Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ponto de vista capitalista

do ponto de vista capitalista é necessário cada vez mais pessoas diagnosticadas para manter os psiquiatras e indústria farmacêutica lucrando

isso cria necessidades artificiais ou diagnósticos forçados

Raul Seixas

Eu consultei e acreditei no velho papo do tal psiquiatra
que te ensina como é que você vive alegremente,
acomodado e conformado de pagar tudo calado,
ser bancário ou empregado sem jamais se aborrecer...
Ele só quer, só pensa em adaptar
Na profissão, seu dever é adaptar



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Em defesa de uma neurociência crítica

http://psicologiadospsicologos.blogspot.com.br/2016/09/em-defesa-de-uma-neurociencia-critica.html

Em defesa de uma neurociência crítica

 

E é por isso que defendo uma neurociência crítica, uma neurociência que queira avançar mas que entenda que nem tudo lhe cabe; uma neurociência que não idolatre a si mesma e ao cérebro, mas que compreenda que o cérebro faz parte do sistema nervoso da mesma forma que o sistema nervoso faz parte do corpo e que este corpo compõe um organismo que interage com outros organismos e com o mundo e é por este afetado; uma neurociência que pratique o reducionismo no laboratório, onde reduzir o foco de análise é fundamental, mas que fora dele dissemine e contribua para uma visão complexa e multifatorial dos comportamentos e problemas humanos; uma neurociência que não venda soluções mirabolantes e mágicas e que aja com grande cautela na explicação e prescrição de soluções para os problemas humanos; uma neurociência que entenda que a ciência avança através da crítica e da autocrítica e não do dogmatismo e do autoenaltecimento. Enfim, uma neurociência que pense e repense a si mesma continuamente e que dialogue em pé de igualdade com outros campos do saber. Como bem aponta o meu ex-professor e pesquisador Saulo Araújo, neste artigo, "se a ciência tem uma função primordial, ela consiste na promoção do exame crítico da realidade, mas não na criação de histórias fantásticas e mitos alienantes. E se não podemos encontrar respostas definitivas para certas perguntas que temos levantado sistematicamente ao longo dos tempos, isso talvez aponte para certos limites de nosso conhecimento, o que nos obriga a recordar permanentemente os obstáculos que persistem, para não corrermos o risco de cair em novas formas de dogmatismo". 

“Neurociência para tudo é bobagem”

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI272312-17770,00-NEUROCIENCIA+PARA+TUDO+E+BOBAGEM.html

“Neurociência para tudo é bobagem”

Confira a íntegra da entrevista do intelectual britânico Raymmond Tallis, que critica moda entre os cientistas de explicar qualquer aspecto do ser humano apenas lendo ondas cerebrais

terça-feira, 27 de setembro de 2016

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

HARMING YOUR HEALTH: PRESCRIPTION DRUG STUDIES ARE OFTEN FRAUDULENT

HARMING YOUR HEALTH: PRESCRIPTION DRUG STUDIES
ARE OFTEN FRAUDULENT, SAYS STANFORD'S IOANNIDIS
Stanford's John Ioannidis contends that “the large majority of produced systematic reviews and meta-analyses are unnecessary, misleading, or conflicted.”

http://qz.com/784615/the-man-who-made-scientists-question-themselves-has-just-exposed-huge-flaws-in-evidence-used-to-give-drug-prescriptions/

The man who made scientists question themselves has just exposed huge flaws in evidence used to give drug prescriptions

