas que não estão tão dispostas a investir na profissão e minimizam esforços. Os hippies inclusive são críticos das maneiras como a cultura dominante pode ser prejudicial ou monstruosa.

Também dá para entender as soluções que algumas pessoas adotam de querer adotar uma vida simples ou simplificada.

quinta-feira, 26 de março de 2020

O PRAZER DO TRABALHO

O PRAZER DO TRABALHO
https://www.youtube.com/watch?v=6jN85ySSIdM



Professor Tamuia

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Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão

https://www.netflix.com/title/81001496

Resistência familiar à psiquiatria crítica

Há uma resistência muito maior por parte dos familiares do que se justificaria por argumentos da psiquiatria biológica. A resistência dos familiares aos argumentos da psiquiatria crítica acontece porque a família de alguma maneira se favorece em detrimento dos interesses do paciente psiquiátrico. Essa resistência se expressa por nem querer conhecer os argumentos.

quarta-feira, 25 de março de 2020

"O nirvana é o nada"

O filme japones This transient life afirma que o nirvana é o nada. A saúde mental também pode significar que nada acontece.

Medicalização do modo de vida borderline

O diagnóstico borderline é medicalizção de um modo de vida alternativo. Não é coincidência que haja um modo de se vestir e cuidar da aparência e um modo característico de viver. É uma cultura alternativa. O comportamento disruptivo faz parte dessa cultura.

Esta música descreve o modo de vida alternativo borderline:

Scott Pilgrim vs. the World Ruined a Whole Generation of Women [Music Video]

https://youtu.be/TSKizLRFbTo

Filme relacionado com a música:

Scott Pilgrim vs. the World (bra/prtScott Pilgrim contra o Mundo)[2][3][4][5] é um filme britano-nipo-canado-estadunidense[6] de 2010, dirigido por Edgar Wright, com roteiro de Michael Bacall e Edgar Wright baseado nos quadrinhos Scott Pilgrim, de Bryan Lee O'Malley.

Por que é indevido argumentar?

Argumentar é indevido porque força as pessoas a não repetir o que todo mundo diz e  deixar o conformismo pragmático. As pessoas repetem o que todos dizem para se proteger.

sábado, 21 de março de 2020

Normopatia

Normopatia - Coleção Clínica Psicanalíca (Português) Capa Comum – 1 jan 2005

https://www.amazon.com.br/Normopatia-Psicanal%C3%ADca-Fl%C3%A1vio-Carvalho-Ferraz/dp/8573961759/ref=sr_1_1?hvadid=71262194909128&hvbmt=be&hvdev=c&hvqmt=e&keywords=normopatia&qid=1584820417&sr=8-1

Heroísmo médico e idealização de intervenções

A psiquiatra Joanna Moncrieff num programa do psiquiatra Breggin afirmou que há a construção de uma identidade heroica dos profissionais de medicina que impede de perceber que os tratamentos podem ser prejudiciais, isto é, que leva a perceber as intervenções de forma idealizada.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Crítica a hipótese de neuroproteção dos neurolépticos

Link original:


Questionando a hipótese "neuroprotetora": o tratamento medicamentoso evita danos cerebrais em psicose precoce ou esquizofrenia?

Joanna Moncrieff (a1) DOI: https://doi.org/10.1192/bjp.bp.110.085795 Publicado online por Cambridge University Press: 02 de janeiro de 2018

Sumário

A idéia de que os distúrbios psicóticos são caracterizados por uma neurodegeneração progressiva que pode ser revertida pelo tratamento medicamentoso é usada para justificar o tratamento precoce de um número crescente de jovens na maioria dos casos. Argumento que há pouca evidência para apoiar a visão de que antipsicóticos de velha ou nova geração são "neuroprotetores" e algumas evidências de que os próprios medicamentos podem ser responsáveis ​​pelo declínio na matéria cerebral observado em alguns estudos.

Joanna Moncrieff, MRBS, MSc, MD, MRCPsych, Departamento de Saúde Mental
University College London, 67–73 Riding House Street, Londres W1W 7EJ,
REINO UNIDO. E-mail: j.moncrieff@ucl.ac.uk

Declaração de interesse
J.M. é o co-presidente da Rede de Psiquiatria crítica.

