Livro: A medicina e a realidade brasileira. Autor: Carlos Gentile de Mello. Ano: 1983.
Trechos - A industria farmaceutica (p. 63):
"A importancia da industria farmaceutica na pratica da medicina, no Brasil, como em muitos outros paises do mundo, e muito maior do que pode parecer a primeira vista. Nao apenas atraves da acao especifica dos medicamentos na cura das doencas como, tambem, no comportamentos dos profissionais de saude em relacao a seus pacientes, bem como no emprego dos recursos financeiros que a sociedade destina ao setor".
"Nao se trata de um exagero a afirmacao de que vivemos em um regime de completa anarquia farmaceutica e em um mundo selvagem de medicamentos".
"Um dos maiores e mais conceituados farmacologistas brasileiro e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Jose Elias Murad, certa feita, em 1979, declarou que do total de medicamentos comercializados e consumidos no Brasil, 30% efetivamente beneficiam a saude da populacao; 20%, pelos seus efeitos colaterais, prejudicam mais do que beneficiam; e 50% se destinam, unica e exclusivamente, a produzir lucros financeiros para os seus fabricantes. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo de Carvalho, confirma, em grande medida, esse ponto de vista dizendo que "cerca de 50% dos remedios existentes a venda no mercado poderiam ser retirados de circulacao sem prejuizo para a pratica medica".
"Falar sobre as industrias farmaceutica e quimica instaladas no Brasil implica na obrigacao de denunciar a acao nefasta das multinacionais que nos envenenam vendendo produtos fraudados, ineficazes e ate proibidos de consumo em seu pais de origem. A AMERJ ja divulgou, amplamente, nada menos de que uma duzia de listas de medicamentos nao-recomendaveis, sem qualquer repercussao na esfera governamental, continuando esses medicamentos a venda no mercado".
"Nao se trata, no caso, de uma questao relacionada a uma conjuntura de ordem social ou politica, eis que o diretor-geral da Organizacao Mundial da Saude, um dinamarques, Halfdan Mahler, confirma a denuncia: "Os produtos que nao atendem as exigencias de qualidade dos paises exportadores sao plenamente aceitos pelos paises subdesenvolvidos, que nao tem condicoes de exigir qualidade, e esta pratica e amplamente difundida entre as industrias farmaceuticas que exportam para os paises subdesenvolvidos".
"O professor da UNICAMP, Geraldo Giovanni, em 1981, denunciou a existencia de "acordos imorais entre medicos e laboratorios, para esses profissionais receitarem, mediante pagamento mensal, especial ou exclusivamente, determinados produtos".
"Os fabricantes de medicamentos conquistam o mercado com a utilizacao das tecnicas das mais tradicionais aos metodos mais modernos. Oferecem financiamentos e custeiam congressos, seminarios, simposios, reunioes, jornadas medicas, de enfermagem, de odontologia, de farmaceuticos. Produzem, editam e fornecem literatura, nacional e estrangeira demonstrando as vantagens e inocuidade dos novos medicamentos. Publicam livros escritos pelos medicos e custeiam revistas de medicina, farmacia, odontologia e enfermagem. Distribuem brindes e amostras gratis. Organizam concursos e instituem premios em que os participantes, julgadores e laureados sao medicos".
"O representante da Fundacao Kellogg na America Latina, Mario M. Chaves, no seu mais recente livro, encara o problema com visao abrangente quando explicita que "A sociedade moderna e uma sociedade medicalizada. Tem fe cega na ciencia e na tecnologia. O melhor tratamento e aquele que envolve a tecnologia mais complexa, o medicamento mais caro que chegou por ultimo as prateleiras da farmacia. Do mesmo modo que os figurinistas devem produzir novos modelos a cada mudança de estacao, tambem se espera que os grandes laboratorios farmaceuticos lançam, periodicamente, sua nova linha de produtos. Corre a voz rapidamente, e se o medico nao receitar produtos da nova linha corre o risco de parecer desatualizado".
"A irracionalidade do emprego de medicamentos, no nosso meio, constitui a regra".
"A solucao definitiva do problema da indústria farmacêutica no Brasil, que tanto compromete e desgasta o setor saúde, consiste na criação de uma Indústria Química de Base".
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação.
Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes.
Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica.
Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco.
Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica.
Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro
Aviso!
Aviso!
A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las.
Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias.
Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente.
Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente.
A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível.
https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/
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