DIAGNÓSTICO NÃO É DESTINO

Fabrício Carpinejar
23 h ·
DIAGNÓSTICO NÃO É DESTINO
Mãe é exagerada. Sempre romantiza a infância do filho. A minha, Maria Carpi, dizia que eu fui um milagre, que enfrentei sérias rejeições, que não conseguia ler e escrever, que a professora recomendou que desistisse de me alfabetizar e que me colocasse numa escola especial.
Eu permitia que contasse essa triste novela, dava os devidos descontos melodramáticos, entendia como licença poética.
Até que mexi na estante do escritório materno em busca do meu histórico escolar.
E achei um laudo, de 10 de julho de 1980, assinado por famoso neurologista e endereçado para a fonoaudióloga Zulmira.
“O Fabrício tem tido progressos sensíveis, embora seja com retardo psicomotor, conforme o exame em anexo. A fala, melhorando, não atingiu ainda a maturidade de cinco anos. Existe ainda hipotonia importante. Os reflexos são simétricos. Todo o quadro neurológico deriva de disfunção cerebral.”
Caí para trás. O médico informou que eu era retardado, deficiente, não fazia jus à mentalidade de sete para oito anos. Recomendou tratamento, remédios e isolamento, já que não acompanharia colegas da faixa etária.
Fico reconstituindo a dor dela ao abrir a carta e tentar decifrar aquela letra ilegível, espinhosa, fria do diagnóstico. Aquela sentença de que seu menino loiro, de cabeça grande, olhos baixos e orelhas viradas não teria futuro, talvez nem presente.
Deve ter amassado o texto no bolso, relido sem parar num cantinho do quintal, longe da curiosidade dos irmãos.
Mas não sentiu pena de mim, ou de si, foi tomada de coragem que é a confiança, da rapidez que é o aperto do coração. Rejeitou qualquer medicamento que consumasse a deficiência, qualquer internação que confirmasse o veredito.
Poderia ter sido considerada negligente na época, mas preferiu minha caligrafia imperfeita aos riscos definitivos do eletroencefalograma. Enfrentou a opinião de especialistas, não vendeu a alma a prazo.
Ela tirou licença do trabalho para me ensinar a ler e escrever, criou jogos para me divertir com as palavras e dedicou seus dias a aperfeiçoar minha dicção.
Em vez de culpar o destino, me amou mais.
Na vida, a gente somente depende de alguém que confie na gente, que não desista da gente. Uma âncora, um apoio, um ferrolho, um colo. Se hoje sou escritor e escrevo aqui, existe uma única responsável: Maria Carpi, a Mariazinha de Guaporé, que transformou sua teimosia em esperança. E juro que não estou exagerando.
Veja o meu depoimento emocionado no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, nesta quarta (21/9):
http://gshow.globo.com/…/fabricio-carpinejar-teve-…/5321109/

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Diagnóstico condenatório

Os psiquiatras esquecem que seus diagnósticos funcionam como condenações do curso de vida das pessoas. Há muito dano psicossocial como consequência de um diagnóstico e é muito pesado se julgar irrecuperável ou perder apoio da família para trabalhar. O que começa como pequenas desobediências e indisciplinas vira um quadro crônico irrecuperável. Na verdade não passam de situações transitórias. Sempre é possível mudar o jeito de agir, de sentir ou de pensar. Mas psiquiatras não veem a diferença entre comportamento aprendido e patologia.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Alive Inside/Viva por Dentro: a música vivifica a memória.

Alive Inside/Viva por Dentro: a música vivifica a memória.

 https://www.youtube.com/watch?v=-SiP1yVSe5A

Documentário realizado por Michael Rossato-Bennett a partir do trabalho do assistente social norte-americano Dan Cohen, que através do poder vivificador da música, reativou circuitos neuronais ligados à memória de velhinhos e velhinhas, atingidos pela demência provocada pelo Alzheimer e outras doenças.

O projeto de Dan chama-se "Música e Memória".

O documentário além da participação dos personagens centrais, velhinhos e velhinhas, teve também a colaboração do genial
e inesquecível Oliver Sacks.

Robert Whitaker - Epidemia psiquiátrica global

Robert Whitaker - Epidemia psiquiátrica global


https://www.youtube.com/watch?v=y-cp4UccZiI

sábado, 10 de setembro de 2016

Vídeos de descontinuação de drogas psiquiátricas

Dejando las Drogas Psiquiátricas: Un Encuentro de Mentes

Discontinuación de drogas psiquiátricas con Will Hall

Por que as crianças francesas não tem Déficit de Atenção?

http://patriciaspessi.blogspot.com.br/2016/04/por-que-as-criancas-francesas-nao-tem.html?spref=fb

Por que as crianças francesas não tem Déficit de Atenção? 