Foram emitidas quase 7 milhões de prescrições de medicamentos antipsicóticos fora do hospital na Inglaterra em 2008, um aumento de 48% desde 1998. 1 Dados dos EUA também indicam um aumento drástico taxas de prescrição de antipsicóticos para jovens nos últimos anos. 2 Ideias sobre os benefícios do tratamento medicamentoso precoce em psicose, juntamente com outros fatores, como a comercialização de transtorno bipolar, 3 provavelmente contribuíram para o aumento prescrição desses medicamentos. 

A importância de iniciar o tratamento medicamentoso precocemente e de continuação do tratamento em pessoas que gostariam de parar, geralmente é justificado pela crença predominante de que esquizofrenia ou psicose envolve uma perda progressiva de tecido cerebral que pode ser parado ou reduzido pelo tratamento com drogas antipsicóticas. 4 Por conseguinte, às vezes, os medicamentos são ditos terem propriedades "neuroprotetoras". Essa crença é baseada em uma variedade de evidências, todas discutíveis e abertas a outras interpretações.

Pesquisa de imagens do cérebro 

A principal área que se acredita apoiar a hipótese da "neuroproteção" é a pesquisa de imagens do cérebro que ilustra que pessoas com esquizofrenia ou psicose mostram uma redução progressiva no volume do cérebro e aumento de ventrículos e líquido espinhal cerebral. Todos esses estudos, no entanto, envolvem pessoas que tomaram medicamento antipsicótico a longo prazo. Um grande estudo mostrando maior declínio do volume cerebral em pacientes com psicose de primeiro episódio ao tomar haloperidol em comparação com olanzapina foi interpretado como indicando os efeitos neuroprotetores da olanzapina. 5 O Os autores reconheceram, no entanto, que o estudo também pode ser interpretado como demonstrando alterações diferenciais induzidas por drogas.

Apoiando a última interpretação, um estudo com macacos tratados com doses terapêuticas de olanzapina e haloperidol por 18 meses encontraram uma redução de 8% no peso médio do cérebro fresco em macacos tratados com haloperidol e 11% naqueles em olanzapina em comparação com controles não tratados com medicamentos. 6 A grande maioria dos estudos de indivíduos que são
ingênuos (nunca foram tratados) ou recebeu apenas tratamento mínimo, não demonstram o déficit global no volume cerebral comumente associado a pacientes que receberam tratamento medicamentoso, incluindo, o mais importante, os únicos três estudos envolvendo pessoas com condições de longo prazo que não foram expostos ao tratamento medicamentoso. 7 Resultados de dois estudos de pessoas consideradas com alto risco de psicose também são acreditados que demonstrem perda progressiva de tecido cerebral antes e nos estágios iniciais da doença psicótica. Muitos dos coorte (grupo de sujeitos pesquisados) australianos, no entanto, estavam tomando medicação antipsicótica durante parte do período de acompanhamento. 8 No estudo de Edimburgo, indivíduos de alto risco que evoluíram para psicose apresentaram maior redução do lobo do que aqueles que não progrediram, mas não diferiram dos controles. 9 No geral, portanto, os estudos de imagem fornecem pouca evidência de perda progressiva de tecido cerebral em pacientes não tratados com medicamentos pacientes com esquizofrenia. Além disso, os efeitos do tratamento com droga não foram excluídos como causa da perda de tecido observada em alguns estudos de pacientes tratados com medicamentos. 7

Achados neuropatológicos

Estudos post-mortem (avaliação do cérebro depois da morte) geralmente não descobriram a perda neuronal em grande escala e gliose característica de doença neurodegenerativa no cérebro de pessoas com esquizofrenia, embora haja alguma evidência de redução local de subpopulações neuronais e perda local de espinhos dendríticos e comprimento. 10 Novamente, porém, todos os estudos envolveram pessoas sob medicação a longo prazo. Alguns estudos com pacientes sem uso de drogas descobriram níveis séricos reduzidos do fator neurotrófico (associado com crescimento de células nervosas) derivado do cérebro (BDNF), 11 mas esse achado é não específico da esquizofrenia, e também se descobriu que o BDNF é envolvidos em transtornos do humor e na resposta ao estresse. Apesar foi sugerido que a esquizofrenia envolve aumento ou anormalidade de apoptose (morte celular), vários estudos confirmam que marcadores (indicador biológico) de apoptose em distúrbios neurodegenerativos como a doença de Alzheimer não são elevada no tecido post-mortem de pacientes com doença crônica esquizofrenia e o papel da apoptose no início do condição permanece especulativa. 12 

