Logo, o problema tem que ser resolvido com base em considerações de caráter empírico, pela experiência. Por tal método, parece possível constatar-se que a regra de modus ponens (das proposições "Se A, logo B", e "A", conclui-se "B") vale no discurso analítico. Gostaria de mencionar, no entanto, que, nos poucos contatos com pessoas psicóticas que tive, parece que elas não utilizam, como deveriam, a regra em apreço. Muitas vezes tive a impressão de que um psicótico aceita que A implica B, aceita A, mas que aparentemente não é forçado a aceitar B.
Márcio - E que B tem aí o valor de C.
Newton C.A. da Costa: - Sem a regra de modus ponens, a lógica seria muito mais complicada. Um esquizofrênico que conheci parecia às vezes não tirar as conseqüências óbvias das premissas que admitia. Ele aceitava uma série de coisas, embora não deduzisse. Tenho a impressão de que a lógica de um psicótico é tão patológica, que não permite que se tire certas conseqüências óbvias.
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