 

Por: Marilyn Wedge, Ph.D


Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre –que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.
 Texto original em Psychology Today
fonte: https://equilibrando.me/2013/05/16/por-que-as-criancas-francesas-nao-tem-deficit-de-atencao/

 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Dois direitos



Withdrawal Benzos and antidepressants

Ian Singleton - Withdrawal adviser Bristol Tranquilizer Project
Withdrawal from Benzodiazepines and Antidepressant can last 5 to 10 years , he says Doctors do not recognize this and prescribe more harming drugs living patient devastating and extremely hard to get off -

https://vimeo.com/84225476

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Antidepressivos: cura ou causa?

http://www.brasilpost.com.br/michele-muller/antidepressivos-cura-ou-causa_b_5635010.html







Antidepressivos: cura ou causa?

 

Vários estudos relacionam o uso de psicotrópicos ao desenvolvimento crônico da depressão
Fluoxetina está ficando quase tão popular quanto a aspirina. Quem nunca tomou pode apostar que convive com muitos que não vivem sem. A fama de droga inofensiva abriu sua passagem para diversas áreas da medicina. É receitada aos deprimidos e também aos que sofrem de dores crônicas, aos que apresentam qualquer queixa que possa ter origem emocional e aos que confundem tristeza com depressão.
E declarações como a que Chico Anysio fez em sua última entrevista - concedida à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) pouco antes de sua morte, em 2012 - são usadas para reforçar a necessidade que a sociedade está criando de buscar seu bem estar mental nas farmácias. Com a intenção de desmistificar a depressão e o uso antidepressivos, chegou a afirmar que não teria feito 20% do que fez sem os remédios.
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Resta saber se, assim como o comediante, tantos brasileiros estariam com sua capacidade de produção tão baixa caso não tivessem buscado auxílio químico. O fato é que depressão não é uma doença nova, mas sua cura por meio de drogas é. Com a popularização do Prozac na década de 90, as pessoas ganharam o conforto de resolver de forma prática e relativamente rápida o que aprenderam ser um "desequilíbrio químico" no cérebro.
E o mercado de psicotrópicos não para de crescer desde então. A venda de estabilizadores de humor e antidepressivos aumentou 8,4% nos últimos quatro anos no país. Mas o verdadeiro salto foi nos quatro anos anteriores - entre 2005 e 2009 - quando cresceu 44,8%, de acordo com dados do IMS Health, instituto que faz auditoria para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Foi também depois do surgimento do Prozac que o número de depressivos começou a crescer em proporções epidêmicas. Em 2007, uma década depois de aprovada a comercialização da fluoxetina pelo Food and Drugs Administration (FDA), o número de americanos incapacitados pela doença era de 1 em 76, seis vezes mais que a taxa registrada em 1955, conforme cita Robert Whitaker no livro "Anatomy Of An Epidemic" (sem edição no Brasil). Esse índice contribui de forma proporcional ao aumento do uso de antidepressivos em todos os países. Na Inglaterra, segundo o autor, o número de dias de incapacidade relacionados à depressão triplicou logo na primeira década de comercialização do Prozac. Com tantos medicamentos acessíveis, não deveriam essas taxas estarem caindo?
O fato é que se Chico Anysio tivesse vivido seu período produtivo na primeira metade do século 20, ele teria uma chance grande de ter se livrado da depressão para sempre depois de superada a primeira crise. Em um estudo com 2,7 mil internados com depressão no estado de Nova York entre os anos de 1909 e 1920, o New York Department of Mental Hygiene registrou que apenas 17% dos pacientes tiveram mais de três crises subsequentes, enquanto mais da metade dos depressivos não tiveram recorrência. Atenção para o fato e se tratar de depressão severa, com necessidade de internação.
O Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMF) considerava, na época, a depressão uma condição com os melhores prognósticos de recuperação. Com o uso da medicação até mesmo em casos leves - ou, para muitos, como recurso para se sentirem "melhor que bem" - hoje uma parcela cada vez maior da população depende dessas drogas sob o risco de relapsos constantes. De problema relativamente incomum se transformou em uma condição crônica, quarta principal causa de incapacitação no mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (ONU) mostram que no Brasil 18,4% da população já teve um episódio de depressão, o maior índice entre os países emergentes.
Ataque de pânico, irritabilidade, insônia, agressividade e alteração de humor são alguns dos sintomas mais comuns observados em quem deixa de usar os remédios. A síndrome da descontinuação faz com que os pacientes acreditem que não podem viver sem o medicamento. Afinal, foram convencidos de que sua depressão seria resultado de um desequilíbrio de neurotransmissores.
Essa teoria, no entanto, já foi derrubada por inúmeras pesquisas. Não existe comprovação de que níveis baixos de serotonina levem à depressão. O número de não depressivos com níveis baixos de serotonina é semelhante ao de depressivos, o que mostra que variações são normais. O que provoca desequilíbrio químico é, na verdade, a própria medicação - assim como outras drogas que agem alterando os níveis de neurotransmissores.
Ainda não se sabe por que medicamentos como fluoxetina e outros inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) apresentam melhora da depressão, ao menos em um primeiro momento. Há teorias ainda não comprovadas de que o acúmulo de serotonina promoveria a neurogênese (nascimento de células nervosas) no hipocampo, enquanto fatores como o stress provocam efeito oposto - a morte de neurônios nessa área, associada à memória e ao aprendizado. O tempo de amadurecimento dessas novas células é de três a seis semanas, o mesmo período necessário para se perceber o efeito dessas medicações.
O problema é que esse efeito tende a desaparecer em aproximadamente um ano de uso. Estudo comandado pelo professor de psiquiatria e pesquisador da Universidade de Massachusetts, Maurizio Fava, concluiu que esse é o tempo de tolerância ao medicamento para cerca de um terço dos pacientes. Além disso, já está comprovado em amplos e sólidos estudos que esses psicotrópicos só funcionam melhor que placebos em casos de depressão severa. "Entretanto, até mesmo essa evidência estaria relacionada a uma redução na resposta ao placebo nesses pacientes e não a um aumento na eficácia de antidepressivos", citaram os autores do STAR*D (The Sequenced Treatment Alternatives to Relieve Depression), o maior estudo sobre a eficácia dos antidepressivos já realizado. O poder de acreditar na eficácia do tratamento da depressão é inquestionável e certamente provoca importantes alterações no cérebro.
Há recursos para combater a depressão e promover neurogênese sem os efeitos colaterais dos remédios. Exercícios aeróbicos e terapia são os mais comuns e não vêm acompanhados de problemas como disfunção sexual, insônia, apatia, fatiga e espasmos musculares - causados pela queda compensatória de dopamina ao se elevar os níveis de serotonina - sem falar nos possíveis e ainda desconhecidos efeitos de longo prazo.
Infelizmente, com o fácil acesso a formas mais práticas de lidar com o problema - os comprimidos - a psicoterapia vem deixando de ser a opção mais razoável. Segundo pesquisadores da Universidade de Columbia, no início da década de 1990, a terapia era a primeira opção no tratamento da depressão para 71,1% das pessoas. Quase duas décadas depois, em 2007, apenas 43% dos deprimidos optaram por esse tratamento, enquanto remédios eram a opção de 75,3%.

 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Marijuana Compound Could Replace Need For Antipsychotics

http://www.leafscience.com/2014/01/14/marijuana-compound-replace-need-antipsychotics/