Duração da psicose não tratada 

Outra linha de evidência indireta citada com freqüência para a hipótese de que a esquizofrenia surge da progressão cerebral patologia que pode ser presa por tratamento medicamentoso é a associação encontrada em alguns estudos (embora nem todos) entre a duração da psicose não tratada e desfecho. No entanto, há muito tempo reconheceu que as condições com um longo e insidioso curso precoce são freqüentemente mais graves do que aqueles com início repentino. A duração da psicose não tratada está fortemente relacionada ao modo de aparecimento 13 e outras características da própria psicose 14, que torna provável que seja simplesmente uma medida indireta de uma condição subjacente mais grave. Pesquisa sobre a duração de psicose não tratada e seus resultados não controlaram (não isolaram as variáveis) adequadamente o modo início e outros fatores potenciais de confusão. 15 Os ensaios de intervenção precoce mostraram alguns resultados positivos, mas não analisaram o papel da medicação além de outras aspectos da intervenção e os resultados a longo prazo são decepcionantes (revisado em Bosanac et al). 15 Dois ensaios de tratamento medicamentoso para jovens com alto risco de psicose sugeriram que a taxa de conversão à psicose foi reduzida, embora não tenha sido estatisticamente significativo (sem relação comprovada estatisticamente) no maior dos dois ensaios. 16 A Até agora, um estudo naturalista mais amplo descobriu que o tratamento medicamentoso não reduziu o início da psicose, 17 esquizofrenia ou psicose. Estudos neuropatológicos não apoiam a ideia de que os medicamentos antipsicóticos, incluindo os novos ou os antipsicóticos atípicos, têm efeitos neuroprotetores. Algumas pesquisas sugerem que eles podem até contribuir para o declínio no volume do cérebro observado em pessoas com esses diagnósticos e são conhecidas induzir dano neurológico na forma de discinesia tardia em alguns usuários de longo prazo. A ideia de que os antipsicóticos são neuroprotetores não deve, portanto, ser usado como justificativa por prescrever ou continuar a prescrevê-los, se não houver outras considerações que também suportem seu uso. Os psiquiatras devem seja particularmente cautelosos quanto ao uso de antipsicóticos nos estágios iniciais ou prodrômicos da psicose, onde, como outros apontaram, existe o potencial de causar muitos danos. 15

Evidências sobre neuroproteção 

No nível neuropatológico, idéias sobre o tratamento medicamentoso neuroprotetor foi desenvolvido devido à evidência de que algumas drogas psiquiátricas, principalmente o lítio, aumentam a atividade em alguns vias associadas ao neurotrofismo e neurogênese (crescimento de células nervosas). 18 As implicações funcionais desses achados não são claras, no entanto. Um estudo, por exemplo, descobriu que, embora o lítio reduza níveis de morte celular por neurônio motor excitotóxico induzido por cainato, células sobreviventes foram danificadas. 19 Em qualquer caso, evidências de antipsicóticos não demonstraram consistentemente esse tipo de efeitos. 18 A visão de que novos antipsicóticos atípicos tenham uma efeito neuroprotetor específico pode derivar de um estudo em animais olanzapina e clozapina que detectaram a regulação positiva da proteína neuroprotetora Bcl-2 (linfoma de células B 2). 20 No entanto, O Bcl-2 também é aumentado em desordens neurodegenerativas, como Doença de Alzheimer, onde é considerada evidência de mecanismo compensatório. Outros estudos não replicaram esse achado, mas um estudo encontrou atividade aumentada da protease capase-3 pró-apoptótica em animais tratados com novos antipsicóticos (aumento de morte celular, ou apoptose). 21 

Efeitos dos antipsicóticos, particularmente atípicos, no desenvolvimento cognitivo 

A função cognitiva também é citada como evidência de seus efeitos neuroprotetores, mas se algum antipsicótico melhora ou não a cognição independentemente dos sintomas permanece incerto. Os sugeridos efeitos superiores dos antipsicóticos atípicos também foram questionados pelos resultados dos ensaios clínicos antipsicóticos de Eficácia da Intervenção (CATIE), em que as maiores melhorias a longo prazo na função cognitiva foram observadas no grupo perfenazina. 22 Ao contrário das idéias sobre efeitos neuroprotetores, há evidência sugestiva de que antipsicóticos reduzem o volume do tecido cerebral, como descrito acima, 7 e são conhecidos por causar a síndrome cerebral patológica conhecida como discinesia tardia. Pesquisas sugerem que, além de movimentos involuntários, discinesia está associada ao declínio cognitivo geral, sugerindo que antipsicóticos podem induzir disfunção cerebral generalizada. 23

Recebido pela primeira vez em 11/08/2010, aceito em 15/09/2010 
1 Centro de Informações em Saúde e Assistência Social. Análise de Custo de Prescrição 2008. NHS Information Center, 2009. 

