Essa é a principal ideia defendida pelo Construcionismo Social: a realidade é uma construção dialogada e partilhada, um empreendimento viável apenas conjuntamente e por intermédio das práticas sociais (SPINK, 2010, p.09). Nessa lógica, a realidade é uma instância criada pelos sujeitos sociais na esteira da tradição cultural que impera em um determinado grupo, no interior do qual existe, mas pode variar ou não existir fora dele. Os sentidos são elaborados dentro das relações – que são regidas por regras, hábitos, valores e normas reconhecidas e compartilhadas em uma comunidade em particular. Deste modo, a construção da realidade é concebida como a efetivação de acordos comunitários, que chancelam as verdades reconhecidas (GERGEN, 2010). Nessa visão, a verdade é produzida pelo grupo social. Esse é um modo de perceber esclarecedor, que conduz à rejeição de verdades universais e à valorização de reflexões amparadas em maneiras plurais de dar sentido e avaliar, com especial favorecimento do diálogo nos processos de significação.
Referência:
PIMENTEL, Ana Paula; AMARANTE, Paulo Duarte de Carvalho. Paradigms, Perceptions and Practices in Mental Health: A Case Study Based on Bakhtin. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, São Paulo , v. 15, n. 3, p. 8-33, Sept. 2020
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