Marijuana Compound Could Replace Need For Antipsychotics

Scientists say a chemical in marijuana could be more effective than leading medications for psychotic disorders such as schizophrenia.Marijuana’s active ingredient is a chemical called THC, which is thought to trigger psychosis in certain individuals. However, research shows that another compound in marijuana called CBD (cannabidiol) may counteract THC’s effect, and could even have antipsychotic properties of its own.
In the latest study, published in the journal Neuropsychopharmacology, Dutch and British researchers reviewed more than 66 past studies on CBD and psychosis, and concluded that the compound offers a number of advantages over current drugs.
“Given the high tolerability and superior cost-effectiveness, CBD may prove to be an attractive alternative to current antipsychotic treatment.”
The authors point out that CBD, unlike a vast majority of medicines, appears to have no noticeable side effects and no lethal dose. Several lines of evidence, including animal and human studies, also support its effectiveness as an antipsychotic medicine.
One of the most promising studies was published in 2012. The study involved 39 people with schizophrenia, 20 who were given CBD and 19 who were given the antipsychotic drug amisulpride.
At the end of the four-week trial, those who received CBD showed the same levels of improvement as those who received amisulpride. But more importantly, CBD did not cause the hormonal and weight imbalances that amisulpride did.
“The results were amazing,” said Daniel Piomelli, Ph.D., a professor of pharmacology at the University of California-Irvine who co-authored the study.
“Not only was (CBD) as effective as standard antipsychotics, but it was also essentially free of the typical side effects seen with antipsychotic drugs.”
Unfortunately, despite raising excitement among others in the field, Dr. Piomelli’s findings have yet to be followed up. According to PsychCentral, barriers include CBD’s relationship to marijuana and the fact that it is a naturally-occurring compound, which makes it harder to patent as a new drug.
The authors of the latest study say that larger trials are necessary in order to bring the medicine to patients.
On the other hand, to get around the patenting issue, they note that identifying the source of CBD’s antipsychotic properties “could also lead to the design of new synthetic agents” that mimic its benefits.
The study received funding from the Netherlands Organization for Scientific Research

Frase John lennon realidade

John Lennon - Quanto mais real conseguires ser mais irreal o mundo te vai parecer

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Challenging the ADHD consensus

Int J Qual Stud Health Well-being. 2016; 11: 10.3402/qhw.v11.31124.
Published online 2016 Apr 5. doi:  10.3402/qhw.v11.31124
PMCID: PMC4823629