2 Olfson M, Blanco C, Liu L, Moreno C, Laje G. Tendências nacionais no ambulatório tratamento de crianças e adolescentes com antipsicóticos. Arch Gen Psiquiatria 2006; 63: 679-85.

3 Healy D. A última mania: vender transtorno bipolar. PLoS Med 2006; 3: e185. 4 Lieberman JA. A esquizofrenia é um distúrbio neurodegenerativo? Uma clínica e perspectiva neurobiológica. Biol Psychiatry 1999; 46: 729–39.

5 Lieberman JA, Tollefson GD, Charles C, Zipursky R., Sharma T., Kahn RS, et al. Efeitos de drogas antipsicóticas na morfologia cerebral na psicose do primeiro episódio. Arch Gen Psychiatry 2005; 62: 361–70.

6 Dorph-Petersen KA, Pierri JN, Perel JM, Sun Z, Sampson AR, Lewis DA. Influência da exposição crônica a medicamentos antipsicóticos no tamanho do cérebro antes e depois da fixação tecidual: uma comparação entre haloperidol e olanzapina em macacos. Neuropsicofarmacologia 2005; 30: 1649–61.

7 Moncrieff J, Leo J. Uma revisão sistemática dos efeitos dos medicamentos antipsicóticos no volume cerebral. Psychol Med 2010; 40: 1409–22.

8 Takahashi T, Wood SJ, Yung AR, Soulsby B, McGorry PD, Suzuki M, et al. Redução progressiva da substância cinzenta do giro temporal superior durante transição para psicose. Arch Gen Psychiatry 2009; 66: 366–76. 

9 Lawrie SM, Whalley HC, Abukmeil SS, Kestelman JN, Miller P, Best JJK, et al. Alterações temporais do volume do lobo em pessoas com alto risco de esquizofrenia com sintomas psicóticos. Ir. J Psiquiatria 2002; 181: 138–43.

10 Jarskog LF, Miyamoto S, Lieberman JA. Esquizofrenia: novas patologias idéias e terapias. Ann Rev Rev 2007; 58: 49–61. 

11 Chen DC, Wang J, Wang B, Yang SC, Zhang CX, Zheng YL, et al. Diminuiu níveis séricos de fator neurotrófico sérico derivado do cérebro no primeiro episódio esquizofrenia: relação com fenótipos clínicos. Psicofarmacologia (Berl) 2009; 207: 375–80.

12 Jarskog LF, Glantz LA, Gilmore JH, Lieberman JA. Mecanismos apoptóticos em a fisiopatologia da esquizofrenia. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psiquiatria 2005; 29: 846-58. 

13 Morgan C, Abdul-Al R, Lappin JM, Jones P, Fearon P, Leese M, et al. Clínico e determinantes sociais da duração da psicose não tratada no primeiro estudo de psicose de episódio. Ir. J Psiquiatria 2006; 189: 446–52. 

14 Owens DC, Johnstone EC, Miller P, Macmillan JF, Crow TJ. Duração de doença não tratada e desfecho na esquizofrenia: teste de previsões em relação recaída risco. Ir. J Psiquiatria 2010; 196: 296–301. 

15 Bosanac P, Patton GC, DJ do castelo. Intervenção precoce em transtornos psicóticos: fé diante dos fatos? Psychol Med 2010; 40: 353–8.  Conclusões 

16 McGlashan TH, Zipursky RB, Perkins D, Addington J, Miller T, Woods SW, et al. Estudo randomizado, duplo-cego, de olanzapina versus placebo em pacientes prodromalmente sintomático para psicose. Am J Psychiatry 2006; 163: 790–9 
Os antipsicóticos são indubitavelmente úteis para suprimir a sintomas de condições psicóticas, mas as evidências apresentadas aqui sugere que há pouca base na crença de que eles revertem um processo neurodegenerativo subjacente em pessoas com 

17 Walker EF, Cornblatt BA, Addington J, Cadenhead KS, Cannon TD, McGlashan TH, et al. A relação entre antipsicótico e antidepressivo medicação com sintomas basais e progressão dos sintomas: uma abordagem naturalista
estudo da amostra longitudinal do pródromo norte-americano. Schizophr Res 2009; 115: 50–7. Questionando a hipótese de "neuroprotetor" 

18 Hunsberger J, Austin DR, Henter ID, Chen G. O neurotrófico e efeitos neuroprotetores de agentes psicotrópicos. Dialogues Clin Neurosci 2009; 11: 333-48. 21 Jarskog LF, Glantz LA, Gilmore JH, Lieberman JA. Mecanismos apoptóticos em a fisiopatologia da esquizofrenia. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psiquiatria 2005; 29: 846-58.

19 Caldero J, Brunet N, Tarabal O, Piedrafita L, Hereu M, Ayala V, et al. Lítio previne a morte celular excitotóxica de motoneurônios em culturas organotípicas em fatias da medula espinhal. Neurociência 2010; 165: 1353–69. 22 Keefe RS, Bilder RM, Davis SM, Harvey PD, Palmer BW, Gold JM, et al.
Efeitos neurocognitivos de medicamentos antipsicóticos em pacientes com doença crônica esquizofrenia no estudo CATIE. Arch Gen Psychiatry 2007; 64: 633-47.

20 Bai O, Zhang H, Li XM. Medicamentos antipsicóticos clozapina e olanzapina regulação positiva de mRNA e proteína do bcl-2 no córtex frontal e no hipocampo de ratos.
Brain Res 2004; 1010: 81–6. 23 Waddington JL, O'Callaghan E, Larkin C, Kinsella A. Disfunção cognitiva em esquizofrenia: fator de vulnerabilidade orgânica ou marcador de estado para discinesia? Brain Cogn 1993; 23: 56–70.

quinta-feira, 19 de março de 2020

O isolamento é necessariamente um problema?

Dizem que nós necessitamos ser muito sociáveis pois a natureza humana é gregária. Essa explicação pode ser relativizada. Para certas pessoas atividades solitárias são muito mais atraentes. O fato de a natureza humana ser gregária (ou melhor: social) não necessariamente implica que nós necessitamos conversar o tempo todo e fazer disso o propósito da vida. A extroversão é excessivamente valorizada. A troca social tem o potencial de oferecer troca de recursos simbólicos. Mas para as pessoas que preferem ficar sozinhas há outras formas de obter recursos simbólicos ou outras formas de recursos que não necessitam conversar o tempo todo (como um livro, um vídeo, uma troca econômica) ou escolhem poucas e raras pessoas com quem a troca seria satisfatória.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Desmoralização de argumentos

Defender uma tese ou argumentar é dar chance para ser desmoralizado. Por isso, é arriscado tomar iniciativa de falar sobre algum assunto. Quem ouve mais para responder depois fica em posição de vantagem para responder apropriadamente. Argumentos produzem competição. A coisa pode ficar feia e virar diagnóstico de transtorno mental.

PSICOLOGIA NÃO PRECISA SER UMA CIÊNCIA CEREBRAL

Atividade:
POR QUE A PSICOLOGIA NÃO PRECISA SER UMA CIÊNCIA CEREBRAL?
(Comunicação Oral)
Trabalho: POR QUE A PSICOLOGIA NÃO PRECISA SER UMA CIÊNCIA CEREBRAL?
Autor (es):
LUIZ HENRIQUE SANTANA