Challenging the ADHD consensus

Soly Erlandsson, Professor1,* and Elisabeth Punzi, PhDcorresponding author2
Psychiatric diagnoses are based on a classification system, which not only builds on biomedical facts but which is also influenced by a wide array of political, economic, and professional interests (see, e.g., Frances & Widiger, 2012; Leo & Lacasse, 2015). In the case of Attention-Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), the vast majority of resources financially and professionally support the biomedical model for diagnosing children and adults with ADHD-like behavior. It is also easier for researchers to receive financial support for studies on ADHD if they engage in the neurobiological field (Goldfried, 2015), which is conducive for the pharmacological industry to develop new medical compounds for the treatment of ADHD. In today's complex and multicultural society, however, we believe it is not enough to embrace one model—the biomedical—to understand aberrant human behaviors.
Criteria for an ADHD diagnosis as well as names of pharmaceuticals to remedy the disorder are readily available on the Internet (Pedersen, 2015; Vrecko, 2015). However, researchers as well as clinicians have raised concern that stimulant prescription to children is on the increase although long-term risks and benefits are unknown at the present time (see, e.g., LeFever Watson, Arcona, Antonuccio, & Healy, 2014). At the same time, vulnerable young people might look for solutions to their hardships on chat rooms full of naïve ideas about the advantages of being diagnosed with ADHD. Acknowledging those risks it is our duty, as researchers and clinicians, to also reflect on the ways in which social dilemmas and an insecure life situation caused, for instance, by the loss of a close family member, parents’ divorce or economic hardship, might influence the child's well-being and behavior. But not only reflect—we need to take those aggravating circumstances into consideration when trying to comprehend and care for a child who suffers. Children may behave hyperactively as a response to basic emotional needs not being filled or as a reaction to overstimulation, and their aberrant behavior should thus be seen as a form of communication and not as a mere symptom of a biomedical disease. By choosing one single biomedical code, the “true” story will never be heard.
Diagnoses such as depression and substance use disorders are increasingly classified as neurological disorders or conditions, implying that there is a known neurobiological dysfunction (Leo & Lacasse, 2008; Vrecko, 2010). Even though researchers from various disciplines have shown that it is inadequate to view ADHD as a neurobiological disorder, surprisingly little criticism has been directed toward the biomedical explanation in clinical practice or in the media. In popular media, for example, so-called neuropsychiatric diagnoses have been presented as severe threats to public health (Börjesson, 1999). The hegemonic status of the current medical discourse on ADHD reflects some kind of social consensus. In line with this hegemony, even teachers are encouraged to “discover” children who might suffer from ADHD. Human suffering, however, tends to be complex, and a purely neurobiological discourse focused on diagnostic criteria downgrades the importance of contextual factors such as socioeconomic impact and exposure to mistreatment. Thereby, the complex needs and interests of the individuals concerned are not taken into consideration. Instead, according to Laclau and Mouffe (1985), peoples’ interests and needs are masked in a discourse where social consensus is prevalent.
So, we need to ask ourselves: Can we, by interrogation and observation, approach the masked needs and interests of children that are now diagnosed with ADHD? It might well be the case that the parent of “the problem child” is the one who foremost needs help and support. Francoise Dolto, the French child psychiatrist and psychoanalyst (1908–1988) once said that the parent who is deeply bothered by his/her child's behavior is the one who needs treatment. Today, shifting the focus from the child to the parents is, however, almost perceived as a threat not only to the parents but—ironically—also to the experts on ADHD. It is not the parents’ fault that their child is acting divergently. Such behavior problems in the child can, however, be linked to an unbalanced situation in the family and to the family history. Instead of examining the family dynamics and masked dysfunctions in parents, it is of course less complicated to put the blame on the child. The tendency to diagnose human suffering as a biomedical disorder might also lead to the marginalization of certain groups of people. Frances and Widiger (2012) argue that “the greater the number of health clinicians, the greater the number of life conditions that work their way into becoming disorders” (p. 111). The window to “normality” might reach a point where it becomes hard for anyone to squeeze in.
It is remarkable that researchers and practitioners from various professions so easily seem to accept the biomedical model of ADHD and perceive pharmacological solutions as appropriate. When complicated human conditions are presented as defined categories, and when questionnaires and diagnostic criteria are perceived as appropriate responses to human suffering, it is necessary to reflect on alternative models and interventions. Qualitative studies have the capacity to acknowledge complexities and paradoxes as well as contextual factors, and thereby challenge hegemonic systems of classification. Qualitative studies may also provide insight into the complex processes and experiences that underlie aberrant behaviors. We therefore look forward to alternative perspectives and critical investigations of the current hegemonic view on children who are perceived as restless, inattentive, and/or impulsive. You are welcome to submit your work to International Journal of Qualitative Studies on Health and Well-being.
Soly Erlandsson, Professor
Department of Social and Behavioral Studies
University West
Trollhättan, Sweden
Email: soly.erlandsson@hv.se
Elisabeth Punzi, PhD
Department of Psychology
Gothenburg University
Gothenburg, Sweden

References

1. Börjesson M. A newspaper campaigns tells. Scandinavian Journal of Disability Research. 1999;1:3–25.
2. Frances A, Widiger T. Psychiatric diagnosis: Lessons from the DSM-IV past and cautions for the DSM-5 future. Annual Review of Clinical Psychology. 2012;8:109–130. [PubMed]
3. Goldfried M. R. On possible consequences of National Institute of Mental Health funding for psychotherapy research and training. Professional Psychology: Research and Practice. 2015 http://dx.doi.org/10.1037/pro0000034. [Epub ahead of print]
10. Laclau E, Mouffe C. Hegemony and socialist strategy. London: Verso; 1985.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4823629/#!po=1.78571

Pseudodeterminação hereditária

Artigo importante atualizando o debate sobre a pseudodeterminação hereditária dos ditos transtornos mentais. O artigo atualiza aquelas posições que se levantaram contra "Not in our genes" de Richard Lewontin, Steven Rose e Leon Kamin e as demole como fizeram os primeiros.
- Resumindo: não serve para identificar doenças (a menos naqueles casos sindrômicos onde a relação é inequívoca), não serve como terapêutica individual nem tampouco para o planejamento da saúde pública. Em tese, de que vale?
" In all cases, they refuse to consider that a very plausible interpretation of the “striking” (non) finding is that genes “for” common disorders phenotypes have not been found because they do not exist"