Resumo: Os recentes avanços na psicologia cognitiva e na neurociência se reconstruíram algumas discussões clássicas sobre o papel de um aparelho ou função psíquica internalizada supõe-se que o indivíduo e a bruxa sejam derivados de uma atividade cerebral. Um histórico argumento para a ascensão do discurso mental-interno para uma explicação do comportamento fenômenos foram discutidos em publicações recentes de pesquisas brasileiras. Contudo, a revolução de dados neurocientíficos e técnicas de intervenção baseadas em perspectiva computacional do sistema nervoso central requerem uma retomada da análise de o papel das variáveis ​​biológicas na explicação do comportamento. Desta forma, este trabalho de resgate alguns tópicos recentes discutidos em periódicos específicos do behaviorismo radical como filosofia para destacar os principais argumentos de um analista de comportamento quando questionado sobre a autonomia explicativa de uma dimensão comportamental para fenômenos psicológicos. Com prerrogativa, é necessário relembrar a impossibilidade de considerar o comportamento como produto final de ações internalistas, privadas e autogerenciadas do sujeito, sem tentativa do papel crítico dos órgãos - como um buraco e não apenas como um órgão, cérebro - história de exposição a contingências de seleção, aqui consideradas por filogenético, ontogenético e cultural. Reconhece-se a necessidade de mais estudos conclusivos sobre o papel da fisiologia no controle e determinação do comportamento tomado como um fenômeno relacional. Caso contrário, concluímos com a reafirmação da autonomia de uma ciência do comportamento em referência à sua irredutibilidade à fisiologia.

Palavras-chaves: Análise Comportamental, Mentalismo, Fisiologia, Neurociência

sábado, 14 de março de 2020

A excelência e a valência negativa

Um dos problemas em ser excelente é a valência negativa na forma de desprezo pelos não excelentes. Isso vale para as outras qualidades. Ou para a saúde mental e a falta dela. Também vale para a valência negativa de discursos.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Sobre a relação com a loucura

Pacientes psiquiátricos reclamam do tratamento cruel dado por pessoas que buscam fazer cumprir padrões sociais. Padrões sociais não são desnecessários ou indesejáveis e nem gratuitos. A estigmatização de maus comportamentos em termos de suas consequências também não é gratuita. Nem o prestígio de bons comportamentos é gratuito.

O discurso da normalidade defende que as pessoas normais é que adotam bons comportamentos. A saúde mental pode questionar esse discurso.

Há também o discurso de que ser legal é ser democrático e não exigir padrões ou não buscar altos padrões.

Devemos tolerar qualquer coisa no espírito de ter uma relação positiva com a loucura?

Devemos ser exigentes com normas sociais para que se produzam bons comportamentos?

Será que atingir altos padrões também não é uma forma de ser legal? E não apenas ser legal no sentido de aceitar tudo democraticamente?

O paciente psiquiátrico é uma vítima passiva que apenas sofre ações e merece empatia e apoio? Ou é um agente que deve ser culpado do que faz (ser responsável)? É uma questão de perspectiva e atitude. Ou talvez de função social.

A aceitação teria que acompanhar bons métodos de intervenção: bom planejamento de condições ambientais. Será que é legal ser um coitado e medíocre ou será legal atingir altos padrões? Deverá ser aceito não fazer o que deve? Deve ser dada liberdade absoluta sem preocupação com padrões sociais?

São todos discursos que perpassam a relação com a loucura ou os pacientes psiquiátricos e que necessitam de bom esclarecimento conceitual para uma boa relação com a loucura. Perpassa também a rigidez das exigências para cumprir normas sociais num dos extremos ou a aceitação negligente da liberdade absoluta no outro extremo.

Uma dessas atitudes pode formar classes de comportamentos que afetarão outros comportamentos relevantes para a produção de soluções ou de problemas maiores.

domingo, 8 de março de 2020

Medicating Me (documentário)


Medicating Me: Personal Impressions of Psychiatric Medication

https://www.youtube.com/watch?v=yVmD9c7AgEo

A mental health documentary exploring people's encounters with psychiatric medication. It is not giving advice. It is giving a voice. Beyond chemicals, how does the idea of medication function? http://www.thisismindwick.com This film contains no medical advice. It is a film. Within it, people voice their own subjective experience. It is neither promoting nor criticising any particular ideology.

A aniquilação simbólica de inimigos através de diagnósticos

Diagnósticos psiquiátricos tem a função social de aniquilação simbólica de inimigos sociais de organizações sociais com pretensão de hegemonia.

A psiquiatria biológica ou mesmo o campo psi promove ou ao menos reconhece a intolerância social àquilo que é diferente do esperado. A pessoa é considerada doente mental porque é difícil defende-la ou ter alguém disposto a defende-la. Ela é um inimigo social mas não necessariamente de todos mas de alguns grupos sociais com intenção de se tornar o padrão social através da desqualificação de inimigos.

sábado, 7 de março de 2020

Pesquisa cerebral está sufocando a psicoterapia

Compartilho abaixo a tradução que fiz do artigo The lure of ‘cool’ brain research is stifling psychotherapy, publicado no site AEON no dia 04 de Março de 2020 pelo famoso psiquiatra Allen Frances, professor da Duke University School of Medicine in North Carolina e que foi presidente da força-tarefa que elaborou o DSM-IV. Allen é autor de diversos livros, dentre eles Fundamentos do diagnóstico psiquiátrico e Voltando ao normal, ambos já publicados no Brasil.

"Para todo problema complexo, existe sempre uma solução simples, elegante e errada" 
HL Mencken no livro Prejudices (1920)

http://psicologiadospsicologos.blogspot.com/2020/03/a-atracao-pela-pesquisa-cerebral-esta.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+PsicologiaDosPsiclogos+%28Psicologia+dos+Psic%C3%B3logos%29

sexta-feira, 6 de março de 2020

Motivação nos estudos e função social

Para ser motivado nos estudos profissionais são necessárias algumas condições:

Ter perspectiva ou necessidade de trabalhar
Ter um nível de habilidade satisfatório para ser gratificado socialmente
Ter a percepção de que pode cumprir alguma função social
Ter supervisão para desenvolver o nível de habilidade satisfatório

quinta-feira, 5 de março de 2020

O perigo de procurar um psiquiatra

https://madinbrasil.org/2020/03/a-coisa-mais-perigosa-que-voce-jamais-deve-fazer/

A coisa mais perigosa que você jamais fará

A coisa mais perigosa que você fará é consultar um psiquiatra.

Por quê? Como há quase certeza, você receberá um medicamento psiquiátrico neurotóxico ou até um eletrochoque ; e porque as informações fornecidas a você o enganarão totalmente sobre seus problemas reais e como superá-los. Sem perceber o que está acontecendo, você estará seriamente em risco de se tornar prisioneiro de drogas psiquiátricas por toda a vida e das desinformações desmoralizadoras fornecidas pelo seu médico.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Neurocientista Sidarta Ribeiro sobre a Psiquiatria

Como você vê a discussão sobre desmedicalização e em
que medida as pesquisas sobre psicodélicos podem ajudar
com alternativas ao sofrimento psíquico?

Essa é uma boa questão. Os medicamentos não estão
sendo eficazes. Mesmo com o uso indiscriminado de me-
dicação, o sofrimento psíquico não diminuiu. Ao contrário,
aumentou. Houve uma simplificação grosseira da psiquiatria.
Antidepressivo é receitado por qualquer médico, não só por
algumas especialidades, sem nenhuma base científica. As
pessoas embarcaram na medicalização achando que esta-
vam comprando um passaporte para a felicidade. Como já
apontam estudos mais recentes, os efeitos colaterais do uso
de antidepressivos são muito grandes quando comparados
com os benefícios, que são muito pequenos.

Alguns autores chegam a dizer que comportamentos “dis-
cordantes” são enquadrados como transtornos mentais.
Como é possível romper com esse modelo biomédico?

O que hoje é considerado louco foi, no passado, alguém capaz
de “ouvir as vozes” dos deuses. A figura do faraó, no Egito,
estava muito associada à loucura. Os líderes da Antiguidade
manifestavam experiências de psicose e usavam essa carac-
terística para conduzir os povos. A própria psiquiatria já tem
demonstrado que o uso indiscriminado de medicamentos
antipsicóticos não tem trazido resultado. As substâncias que
têm efeitos psicoativos só podem ser compreendidas na in-
teração de três elementos: a droga, o corpo que recebe essa
droga e o contexto social. Mas tudo isso é desconsiderado.
Elas são vendidas como se só houvesse um elemento, a
própria substância, sem considerar o corpo e menos ainda o
contexto. Precisamos reconhecer e valorizar as experiências
que levam em conta os contextos de vida de cada paciente,
como é o caso dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). O
Brasil possui uma referência nesse sentido, que pode ajudar a
romper com uma visão retrógrada de psiquiatria.

Revista Radis 209 (Fiocruz)

Uso racional de medicamentos

“O uso racional de medicamentos ocorre quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.” Definição da OMS

"Se você tem um paciente que utiliza de 6 a 10 medicamentos, o primeiro raciocínio deveria ser descobrir quais desses medicamentos são essenciais para tratar aquela pessoa. A partir daí, você tem
que desprescrever, desmamar, limpar a prescrição.”