De Bruno Carvalho.

https://www.independentsciencenews.org/wp-content/uploads/2013/05/chaufanjoseph-missing-heritability.pdf

In Some Cultures People with Schizophrenia Actually Like the Voices They Hear

https://braindecoder.com/post/voice-hearing-experience-in-schizophrenia-may-vary-from-one-culture-to-1381850145?utm_source=facebook

In Some Cultures People with Schizophrenia Actually Like the Voices They Hear

Author: Agata Blaszczak Boxe

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Hearing voices of non-existent interlocutors is a common symptom of schizophrenia. But it seems that the voice-hearing experience among people with the disorder may vary depending on where they are from, according to a new study.
In the study, published recently in Topics in Cognitive Science, researchers looked at how people with schizophrenia from three different societies experienced hearing voices. They found that people from the US tended to describe the voices as intrusive unreal thoughts they hated. In contrast, people from South India were more likely to describe them as providing useful guidance, and people from Ghana were more likely to think of them as morally good.
"I was actually surprised that they were so different," study author Tanya M. Luhrmann of Stanford University told Braindecoder.
While exact brain mechanisms of voice hearing in schizophrenia are not clear, previous research has found that, during such auditory hallucinations, people with the disorder show increased flow to Broca's area in the brain, which is involved in speech production.
To see whether cultural differences can affect the content of these auditory hallucinations, Lurmann and her colleagues looked at 20 patients with schizophrenia in San Mateo, California, 20 patients in Chennai, South India, and 20 patients in Accra, Ghana. The researchers asked the participants how many voices they heard and how often, as well as whether they had experienced hallucinations with any other sensory elements. They also asked them what relationship they had with the voices and what the qualities of the voices were, among other questions.
They found that voices the Americans heard were often violent. "The screaming, fighting ... [they say] jump in front of the train," one US participant said. They tended to describe their voice-hearing experience as a war: "The warfare of everyone just yelling," another American patient said.
Although some of the people from India and Ghana also experienced violent voices, fewer of them reported violence and gave it less prominence in the interviews.
It was also very clear to the researchers that people from the US did not like the voices they heard. "Not one person told us that their predominant experience was positive," the researchers said. The Americans tended to describe the experience of hearing voices as a sign of insanity and they felt assaulted by them.
But in Ghana, half of the participants said that they mostly heard good voices that were actually helpful. "They just tell me to do the right thing. If I hadn't had these voices, I would have been dead long ago," one of them said.
"I was really struck by how insistent the subjects in Accra were that they had positive experiences," Luhrmann said.
In the group from South India, more than half of the people heard the voices of their family members like their parents, parents-in-law and siblings. While some of the voices were bad, others were good. For example, one man heard the voices of his sisters telling him off, but he also experienced voices of his ancestors who expressed their support of him and were his companions. "I like them," he said. He described them as useful, as they reminded him to take his bath, brush his teeth and drink his coffee.
At least eight people from the South Indian group said the voices were a positive experience. "I have a companion to talk (laughs). I need not go out and speak. I can talk within myself," one person said. The voices tended to provide guidance on everyday tasks to people, telling them to cook, clean and eat. They also told them not to smoke and drink.
The researchers think these differences in the voice-hearing experience stem from different cultural expectations about the mind and people. For example, unlike people in the other two countries, Americans tend to perceive the mind as a separate, private place. The voices upset them because they violate their sense of personal control, the researchers said.
Along the same lines, society in Chennai is "a world of kin in which seniors are presumed to know what juniors should be thinking and in which seniors are expected to give juniors advice," the researchers said. It may therefore explain why people in the South Indian group experienced the voices as those of their kin so frequently.
Such local cultural expectations about minds, people and spirits, coupled with culturally driven patterns of attention to auditory phenomena seem to actually to shape the voices that people with the condition hear, the researchers said.
"We think that, as people pay attention in culturally varied ways, there are small but important cognitive biases in the way that they identify, respond to, and remember auditory experiences," they said.