Márcio Galvão, professor da UFBA

"Historicamente, prescritores e pacientes aprenderam que um serviço de saúde serve para prescrever, e não para acompanhar o usuário, reavaliar, pedir que retorne. Tudo isso pressupõe uma acessibilidade muito boa que os serviços de saúde não têm.”

Silvana Nair Leite, da UFSC

A professora e farmacêutica Silvana Nair Leite, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
apontou fatores culturais que interferem no longo caminho rumo à desprescrição de medicamentos.
Numa ponta do processo, estão os profissionais que historicamente aprenderam que uma consulta médica serve para prescrever. Na outra ponta, estão os usuários que muitas vezes se sentem desprestigiados quando vão a uma consulta e saem do local sem nada prescrito.

Para a professora, é esse processo histórico que precisa ser modificado. “Mas isso leva tempo. Não acontece por decreto. Envolve muito trabalho com a coletividade e com muitos setores da sociedade, a despeito das fortes pressões contrárias”

Revista RADIS 209

segunda-feira, 2 de março de 2020

Reforço social do delírio

"Um outro bom exemplo do método operante livre é dado pelo controle do comportamento verbal de uma paciente com esquizofrenia crônica, hospitalizada por dezesseis anos, conseguido por Ayllon e Haughton. Seu comportamento verbal consistia em referências à "Família Real" e a equipe do hospital concluiu que as referências que fazia de si mesma, como "Rainha", tinham sido virtualmente seu único tópico de conversação nos últimos oito anos. Uma lobotomia pré-frontal bilateral não produziu qualquer efeito observável em seu comportamento verbal.

Foram registradas duas classes de respostas: "psicóticas", incluindo referências à realeza, e "neutras", incluindo respostas como "Que horas são?" e "Eu quero um sabonete". As duas classes de respostas tanto foram reforçadas como extintas, durante diferentes estágios do experimento, com a finalidade de controlar a possibilidade de qualquer viés sistemático ou da passagem do tempo e influírem de modo a modificar o comportamento. Tanto o reforço como  a extinção foram controlados pelas enfermeiras psiquiátricas. O reforçamento consistiu em dar um cigarro à paciente e conversar com ela três minutos. A extinção implicou em não dar o cigarro nem atenção social: a enfermeira agia como se estivesse interessada em alguma outras coisa e olhava para algo distante da paciente.

A figura 7 mostra o controle do comportamento verbal da paciente psicótica submetida a esse procedimento. Durante os primeiros quinze dias, nos quais o comportamento verbal foi registrado, mas não reforçado diferencialmentem as duas classes de respostas tiveram a mesma ocorrência. Durante 75 dias seguintes, quando se reforçou as respostas psicóticas e se extinguiu as respostas neutras, houve uma acentuada mudança no comportamento verbal da paciente. As respostas psicóticas ocorreram duas vezes acima da frequência registrada na linha de base e as respostas neutras praticamente desapareceram. Quando as contingências de reforçamento foram invertidas, constatou-se que o mesmo ocorreu no conteúdo verbal. O êxito desse e de outros experimentos semelhantes na modificação de comportamento verbal de psicóticos tem implicações importantes para a psiquiatria. Uma vez que o comportamento verbal bizarro que caracteriza algumas formas de esquizofrenia pode ser controlado pelo reforço social, o mesmo não precisa ser considerado um sintoma de disfunção de algum processo interior hipotético (Ayllon e Haughton, 1964)."



Livro: Análise do comportamento humano
Autora: Ellen P. Reese


domingo, 1 de março de 2020

Vida de facilidades não é pé no chão

Procurar uma vida de facilidades não é pé no chão.

Sentimentos e limitações pessoais

Saber lidar com um tipo de situação leva a ter bons sentimentos em relação aquele tipo de situação ou pelo menos a se manter fazendo aquele tipo de atividade. Fazer só o que nos deixa confortáveis é estagnar a aprendizagem. A pessoa entra em loop procurando sempre o mesmo tipo de situação. Se ela não sabe lidar com algum tipo de situação ela vai ter sentimentos negativos em relação aquele tipo de situação. Os desafios levam à aprendizagem mas saltos são difíceis de realizar.

As consequências deixam tudo mais claro

Quando se começa a considerar as consequências do comportamento verbal, emocional e público as coisas ficam muito mais claras do que relacionar tudo que foge di esperado como sinal de una causa subjacente orgânica no organismo (diagnóstico).